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Arte e Educação - Fundação Bienal do Mercosul

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co de da<strong>do</strong>s no qual atuar. Ou seja, organiza uma cadeia de mediação<br />

no processo de produção e reprodução. Pretende criar um grande arquivo<br />

informativo da realidade atual da arte basca para, a partir da sua<br />

acumulação, análise e posterior edição, reordenação ou reinterpretação,<br />

gerar uma mostra de ín<strong>do</strong>le <strong>do</strong>cumental que intente uma articulação<br />

projetiva da arte moderna e contemporânea <strong>do</strong> País Basco.<br />

De certo mo<strong>do</strong>, a intenção é editar a memória, reescrever a história,<br />

da forma como faz o artista andaluz Pedro G. Romero no seu Arquivo<br />

F.X. 18 Esse arquivo, que em si mesmo se apresenta como uma<br />

obra em processo, propõe uma meto<strong>do</strong>logia de trabalho que vai além<br />

<strong>do</strong>s modelos de produção cultural convencionais; estabelece-se como<br />

uma maneira diferente de unir a complexa estrutura institucional que<br />

o sustenta com o artista, que se converte em um elo fundamental da<br />

produção de seu trabalho. É organizada uma maquinaria (Pedro G.,<br />

mais de uma vez, se definiu como escultor e produtor de máquinas)<br />

que permite trabalhar sobre contextos diversos (o Arquivo se desloca)<br />

e em circunstâncias variáveis (a participação institucional diversifica<br />

segun<strong>do</strong> as necessidades de cada lugar onde se apresenta) com<br />

meto<strong>do</strong>logias que se adaptam a cada estação <strong>do</strong> percurso ou a cada<br />

capítulo da narração (oficinas, seminários, conferências, publicações,<br />

concertos, performances, materiais audiovisuais) e, é claro, com uma<br />

vocação permanente de acumulação de experiências, e de diferenciadas<br />

e relevantes práticas artísticas, sociais e políticas.<br />

Assim, o conceito “exposição”, que costuma ser reduzi<strong>do</strong> a uma simples<br />

apresentação, limitada no espaço e tempo determina<strong>do</strong>s pela<br />

instituição, se transforma em um enuncia<strong>do</strong> discursivo que propõe<br />

uma realidade fragmentada, impossível de abranger a totalidade, caso<br />

não se propuser a sua análise a partir da capacidade <strong>do</strong> especta<strong>do</strong>r<br />

para “montar” sua própria interpretação, começan<strong>do</strong> por perspectivas<br />

diferentes e nunca a partir da totalidade. O especta<strong>do</strong>r, o público,<br />

passa a ser parte ativa <strong>do</strong> relato, da maquinaria de efeitos que se tenta<br />

construir e se desvanece em uma pluralidade de públicos - sujeitos<br />

18 Pedro G. Romero:<br />

www.fxysu<strong>do</strong>ble.org

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