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Direito à memória e à verdade - Ministério da Justiça

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COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS<br />

o conduzia. Nov./74 - Relacionado entre os que estiveram ligados <strong>à</strong> tentativa de implantação <strong>da</strong> guerrilha rural, leva<strong>da</strong> a efeito pelo CC do<br />

PCdoB, em Xambioá. Morto em 27/02/74”.<br />

Há informações de que seus restos mortais podem estar enterrados na Bacaba, no quilômetro 68 <strong>da</strong> Transamazônica, onde funcionou uma<br />

base militar com centro de torturas. Segundo moradores do local, havia um cemitério clandestino no fundo dessa base, próximo <strong>à</strong> mata.<br />

Com base no Dossiê produzido por militares que atuaram no combate <strong>à</strong> guerrilha, o jornalista Hugo Stu<strong>da</strong>rt registra também a informação<br />

de que Antônio Teodoro teria morrido entre o Natal e 31 de dezembro de 1973, executado depois de preso. A discrepância de quase dois<br />

meses entre possíveis <strong>da</strong>tas de sua morte pode significar que tenha permanecido vivo durante todo esse período.<br />

CILON DA CUNHA BRUM (1946-1974)<br />

Número do processo: 086/96<br />

Filiação: Eloah Cunha Brum e Lino Brum<br />

Data e local de nascimento: 03/02/1946, São Sepé (RS)<br />

Organização política ou ativi<strong>da</strong>de: PCdoB<br />

Data do desaparecimento: 27/02/1974<br />

Data <strong>da</strong> publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95<br />

Gaúcho de São Sepé, iniciou seus estudos no Rio Grande do Sul e se transferiu posteriormente para São Paulo, onde ingressou no curso de<br />

Economia <strong>da</strong> PUC e atuou no Movimento Estu<strong>da</strong>ntil, sendo eleito presidente do Diretório Acadêmico <strong>da</strong> Economia e dirigente do Diretório<br />

Central dos Estu<strong>da</strong>ntes. Ao mesmo tempo, trabalhou na MPM publici<strong>da</strong>de. Seu último contato com a família foi em junho de 1970, quando<br />

esteve em Porto Alegre e revelou para seus irmãos que estava com problemas políticos e que poderia ser preso a qualquer momento.<br />

Militante do PCdoB, foi deslocado em 1971 para uma locali<strong>da</strong>de junto ao rio Gameleira, no Araguaia, sendo conhecido como Simão ou<br />

Comprido. Conforme o relatório Arroyo, “em out./72 passou a vice-coman<strong>da</strong>nte do dest. B”. Estava junto com Osvaldão na locali<strong>da</strong>de de<br />

Couro Dantas quando foi morto o cabo Rosa, primeiro militar a ser abatido pelos guerrilheiros, em maio de 1972.<br />

O relatório do <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Marinha informa que, “em set./73 - era chefe do Grupo Castanhal do Dest. B. Morto em 27/02/74”. Pedro Ribeiro Alves,<br />

conhecido como ‘Pedro Galego’ testemunhou, em depoimento ao <strong>Ministério</strong> Público Federal, em São Geraldo do Araguaia, em 19/07/01, ter visto<br />

vivos, no acampamento do Exército em Xambioá, os guerrilheiros Batista, Áurea, Simão (Cilon <strong>da</strong> Cunha Brum) e Josias.<br />

Em documento elaborado pela ABIN em 21/02/2005, em resposta a um requerimento <strong>da</strong> Secretaria Especial dos <strong>Direito</strong>s Humanos <strong>da</strong><br />

Presidência <strong>da</strong> República, consta que Cilon, “foi militante do PCdoB, fez curso de guerrilha na região de Marabá/PA. Em set. 72, seu nome<br />

integrou uma relação de procurados pelo Departamento de Operações e Informações do Centro de Operações de Defesa Interna do II Exército<br />

(DOI-CODI/II Ex)”.<br />

O livro Operação Araguaia, de Taís Morais e Eumano Silva, apresenta uma foto de Cilon já preso, agachado junto a um grupo de militares,<br />

e relata: “Em uma <strong>da</strong>s passagens por Xambioá, o sol<strong>da</strong>do Adolfo <strong>da</strong> Cruz Rosa conheceu o guerrilheiro Simão, preso pelos militares. O es-<br />

querdista an<strong>da</strong>va solto pela base <strong>da</strong>s Forças Arma<strong>da</strong>s monta<strong>da</strong> nos arredores <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Sem algemas, mas vigiado, bombeava água para o<br />

acampamento por ordem dos coman<strong>da</strong>ntes. Alto, branco, Simão estava com Osvaldão na refrega em que morreu o cabo Rosa. Havia dúvi<strong>da</strong><br />

sobre quem deu o tiro fatal. Colegas estimulavam Adolfo a matar o comunista e vingar a morte do irmão. O sol<strong>da</strong>do dizia que considerava a<br />

idéia um absurdo. Adolfo e Simão conversaram várias vezes. Uma vez o irmão do cabo Rosa quis tirar a dúvi<strong>da</strong>.<br />

‘Você matou meu irmão?’<br />

‘Não, não fui eu.’

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