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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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Capítulo 12 • 31<br />

quem se apega ao mundo em demasia, por sua própria iniciativa se<br />

priva da vida celestial, da qual não podemos ser herdeiros de qualquer<br />

outro modo senão sendo estranhos e forasteiros neste mundo.<br />

A consequência é que qualquer pessoa, quanto mais ávida esteja de<br />

sua própria segurança, mais distante fica do reino de Deus, isto é, da<br />

verdadeira vida.<br />

E quem neste mundo odeia sua alma [vida]. 20 Eu já sugeri que<br />

esta expressão é usada em termos comparativos, porque devemos<br />

desprezar a vida na medida em que ela nos impede de vivermos para<br />

Deus, pois se a meditação sobre a vida celestial fosse o sentimento<br />

prevalecente em nossos corações, o mundo não teria qualquer influência<br />

em deter-nos. Daqui também obtemos uma resposta àquela<br />

objeção que se poderia impor-nos: “Muitas pessoas, movidas de desespero,<br />

ou por outras razões, e principalmente pela exaustão da vida,<br />

se matam; e, no entanto, não diremos que tais pessoas se acham providas<br />

de sua própria segurança, enquanto outras se apressam para<br />

a morte pelo impulso da ambição, as quais também se precipitam<br />

na ruína.” 21 Aqui, porém, Cristo fala expressamente daquele ódio ou<br />

menosprezo por esta vida evanescente, da qual os crentes derivam,<br />

mas da contemplação de uma vida superior. Consequentemente,<br />

quem não olhar para o céu ainda não aprendeu de que maneira a vida<br />

deve ser preservada. Além disso, esta última cláusula foi adicionada<br />

por Cristo com o fim de imprimir terror nos que nutrem profundo<br />

desejo pela vida terrena, pois se nos deixarmos deglutir pelo amor ao<br />

mundo, de modo que não consigamos esquecer-nos facilmente dele,<br />

é impossível irmos viver no céu. Visto, porém, que o Filho de Deus 22<br />

nos desperta de modo tão veemente, seria o cúmulo da estupidez<br />

dormir o sono da morte.<br />

26. Se alguém me serve. Para que a morte não nos seja excessivamente<br />

amarga e desagradável, Cristo nos convida, por seu exemplo, a<br />

20 “Qui odit animam suam” – “Qui hait sa vie” – “aquele que odeia sua vida.”<br />

21 “Lesquels se precipitent bas a une ruine eternelle par leur ambition” – “quem se precipita<br />

na ruína eterna por sua ambição.”<br />

22 “Le Fils de Dieu.”

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