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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 2

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 2.

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42 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

37. E, ainda que tivesse feito tantos sinais. Para que ninguém se<br />

sentisse conturbado ou perplexo ante o fato de Cristo haver sido desprezado<br />

pelos judeus, o Evangelista remove este escândalo, mostrando<br />

que ele era sustentado por claros e indubitáveis testemunhos, os quais<br />

provavam que se devia dar crédito a ele e à sua doutrina, mas que os<br />

cegos não visualizavam a glória e o poder de Deus, os quais eram publicamente<br />

exibidos em seus milagres. Portanto, antes de tudo, devemos<br />

crer que não se devia a Cristo o fato de os judeus não depositarem<br />

nele sua confiança, visto que, por meio de muitos milagres, testificava<br />

profusamente quem ele era e que por isso era injusto e muitíssimo disparatado<br />

que a incredulidade deles diminuísse a autoridade dele. Mas,<br />

como esta mesma circunstância pode levar muitas pessoas a inquirirem<br />

ansiosas e perplexas como os judeus chegaram a tão profunda estupidez,<br />

que o poder de Deus, ainda quando visível, não produzisse neles<br />

nenhum efeito, <strong>João</strong> avança mais e mostra que a fé não provém das<br />

faculdades ordinárias dos homens, mas é um dom de Deus, inusitado<br />

e extraordinário, e que isto foi predito concernente a Cristo desde os<br />

tempos mais remotos, a saber, que bem poucos creriam no evangelho.<br />

38. Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías. <strong>João</strong> não<br />

tem em vista que a predição repousava necessariamente nos judeus,<br />

pois Isaías [Is 53.1; Rm 10.16] nada mais declarou senão o que o Senhor<br />

lhe revelara dos secretos tesouros de seu propósito. Aliás, isso<br />

teria sucedido, ainda que o profeta nada falasse a respeito, mas,como<br />

os homens não teriam conhecimento do que acontecesse, se Deus não<br />

o testificara pelos lábios do profeta, o Evangelista, na predição, põe<br />

diante de nossos olhos, como num espelho, que de outro modo pareceria<br />

aos homens obscuro e quase inacreditável.<br />

Senhor, quem creu? Esta sentença contém duas cláusulas. Na primeira,<br />

Isaías, tendo começado a falar de Cristo, prevendo que tudo o<br />

que ele proclama concernente a Cristo, e tudo o que mais tarde se fará<br />

conhecido através dos apóstolos, em geral será rejeitado pelos judeus,<br />

exclama, como que aturdido ante algo tão estranho e monstruoso: “Senhor,<br />

quem creu em nossa notícia”, ou, em nosso discurso? 27<br />

27 “Qui eroira a nostre ouye, ou, a nostre parole?”

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