MÚSICA DE FESTIVAL: - Arte, Cultura e Sociedade na América ...
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As frases executadas pelo canto (voz) foram divididas em estrofes (A, B, C e D) e<br />
refrão (R e R’) 141 . A presença marcante, nessa composição, de sincopas, notas pontuadas,<br />
terci<strong>na</strong>s e divisões simples de tempo (como colcheias, semicolcheias e semínimas) não podem<br />
ser tomadas como regularidades no canto de milongas. De acordo com Índio Ribeiro, a<br />
divisão rítmica do canto se deu em função da letra, acompanhando as articulações das<br />
palavras e “encaixando o ritmo do canto da letra <strong>na</strong> música”. Nesse sentido, o compositor<br />
revelou não se preocupar com as estruturas (métricas) convencio<strong>na</strong>is das letras de milonga<br />
(geralmente décimas 142 ), e sim com “um ritmo que soasse bem”. Interessante notar, como<br />
apontou Lucas, que a característica marcante das sincopas <strong>na</strong> música brasileira – idéia<br />
problematizada por Sandroni (2001) – é praticamente ausente <strong>na</strong>s composições <strong>na</strong>tivistas.<br />
Quando aparece, segundo a autora, apresenta acentuações irregulares – como acontece em<br />
vários períodos de “Tempo Antigo”. Os motivos rítmicos e melódicos, das estrofes e do<br />
refrão, podem ser observados nos seguintes exemplos:<br />
Ex 1: (Estrofes A e B , compassos 15- 31)<br />
141 A seqüência rítmica das estrofes e do refrão se repete, mudando ape<strong>na</strong>s a letra da composição, por isso a<br />
menção A, B, C e D, para as estrofes, e R e R’, para o refrão.<br />
142 Menciono as décimas no capítulo 2, p. 64.<br />
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