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Arte e Educação - Fundação Bienal do Mercosul

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138<br />

Tramatiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

disperso<br />

Alfre<strong>do</strong> Olivera *<br />

Outubro 2007<br />

Quero agradecer a Luis Camnitzer e a to<strong>do</strong>s os organiza<strong>do</strong>res da 6ª<br />

<strong>Bienal</strong> e <strong>do</strong> Simpósio pelo convite. Tentarei desenvolver meu pensamento<br />

através <strong>do</strong> relato de uma experiência. Na exposição anterior,<br />

Marco Villela falava a respeito de uma “máquina de fabricação de<br />

comunidade”. Imagino máquina no senti<strong>do</strong> delleuziano, e penso que<br />

em La Colifata, além de refletirmos em termos de “máquina de fabricação<br />

de comunidade” também pensamos uma máquina que aloja o<br />

disperso para a fabricação de tramas. Somos “tramatiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong> disperso”,<br />

criamos um dispositivo de recepção e emissão de sonoridade<br />

humana, que leva sua produção inacabada para outras localidades,<br />

propician<strong>do</strong> uma roda sem fim. A postura de to<strong>do</strong>s nós que participamos<br />

<strong>do</strong> processo é a de entrar em um esta<strong>do</strong> de irreverência em<br />

relação ao quieto, tentan<strong>do</strong> imprimir dinamismo e novas relações em<br />

uma perspectiva que poderíamos chamar de construção micropolítica.<br />

Entendemos “comunidade”, no mesmo senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> comentário de<br />

Marco Villela, como esta<strong>do</strong> de produção permanente, como processo<br />

inacaba<strong>do</strong>, como aquilo que suporta uma realidade experiencial,<br />

inconsistente, líquida.<br />

La Colifata é a rádio <strong>do</strong>s internos e ex-internos de um Hospital Psiquiátrico<br />

que se chama J. T. Borda e que existe há 16 anos em Buenos<br />

Aires. O projeto de La Colifata tenta pensar a abordagem <strong>do</strong>s meios<br />

de comunicação em <strong>do</strong>is senti<strong>do</strong>s: a rádio como dispositivo de intervenção<br />

clínica, e a abordagem da mídia em geral como plataforma ou<br />

cenário a partir <strong>do</strong> qual é problematizada – ainda mais – a complexi-<br />

* Licencia<strong>do</strong> em<br />

psicologia pela Universidade<br />

de Buenos Aires.<br />

Cria<strong>do</strong>r e atual diretor da<br />

LT22, “La Colifata”,<br />

primeira rádio no mun<strong>do</strong><br />

a transmitir desde um<br />

hospital<br />

neuropsiquiátrico. É<br />

empreende<strong>do</strong>r social de<br />

Ashoka, entidade que<br />

oferece ajuda a pessoas<br />

que possuem uma idéia<br />

inova<strong>do</strong>ra e<br />

reproduzível. Reside em<br />

Buenos Aires, Argentina.

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