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Direito à memória e à verdade - Ministério da Justiça

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PAULINE PHILIPE REICHSTUL (1947-1973)<br />

Número do processo: 149/96<br />

Filiação: Ethel Reichstul e Selman Reichstul<br />

Data e local de nascimento: 18/07/1947, em Praga, Tchecoslováquia<br />

Organização política ou ativi<strong>da</strong>de: VPR<br />

Data e local <strong>da</strong> morte: entre 07 e 09/01/1973, Abreu e Lima (PE)<br />

Relator: Paulo Gustavo Gonet Branco<br />

Deferido em: 29/02/1996 por unanimi<strong>da</strong>de<br />

Data <strong>da</strong> publicação no DOU: 06/03/1996<br />

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COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS<br />

Pauline Reichstul nasceu em Praga, em 1947, filha de judeus poloneses. Seus pais eram sobreviventes <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Guerra e se casaram de-<br />

pois de encerrado o conflito. Viveram primeiramente na Tchecoslováquia, onde Pauline nasceu. Quando a menina tinha 18 meses, a família<br />

mudou-se para Paris, onde viveu até 1955, voltando então a migrar, agora em direção ao Brasil.<br />

Com 8 anos de i<strong>da</strong>de, Pauline foi estu<strong>da</strong>r no Liceu Pasteur, em São Paulo. Viveu também no Estado de Israel, por um ano e meio, onde<br />

trabalhou e estudou. Depois de curtas esta<strong>da</strong>s na Dinamarca e na França, fixou residência na Suíça em 1966, primeiramente em Lausanne<br />

e depois em Genebra. Completou o curso de Psicologia na Universi<strong>da</strong>de de Genebra em 1970. Nesse período, passou a ter contatos com mo-<br />

vimentos de estu<strong>da</strong>ntes brasileiros de resistência ao regime militar. Trabalhou com vários órgãos de divulgação na Europa denunciando as<br />

violações de <strong>Direito</strong>s Humanos no Brasil, em especial as torturas e mortes de militantes. Foi namora<strong>da</strong> e depois esposa de Ladislas Dowbor,<br />

dirigente <strong>da</strong> VPR banido do país em junho de 1970, quando do seqüestro do embaixador alemão no Brasil.<br />

Apesar de perfeitamente identifica<strong>da</strong> pelos órgãos de repressão, Pauline foi sepulta<strong>da</strong> como indigente no Cemitério <strong>da</strong> Várzea, em Recife.<br />

No dia 12/01/1973 foi autoriza<strong>da</strong> a exumação do corpo e o traslado para São Paulo. Após a aprovação do processo na CEMDP, o irmão de<br />

Pauline, Henri Philippe Reichstul, ex-preso político e ex-presidente <strong>da</strong> Petrobras, criou uma fun<strong>da</strong>ção com o objetivo de investir em projetos<br />

sociais a indenização recebi<strong>da</strong> pela família. Fun<strong>da</strong>do em 1999, o Instituto Pauline Reichstul de Educação Tecnológica, <strong>Direito</strong>s Humanos e<br />

Defesa do Meio Ambiente, é uma organização não-governamental que atende crianças e adolescentes, especialmente no Conjunto Taquari,<br />

numa região carente de Belo Horizonte (MG).<br />

EUDALDO GOMES DA SILVA (1947-1973)<br />

Número do processo: 179/96<br />

Filiação: Isaura Gomes <strong>da</strong> Silva e João Gomes <strong>da</strong> Silva<br />

Data e local de nascimento: 01/10/1947, Bom Conselho (PE)<br />

Organização política ou ativi<strong>da</strong>de: VPR<br />

Data e local <strong>da</strong> morte: entre 07 e 09/01/1973, Abreu e Lima (PE)<br />

Relator: Paulo Gustavo Gonet Branco<br />

Deferido em: 02/04/1996 por unanimi<strong>da</strong>de<br />

Data <strong>da</strong> publicação no DOU: 11/04/1996<br />

Eu<strong>da</strong>ldo Gomes <strong>da</strong> Silva era pernambucano de Bom Conselho e foi o quarto militante banido do país a ser morto depois de regressar ao<br />

Brasil para retomar a luta clandestina contra o regime militar. Seu pai era carpinteiro do Colégio 2 de julho, em Salvador (BA), o que lhe<br />

permitiu estu<strong>da</strong>r ali até concluir o curso secundário. Em 1965, ingressou na Escola de Agronomia na Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Bahia, onde<br />

foi membro do DCE e do Diretório Acadêmico de sua facul<strong>da</strong>de. Fez parte <strong>da</strong> delegação baiana ao congresso de Ibiúna, em 1968.<br />

No final de 1969, engajado na militância política, optou por não concluir o curso, dirigindo carta aos seus colegas de turma, onde justificou<br />

o gesto de não colar grau afirmando que seu compromisso maior era lutar contra a ditadura. Em maio de 1970, já na vi<strong>da</strong> clandestina e

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