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MÚSICA DE FESTIVAL: - Arte, Cultura e Sociedade na América ...

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INTRODUÇÃO<br />

“Bue<strong>na</strong>s e me espalho! Nos pequenos dou de prancha, nos<br />

grandes dou de talho!”<br />

Érico Veríssimo. Um Certo Capitão Rodrigo (1970).<br />

Esta dissertação é resultado de uma etnografia a respeito da produção de música<br />

<strong>na</strong>tivista no festival Sapecada da Canção Nativa, em Lages-SC. Uma etnografia sobre músicas<br />

de festival; sobre o universo que as envolve e as pessoas que as fazem soar desde que os<br />

festivais de música <strong>na</strong>tivista se tor<strong>na</strong>ram um espaço privilegiado para o que ficou conhecido<br />

no Rio Grande do Sul – primeiramente - como Movimento Nativista, a partir da década de<br />

1980.<br />

Ao longo deste trabalho, a constituição do <strong>na</strong>tivismo é abordada juntamente com o que<br />

lhe serve de substrato maior: a chamada cultura gaúcha. Suas representações, suas histórias,<br />

seus perso<strong>na</strong>gens. Obviamente, um tema tão amplo não poderia ser resumido pelas pági<strong>na</strong>s<br />

que seguem. No entanto, o esforço empreendido teve a humilde intenção de apresentar ao<br />

leitor algumas considerações anteriores a respeito do assunto - apontando importantes<br />

pesquisas e pesquisadores -, no sentido de contribuir para o levantamento de questões com<br />

relação aos elementos evocados pela produção musical <strong>na</strong>tivista.<br />

Nesse sentido, os festivais e as festividades como formatos, momentos, espaços<br />

paradigmáticos, aparecem em sua importância teórico-metodológica para os estudos a respeito<br />

dos imaginários que di<strong>na</strong>mizam as sociedades que os produzem. Para tanto, a pesquisa<br />

voltou-se também para a riqueza etnográfica do festival Sapecada da Canção Nativa - inserido<br />

<strong>na</strong> Festa Nacio<strong>na</strong>l do Pinhão – e as relações entre sua produção musical e os imaginários em<br />

torno da formação da cidade de Lages.<br />

Como um estilo musical, a música <strong>na</strong>tivista compreende diferentes gêneros –<br />

denomi<strong>na</strong>dos ritmos pelos interlocutores dessa etnografia. Portanto, é preciso si<strong>na</strong>lizar uma<br />

primeira questão de distanciamento durante a pesquisa: os conceitos relativos à artisticidade –<br />

como propõe Menezes Bastos em diferentes momentos de sua produção etnográfica<br />

(MENEZES BASTOS, 1978; 1995; 2007) – merecem uma avaliação cuidadosa por parte do<br />

pesquisador. No contexto desta etnografia, o conceito de gênero musical – utilizado por<br />

diferentes estudos da música <strong>na</strong>tivista – encontra-se com o conceito <strong>na</strong>tivo de ritmo. Ao longo<br />

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