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Direito à memória e à verdade - Ministério da Justiça

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PAULO COSTA RIBEIRO BASTOS (1945-1972)<br />

Número do processo: 147/96<br />

Filiação: Maria do Carmo Costa Bastos e Othon Ribeiro Bastos<br />

Data e local de nascimento: 16/2/1945, Juiz de Fora (MG)<br />

Organização política ou ativi<strong>da</strong>de: MR-8<br />

Data e local do desaparecimento: 11/7/1972, no Rio de Janeiro<br />

Data <strong>da</strong> publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 4/12/95<br />

SÉRGIO LANDULFO FURTADO (1951-1972)<br />

Número do processo: 001/96<br />

Filiação: Diva Landulfo Furtado e George de Souza Furtado<br />

Data e local de nascimento: 24/05/1951, Serrinha/BA<br />

Organização política ou ativi<strong>da</strong>de: MR-8<br />

Data e local do desaparecimento: 11/07/1972, no Rio de Janeiro<br />

Data <strong>da</strong> publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 4/12/95<br />

| 305 |<br />

COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS<br />

Militantes do MR-8, foram presos, de acordo com as informações que puderam ser colhi<strong>da</strong>s, em 11/07/1972, no bairro <strong>da</strong> Urca, Rio de<br />

Janeiro. Há duas versões sobre os fatos: ou foram presos no próprio apartamento em que residiam, ou conseguiram escapar <strong>da</strong>li e se re-<br />

fugiaram num ônibus que foi interceptado adiante, numa barreira dos agentes dos órgãos segurança que fechava a única saí<strong>da</strong> <strong>da</strong>quele<br />

bairro densamente habitado por oficiais. Foram levados ao DOI-CODI/RJ, sendo torturados e mortos. Os dois nomes integram a lista de<br />

desaparecidos políticos anexa <strong>à</strong> Lei nº 9.140/95.<br />

Paulo era nascido em Juiz de Fora e filho do general de divisão <strong>da</strong> ativa do Exército Othon Ribeiro Bastos. Cursou o 1º e o 2º graus<br />

no Colégio Militar do Rio de Janeiro, ingressando na Facul<strong>da</strong>de de Engenharia <strong>da</strong> UFRJ. Concluiu sua graduação acadêmica em 1970<br />

e trabalhou como engenheiro hidráulico no Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS). Era casado com Tereza Cristina<br />

Denucci Martins. Estava atuando na clandestini<strong>da</strong>de e respondeu a vários processos por integrar o MR-8. No “livro negro” do Exército<br />

consta que ele teria participado, em 22/11/1971, de assalto a um carro forte <strong>da</strong> empresa Transport, em Madureira, quando um dos<br />

guar<strong>da</strong>s foi morto e outros três baleados.<br />

Sergio nasceu em Serrinha (BA) e foi estu<strong>da</strong>nte de Economia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Bahia, passando a atuar na clandestini<strong>da</strong>de desde<br />

1969. Integrou a Dissidência Comunista <strong>da</strong> Bahia, que se reuniu <strong>à</strong> Dissidência <strong>da</strong> Guanabara na constituição do MR-8. Respondeu a dife-<br />

rentes processos na <strong>Justiça</strong> Militar, sendo julgado <strong>à</strong> revelia, por participação em várias ações arma<strong>da</strong>s, inclusive o assalto ao carro forte<br />

mencionado no parágrafo anterior.<br />

No próprio dia de sua prisão, Sérgio havia telefonado <strong>à</strong> mãe, para <strong>da</strong>r-lhe um beijo pelo Dia <strong>da</strong>s Mães já transcorrido. No dia 24/07, seus pais<br />

receberam telefonema em Salvador, informando que o filho tinha sido preso no Rio de Janeiro. De imediato viajaram para lá, constituindo<br />

como advogado Augusto Sussekind, que impetrou habeas-corpus junto ao STM. Nunca conseguiram obter respostas sobre o paradeiro de<br />

Sérgio. Estiveram com o general Fiúza de Castro, que negou a prisão, e ain<strong>da</strong> escreveram ao presidente Emílio Garrastazu Médici mais<br />

tarde escreveram ao ministro <strong>da</strong> <strong>Justiça</strong> de Ernesto Geisel, Armando Falcão. Nos processos a que respondia como militante do MR-8, Sérgio<br />

continuou sendo julgado e foi condenado <strong>à</strong> revelia em alguns e absolvido em outros.<br />

Denúncias sobre a prisão dos dois militantes foram feitas nas auditorias militares por Paulo Roberto Jabour, Nelson Rodrigues Filho, Manoel<br />

Henrique Ferreira e Zaqueu José Bento. Em 1978, o ministro do STM general Rodrigo Octávio Jordão requereu ao tribunal que fosse inves-<br />

tigado o desaparecimento de Paulo e Sérgio, mas na<strong>da</strong> foi apurado.

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