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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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Capítulo 16 • 171<br />

concede que façam progresso para que a palavra de Deus lhes seja conhecida<br />

e familiar. Assim também é o conteúdo da próxima sentença:<br />

Mas vem o tempo, isto é, o tempo logo virá, quando não mais vos<br />

falarei por meio de linguagem figurada. O Espírito Santo certamente<br />

não ensinou aos apóstolos algo mais além do que ouviram dos lábios<br />

do próprio Cristo, senão que, ao iluminar seus corações, ele expulsou<br />

suas trevas, de modo que ouviram Cristo falar, por assim dizer, de uma<br />

maneira nova e diferente, e assim facilmente entenderam sua intenção.<br />

Mas vos falará claramente do Pai. Ao dizer que lhes falaria do Pai,<br />

ele nos lembra que o desígnio desta doutrina é conduzir-nos a Deus,<br />

em quem está a verdadeira felicidade. Mas permanece outra pergunta:<br />

Como ele diz, em outro lugar, que daria aos discípulos o conhecimento<br />

dos mistérios do reino do céu? [Mt 13.11]. Pois aqui ele reconhece que<br />

lhes falava por meio de linguagem obscura; ali, porém, ele estabelece<br />

uma distinção entre eles e o resto do povo, a saber: ele fala ao povo<br />

em parábolas [Mt 13.13]. Respondo que a ignorância dos apóstolos<br />

não era tão grosseira que não tivessem, pelo menos, uma leve percepção<br />

do que seu Mestre pretendia dizer, e por isso não é sem razão que<br />

ele os exclui do número dos cegos. Ele agora diz que seus discursos<br />

até aqui foram alegóricos, em comparação com aquela lídima luz de<br />

compreensão que ele logo lhes daria pela graça de seu Espírito. Ambas<br />

as afirmações são, portanto, verdadeiras: que os discípulos se encontravam<br />

muito acima daqueles que não tinham afeição pela palavra do<br />

evangelho, contudo eram ainda como crianças que estão aprendendo<br />

o alfabeto, em comparação com a nova sabedoria que lhes outorgaria<br />

pelo Espírito Santo.<br />

26. Naquele dia pedireis em meu nome. Uma vez mais ele reitera<br />

a razão pela qual os tesouros celestiais estavam, então, para serem<br />

abertos. É porque eles pedirão em nome de Cristo tudo aquilo de que<br />

necessitavam, e Deus não recusará nada do que pedirem no nome de<br />

seu Filho. Aqui, porém, parece haver uma contradição nos termos;<br />

pois Cristo imediatamente adiciona que lhe será desnecessário orar ao<br />

Pai. Ora, a que propósito serve orar em seu nome, se ele não exercesse

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