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Arte e Educação - Fundação Bienal do Mercosul

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Toda expressão humana configura uma estética particular e a valoração<br />

está <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de quem escuta ou vê. Nosso critério será – a partir <strong>do</strong><br />

lugar em que trabalhamos – supor esse sujeito “potente” para poder<br />

fazer conexões ou fazer laços dentro dessa trama.<br />

“Construção” e “desconstrução” fazem a epistemologia <strong>do</strong>s atos. A<br />

preocupação acerca das tramas como linhas construtoras de senti<strong>do</strong><br />

está em nós desde o início. Dezesseis anos trabalhan<strong>do</strong> como<br />

“tramatiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong> disperso” para a construção de senti<strong>do</strong> no DRG<br />

(Dispositivo Radiofônico Grupal) e como “desconstrutores” no campo<br />

das representações sociais imaginárias.<br />

Sempre supus uma relação interessante entre as produções das psicoses<br />

expostas em um meio de comunicação (e falar assim não é<br />

homogeneizar, e sim reconhecer alguns aspectos que não variam) e<br />

os caminhos a desconstruir no trama<strong>do</strong> social. Nossas condutas<br />

xenófobas, de exclusão, discriminatórias, são parte <strong>do</strong> destino a<br />

desconstruir no senti<strong>do</strong> de que “isso” fale. Desconstruir seria saber<br />

fazer silêncio para que a dificuldade fale. Não importa a nós<br />

conscientizar ninguém, não acreditamos que isso seja educação no<br />

senti<strong>do</strong> de vanguarda esclarecida.<br />

Nós, os que intervimos nesse caminho de construção de laços e de<br />

saúde, não sabemos a verdade, ou melhor, não a possuímos, nem a<br />

encarnamos como dimensão normaliza<strong>do</strong>ra. Pessoas diagnosticadas<br />

tomam a palavra e os comunica<strong>do</strong>res, condutores de espaços radiais<br />

na comunidade, “deixam um lugar” ao “não-lugar”, realizam o primeiro<br />

ato solidário de inclusão. Os meios são a oportunidade, não<br />

apenas para escutar a palavra de minorias excluídas, mas para escutar<br />

a razão/sem razão das nossas condutas e pensamentos. São oportunidades<br />

para que não apenas fale “a loucura”, mas também os me<strong>do</strong>s<br />

associa<strong>do</strong>s a ela, as fantasias que a sustentam, as projeções <strong>do</strong>s outros<br />

na pergunta pelo humano. Meios que dão espaço à produção desejada<br />

<strong>do</strong> coletivo comunitário para que não apenas fale, mas que faça,<br />

que construa, que coloque em xeque seus saberes, suas procuras, suas

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