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Arte e Educação - Fundação Bienal do Mercosul

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de um título acadêmico para se tornar um artista. A maioria <strong>do</strong>s<br />

meus artistas favoritos não tem títulos acadêmicos.<br />

Acredito que um artista é aquele que consegue fazer tu<strong>do</strong> o que quiser<br />

(dentro de seus próprios limites – financeiros, legais, éticos, psicológicos).<br />

Outras profissões ou atividades não têm o mesmo grau de<br />

liberdade. Os dentistas precisam fazer o trabalho dentário, os treina<strong>do</strong>res<br />

de cães devem treinar cães, e assim por diante. Essas profissões<br />

podem ser divertidas ou não; no entanto, determinam o que as pessoas<br />

precisam fazer até que decidam fazer algo diferente. Os artistas<br />

podem fazer projetos sobre o<strong>do</strong>ntologia, cachorros ou qualquer coisa<br />

que queiram a qualquer momento. Podem também fazer outra coisa<br />

logo em seguida ou ao mesmo tempo, sem deixar de serem artistas.<br />

A Prática Social em relação à arte pode ser vista como tu<strong>do</strong> aquilo<br />

que não for prática de ateliê. Por prática de ateliê eu me refiro à<br />

forma <strong>do</strong>minante de se fazer arte – aquela em que o ateliê é usa<strong>do</strong><br />

para desenvolver interesses pessoais sob forma de pintura, objetos,<br />

fotos, vídeos ou algo a que se possa facilmente atribuir valor comercial<br />

através da forma. A intenção da prática de ateliê, assunto pouco<br />

comenta<strong>do</strong>, é levar a obra a uma badalada galeria comercial, reproduzi-la<br />

em revistas de arte e, eventualmente, torná-la parte de coleções<br />

de museus, o que faz <strong>do</strong> artista uma celebridade e paga todas as<br />

contas. Essa é a isca que mantém a abordagem <strong>do</strong>minante, viva e<br />

pulsante, mesmo que pouquíssimos artistas de ateliê cheguem algum<br />

dia a ter o seu trabalho exposto. Muitos deles desistem e buscam<br />

outras formas de pagar os seus empréstimos estudantis.<br />

Recentemente, eu iniciei um programa de Prática Social no curso<br />

de Mestra<strong>do</strong> em <strong>Arte</strong>s Visuais na Universidade de Portland. No<br />

momento, existem oito alunos matricula<strong>do</strong>s. Eles não têm ateliês<br />

como os demais alunos de mestra<strong>do</strong>; ao invés disso, compartilham<br />

uma oficina e o espaço da sala de aula. Hoje, estamos procuran<strong>do</strong><br />

uma versão desses espaços que seja a mais pública possível, na for-

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