MÚSICA DE FESTIVAL: - Arte, Cultura e Sociedade na América ...
MÚSICA DE FESTIVAL: - Arte, Cultura e Sociedade na América ...
MÚSICA DE FESTIVAL: - Arte, Cultura e Sociedade na América ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>na</strong>tivistas comprovava o estado de espírito do gauchismo. Isto é, que mesmo as gerações<br />
atuais que jamais experimentaram as vivências campeiras, tradicio<strong>na</strong>listas, poderiam se<br />
considerar gaúchas.<br />
Ribeiro tem 25 anos e, como mencio<strong>na</strong>do, é considerado parte da nova, ou atual,<br />
geração de músicos <strong>na</strong>tivistas da cidade de Lages. Começou a participar de festivais <strong>na</strong>tivistas<br />
em 2003, atuando como instrumentista. Em 2004, passou a atuar como compositor e<br />
intérprete <strong>na</strong> Sapecada da Canção Nativa, recebendo muitos elogios por parte dos colegas -<br />
chegando a ser comparado a Noel Guarany, compositor sul-rio-grandense considerado um dos<br />
ícones da música <strong>na</strong>tivista. Acompanhando algumas apresentações de Ribeiro com o quarteto<br />
do qual faz parte (o “Quarteto Coração de Potro”, de Lages-SC), observei a reação do público<br />
que os assistia. Além dos amigos e familiares, sempre presentes, muitos espectadores<br />
mostravam-se surpresos com as interpretações tanto de Ribeiro, quanto de Vítor Amorim –<br />
outro integrante do quarteto 134 . Em entrevista com o compositor sul-rio-grandense Luís<br />
Marenco – durante a passagem de som do festival de 2009 -, Ribeiro e Amorim foram citados<br />
como exemplos da importância do movimento <strong>na</strong>tivista em Santa Catari<strong>na</strong> e também no Rio<br />
Grande do Sul:<br />
127<br />
“A importância do movimento <strong>na</strong>tivista é tamanha, porque se pode observar<br />
tanto nos palcos do Rio Grande do Sul, quanto em Santa Catari<strong>na</strong>, que a<br />
juventude está cada vez mais próxima dos festivais, a juventude está cada<br />
vez mais próxima do compositor, do músico, do poeta. A importância do<br />
movimento <strong>na</strong>tivista está nesse contexto. [...] O festival, sempre digo, é uma<br />
vitrine. Foi vitrine para mim, e vai seguir sempre. Eu canto há vinte anos, e<br />
nesses vinte anos eu participo de festival. Eu sempre vou participar, porque<br />
eu acho que tem uma importância tamanha para a cultura. É notável o<br />
crescente profissio<strong>na</strong>lismo dos festivais. A estrutura da Sapecada, por<br />
exemplo... os organizadores de outros festivais do Rio Grande do Sul vêm<br />
aqui para observar e levarem coisas para melhorarem os seus festivais. [...]<br />
O festival <strong>na</strong>tivista é importantíssimo para o <strong>na</strong>scimento de valores... Índio<br />
Ribeiro, aqui de Lages, é um exemplo. Nasceu nos festivais, está há pouco<br />
tempo participando de festivais, e já tem algumas composições gravadas em<br />
discos. Vai começar a gravação de seu primeiro disco agora, fruto desta<br />
vitrine, fruto do movimento <strong>na</strong>tivista. Vítor Amorim... outro cantor aqui de<br />
Lages, também <strong>na</strong>scido neste mesmo movimento. Então a importância está<br />
aí. Eu <strong>na</strong>sci nesse movimento, novos cantores, compositores, músicos estão<br />
<strong>na</strong>scendo”. (Luís Marenco, entrevista concedida em junho de 2009, em<br />
Lages-SC)<br />
134 Tanto Ribeiro quanto Amorim foram convidados pelo compositor Luís Marenco - durante alguns de seus<br />
shows - para interpretarem as composições de seu repertório. Na 17 a Sapecada da Canção Nativa, Ribeiro<br />
interpretou a composição “Milonga para cantar querência” ao lado de Luís Marenco e Lizandro Amaral. A<br />
composição conquistou o primeiro lugar do festival e os prêmios de melhor melodia e melhor conjunto vocal.