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Direito à memória e à verdade - Ministério da Justiça

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADE<br />

Os peritos também descartaram a possibili<strong>da</strong>de de Zuzu ter dormido ao volante: “a dinâmica pretendi<strong>da</strong> pelo laudo correspondente ao<br />

exame do local é absolutamente inverossímil. Primeiro porque um veículo Jamais mu<strong>da</strong>ria de direção abruptamente única e tão somente<br />

por conta do impacto de qualquer de suas ro<strong>da</strong>gens contra o meio-fio, qual seria galgado facilmente, projetando-se o veículo pelo talude<br />

antes de chegar ao guar<strong>da</strong>-corpo do viaduto. Segundo porque, sendo o meio-fio direito <strong>da</strong> auto-estra<strong>da</strong> perfeita e justamente alinhado com<br />

o guar<strong>da</strong>-corpo do viaduto, mesmo que o veículo se desviasse <strong>à</strong> esquer<strong>da</strong>, tal como o sugerido pelo laudo, desviar-se-ia do guar<strong>da</strong>-corpo,<br />

podendo, se muito, chocar o extremo direito <strong>da</strong> dianteira. Terceiro porque, mesmo que se admitisse a trajetória retilínea final, nos nove metros<br />

consignados pelo laudo, tendo-se em conta que o veículo chocou a dianteira esquer<strong>da</strong> e que não havia mais na<strong>da</strong> <strong>à</strong> direita, a não ser a rampa<br />

inclina<strong>da</strong> <strong>da</strong> superfície do talude, teríamos que aceitar que as ro<strong>da</strong>s do lado direito ficariam no ar e o veículo perfeitamente em nível até que<br />

batesse no guar<strong>da</strong>-corpo, o que, evidentemente seria impossível”.<br />

impossível”<br />

Em 1987, Virginía Valli, publicou o livro “Eu, Zuzu Angel, procuro meu filho – a <strong>ver<strong>da</strong>de</strong>ira história de um assassinato político”. político” Em 2006,<br />

o diretor Sérgio Rezende levou <strong>à</strong>s telas a cine-biografia <strong>da</strong> estilista Zuzu Angel, interpreta<strong>da</strong> pela atriz Patrícia Pilar. A música que Chico<br />

Buarque e Miltinho compuseram, em 1977, em sua homenagem, evoca a dor de Zuzu e uma <strong>da</strong>s versões existentes para o desaparecimento<br />

do corpo do filho Stuart – jogado de helicóptero no Atlântico –, mencionando também os figurinos que ela apresentou no desfile com o<br />

motivo de anjos:<br />

Quem é essa mulher<br />

Que canta sempre esse estribilho<br />

Só queria embalar meu filho<br />

Que mora na escuridão do mar<br />

Quem é essa mulher<br />

Que canta sempre esse lamento<br />

Só queria lembrar o tormento<br />

Que fez o meu filho suspirar<br />

Quem é essa mulher<br />

Que canta sempre o mesmo arranjo<br />

Só queria agasalhar meu anjo<br />

E deixar seu corpo descansar<br />

Quem é essa mulher<br />

Que canta como dobra um sino<br />

Queria cantar por meu menino<br />

Que ele já não pode mais cantar<br />

JORGE ALBERTO BASSO (1951 – 1976)<br />

Número do processo: 304/96<br />

Data e local de nascimento: 17/02/1951, Buenos Aires<br />

Filiação: Sara Santos Mota e Jorge Victor Basso<br />

Organização política ou ativi<strong>da</strong>de: POC<br />

Data e local do desaparecimento: 15/04/1976, em Buenos Aires<br />

Relator: João Grandino Ro<strong>da</strong>s<br />

Indeferido em: 01/08/96<br />

Data <strong>da</strong> publicação no DOU: 05/08/1996<br />

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