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Direito à memória e à verdade - Ministério da Justiça

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADE<br />

trazem declarações de Joel. O Relatório apresentado pela Marinha, em 1993, ao ministro <strong>da</strong> <strong>Justiça</strong> Maurício Corrêa, informa que Joel foi<br />

“preso em 15/03/1971 e transferido para local ignorado”.<br />

MAURÍCIO GUILHERME DA SILVEIRA (1951-1971)<br />

Número do processo: 011/96<br />

Filiação: Maria Lacer<strong>da</strong> de Almei<strong>da</strong> <strong>da</strong> Silveira e Léo Octavio <strong>da</strong> Silveira<br />

Data e local de nascimento: 03/02/1951, Itaipava (RJ)<br />

Organização política ou ativi<strong>da</strong>de: VPR<br />

Data e local <strong>da</strong> morte: 22/03/1971, Rio de Janeiro (RJ)<br />

Relator: Paulo Gustavo Gonet Branco<br />

Deferido em: 17/10/1996 por 6x1 (voto contra do general Oswaldo Pereira Gomes)<br />

Data <strong>da</strong> publicação no DOU: 22/10/1996<br />

GERSON THEODORO DE OLIVEIRA (1947-1971)<br />

Número do processo: 359/96 e 001/02<br />

Filiação: Maria de Lourdes Oliveira e Geraldo Theodoro de Oliveira<br />

Data e local de nascimento: 31/08/1947, Rio de Janeiro (RJ)<br />

Organização política ou ativi<strong>da</strong>de: VPR<br />

Data e local <strong>da</strong> morte: 22/03/1971, Rio de Janeiro (RJ)<br />

Relator: Paulo Gustavo Gonet Branco (1º) e Suzana Keniger Lisbôa (2º)<br />

Deferido em: 19/12/2003 por unanimi<strong>da</strong>de (fora indeferido em 17/10/96)<br />

Data <strong>da</strong> publicação no DOU: 26/12/2003<br />

Gerson Theodoro e Maurício Guilherme, integrantes <strong>da</strong> VPR, acusados pelos órgãos de segurança de terem participado de várias ações<br />

arma<strong>da</strong>s, inclusive dos seqüestros dos embaixadores alemão e suíço, foram mortos no Rio de Janeiro, em 22/03/1971, nas dependências do<br />

DOI-CODI/RJ. No dia seguinte, os jornais divulgaram nota oficial emiti<strong>da</strong> no dia 22 informando que, <strong>à</strong>s 11 horas <strong>da</strong> manhã, na esquina <strong>da</strong><br />

Aveni<strong>da</strong> Suburbana com a Rua Cupertino, em Madureira, os dois militantes teriam recebido voz de prisão, reagiram a tiros, foram feridos e<br />

morreram quando transportados para o Hospital Salgado filho.<br />

Gerson era negro e tinha sido estu<strong>da</strong>nte secun<strong>da</strong>rista em São Paulo, trabalhando como auxiliar de escritório. Freqüentou, <strong>à</strong> noite, em 1968,<br />

o Cursinho do Grêmio <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Filosofia <strong>da</strong> USP, preparatório ao vestibular. Fora funcionário <strong>da</strong> Companhia Siderúrgica Nacional,<br />

lotado no escritório de São Paulo, de 29/11/1966 a 07/05/1969, quando foi obrigado a abandonar o emprego por perseguição política.<br />

Desde então, passou a viver na clandestini<strong>da</strong>de.<br />

Maurício tinha 20 anos e era também estu<strong>da</strong>nte secun<strong>da</strong>rista. Não foi possível reunir outras informações a respeito de sua biografia e<br />

militância política anterior. Sua certidão de óbito, assina<strong>da</strong> pelo Dr. José Alves de Assunção Menezes, registra que seu corpo foi enterrado<br />

por familiares no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.<br />

As certidões de óbito desmentem a versão oficial e foram considera<strong>da</strong>s na CEMDP uma prova irrefutável que levou ao deferimento final<br />

dos casos. Atesta<strong>da</strong>s por José Alves de Assunção Menezes, as certidões informam como local <strong>da</strong> morte a rua Barão de Mesquita, 425 – sede<br />

do 1º Batalhão <strong>da</strong> Polícia do Exército, ou seja, o próprio endereço do DOI-CODI/RJ, o que contradiz a informação divulga<strong>da</strong> no comunicado<br />

do dia 22. Além disso, documentos anexados ao processo junto <strong>à</strong> Comissão Especial levantam a possibili<strong>da</strong>de de que ambos tenham sido<br />

localizados e presos na própria residência de Maurício (“aparelho”, no documento policial encontrado nos arquivos pesquisados), tornando<br />

plausível que o tiroteio aventado nem tenha existido.<br />

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