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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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10 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

para Jerusalém. Certamente, ele pretendia dar a Judas tempo e lugar<br />

adequados para traí-lo, a fim de apresentar-se preparado para ser sacrificado,<br />

no tempo designado; porquanto não ignorou o que estava<br />

para acontecer, porém voluntariamente se entregou ao sacrifício.<br />

Tendo ido para Betânia seis dias antes da páscoa, permaneceu<br />

ali quatro dias. O que pode facilmente inferir-se de Mateus e Marcos.<br />

<strong>João</strong> não declara em que dia lhe ofereceram o banquete ou quando<br />

foi ungido por Maria, mas parece provável que o mesmo ocorreu não<br />

muito depois de sua chegada ali. Há quem pense que a unção mencionada<br />

por Mateus [26.7] e Marcos [14.3] é diferente da que se faz<br />

menção aqui. É evidente que estão equivocados. Têm sido levados a<br />

adotar tal ponto de vista em decorrência de um cálculo de tempo, porque<br />

os dois evangelistas [Mt 26.2; Mc 14.1], antes de relatarem que<br />

Cristo fora ungido, falam de um lapso de dois dias, entretanto a solução<br />

é fácil e pode ser feita de duas formas: <strong>João</strong> não diz que Cristo<br />

foi ungido no primeiro dia de sua chegada, de modo que isso poderia<br />

ter ocorrido quando já se preparava para partir. Contudo, como eu<br />

já disse, há outra conjetura que é mais provável: que ele tenha sido<br />

ungido um ou dois dias antes de sua partida, pois é indubitável que<br />

Judas havia feito uma barganha com os sacerdotes antes que Cristo<br />

enviasse dois de seus discípulos com o fim de prepararem a páscoa. 3<br />

Ora, no mínimo um dia deve ter mediado. Os evangelistas acrescentam<br />

que ele buscava uma oportunidade conveniente para entregar Cristo [Mt<br />

26.16], depois de haver recebido o suborno. Portanto, depois de mencionar<br />

dois dias, acrescentam a história da unção e por fim inserem na<br />

narrativa o que aconteceu primeiro. E a razão é que, depois de haver<br />

narrado as palavras de Cristo, Sabei que depois de dois dias o Filho do<br />

homem será traído [Mt 26.2], agora acrescentam – o que fora previamente<br />

omitido – de que maneira e em que ocasião ele foi traído por<br />

seu discípulo. E assim há uma perfeita concordância no relato de sua<br />

unção em Betânia.<br />

3 “Pour faire apprester la Pasque.”

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