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Arte e Educação - Fundação Bienal do Mercosul

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coordenadas de desterritorialização, bem como as de reterritorialização?<br />

Obviamente, o formato da exposição é o principal veículo para a apresentação<br />

da arte contemporânea, mas isso não significa que a exposição<br />

é uma forma única com um tipo específico de público e de circulação<br />

de discursos. Ao contrário, o formato da exposição deve ser<br />

pluraliza<strong>do</strong>; obviamente, diferentes tipos de exposições falam a partir<br />

de diferentes lugares e posições, com seus diferentes púbicos especta<strong>do</strong>res<br />

e circulações, seja um grupo auto-organiza<strong>do</strong> em um pequeno<br />

espaço alternativo ou em uma bienal de escala internacional. O que tais<br />

exposições partilham, no entanto, é o senti<strong>do</strong> duplo de público: o espaço,<br />

o público presente fisicamente (mesmo que potencialmente) e a<br />

construção imaginária e profissional <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> artístico (mesmo que<br />

potencialmente). As exposições encontram-se imersas num ecossistema<br />

e obedecem a uma hierarquia de exposições (e de locais de exposições).<br />

Isso pode, naturalmente, ser emprega<strong>do</strong> de forma estratégica e<br />

cínica, mas o que importa aqui é como – a partir de um da<strong>do</strong> formato<br />

de exposição – refletir sobre sua posição e a capacidade de expandi-la,<br />

rodeá-la, sabotá-la ou afirmá-la, conforme a situação.<br />

Para que se alterem os scripts <strong>do</strong>s formatos existentes, precisamos, no<br />

entanto, de mais pensamento, mais reflexão sobre o conceito de público<br />

e acerca das contingências e histórias <strong>do</strong>s vários mo<strong>do</strong>s de<br />

endereçamento. Como tentarei argumentar, toda produção de exposição<br />

é a produção de um público, a imaginação de um mun<strong>do</strong>. A<br />

questão, portanto, não está na arte pela arte, na arte para a sociedade,<br />

na poética ou na política, mas sim na compreensão das políticas estéticas<br />

e da dimensão estética da política. Ou, em outras palavras, é o<br />

mo<strong>do</strong> de endereçamento que produz o público, e se alguém tenta<br />

imaginar diferentes públicos, diferentes relações que sejam desconhecidas,<br />

deve (re)considerar o mo<strong>do</strong> de endereçamento ou, se preferir,<br />

os formatos das exposições de arte.<br />

Não existem apenas esferas públicas (ou ideais), mas também<br />

contrapúblicos. De acor<strong>do</strong> com Michael Warner, os contrapúblicos<br />

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