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Direito à memória e à verdade - Ministério da Justiça

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JOÃO CARLOS HAAS SOBRINHO (1941-1972)<br />

Número do processo: 221/96<br />

Filiação: Ilma Linck Hass e Ildefonso Haas<br />

Data e local de nascimento: 24/06/1941, São Leopoldo (RS)<br />

Organização política ou ativi<strong>da</strong>de: PCdoB<br />

Data do desaparecimento: 29 ou 30/09/1972<br />

Data <strong>da</strong> publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95<br />

| 215 |<br />

COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS<br />

O gaúcho João Carlos cursou o primário e o ginasial no Ginásio São Luiz, em São Leopoldo (RS). O curso científico foi iniciado no Colégio<br />

São Jacó, naquela ci<strong>da</strong>de, e concluído no Colégio Anchieta, em Porto Alegre. Em 1959, ingressou na Facul<strong>da</strong>de de Medicina <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />

Federal do Rio Grande do Sul, formando-se em dezembro de 1964. Foi presidente <strong>da</strong> União Estadual dos Estu<strong>da</strong>ntes (RS) e do Centro Aca-<br />

dêmico Sarmento Leite, de sua Facul<strong>da</strong>de. Trabalhou como médico do Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre.<br />

Em janeiro de 1966, teria ido para São Paulo com a finali<strong>da</strong>de de completar seus estudos na área médica. Até 1968 a família recebeu cartas<br />

suas. Desde então, não houve mais correspondências. João Carlos passou a viver na clandestini<strong>da</strong>de. No livro A Ditadura Escancara<strong>da</strong>, de<br />

Elio Gaspari, consta a informação de que Haas teria recebido treinamento militar na China. Ao regressar ao Brasil, morou desde 1967 em<br />

Porto Franco, município maranhense na rodovia Belém-Brasília, onde montou um pequeno hospital. Com o crescimento <strong>da</strong>s operações de<br />

guerrilha urbana nas grandes ci<strong>da</strong>des brasileiras, em 1969 os órgãos de segurança do regime militar, por equívoco ou contra-informação,<br />

publicaram sua foto como sendo participante de uma dessas ações, o que obrigou Haas a mu<strong>da</strong>r-se de Porto Franco, apesar dos protestos<br />

e lágrimas <strong>da</strong> população local, que o tinha em alto apreço.<br />

Foi viver nas margens do Araguaia, a pouco mais de 200 quilômetros de Porto Franco, sendo conhecido como Juca. Trabalhou como lavrador<br />

na posse de Paulo Rodrigues, seu conterrâneo. Jamais abandonou o interesse pela Medicina. Escreveu vários trabalhos sobre malária e leish-<br />

maniose, com base em suas pesquisas e experiências. Na guerrilha, era o responsável pelo serviço de saúde. Participou de vários combates,<br />

sendo ferido em um deles. Foi morto em 29 ou 30/09/1972 conforme já descrito no caso anterior.<br />

No ano de 1979 seus familiares tomaram conhecimento de sua morte pela imprensa alternativa, com a divulgação de uma lista de mortos<br />

e desaparecidos políticos. Moradores do Araguaia contam que seu corpo foi exposto em praça pública pelos militares para assustar os<br />

moradores <strong>da</strong> região, muitos dos quais tinham recebido sua aju<strong>da</strong> médica. Em setembro de 1990 os familiares de João Carlos foram até<br />

Xambioá para tentar localizar seus restos mortais, mas não tiveram êxito. Segundo o Relatório do <strong>Ministério</strong> do Exército, apresentado em<br />

1993 ao ministro <strong>da</strong> <strong>Justiça</strong> Maurício Corrêa, João Carlos Haas, como militante do PCdoB, participou ativamente <strong>da</strong> guerrilha do Araguaia,<br />

onde teria desaparecido em 1972. Mas após a divulgação por Lucas Figueiredo do projeto “Orvil”, em abril de 2007, fica claro que o Exército<br />

já possuía informações mais concretas sobre a morte de João Carlos.<br />

MANOEL JOSÉ NURCHIS (1940–1972)<br />

Número do processo: 122/96<br />

Filiação: Rosalina de Carvalho Nurchis e José Francisco Nurchis<br />

Data e local de nascimento: 19/12/1940, São Paulo (SP)<br />

Organização política ou ativi<strong>da</strong>de: PCdoB<br />

Data do desaparecimento: 29 ou 30/09/1972<br />

Data <strong>da</strong> publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95<br />

Manoel era natural de São Paulo, onde trabalhava como operário. Depois de abril de 1964, passou a ser perseguido por suas posições po-<br />

líticas e pela militância no PCdoB. Deslocado para a região do Araguaia, residiu na área do Gameleira e pertenceu ao Destacamento B <strong>da</strong>

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