MÚSICA DE FESTIVAL: - Arte, Cultura e Sociedade na América ...
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camarim. Os músicos que saíram do palco sentaram ao meu lado <strong>na</strong> arquibancada e<br />
conversaram animadamente sobre a composição e a qualidade do som. Cada grupo executava<br />
a composição duas vezes: um técnico de som comandava o ensaio. Aos poucos, outros<br />
músicos chegavam ao pavilhão, trazendo seus instrumentos, cumprimentando os amigos, num<br />
clima bastante amistoso. A passagem de som do festival é realizada sempre à tarde, durante as<br />
fases elimi<strong>na</strong>tórias. No último dia do evento - a “fi<strong>na</strong>líssima”- não há passagem de som, pois<br />
se apresentam as composições classificadas nos dois dias anteriores (fases elimi<strong>na</strong>tórias).<br />
A abertura do festival aconteceu às nove horas da noite, com a fala do apresentador<br />
conhecido em Lages como “Cascão” 104 . Após anunciar os promotores do evento (Prefeitura<br />
de Lages, Lei de Incentivo à <strong>Cultura</strong> do Ministério da <strong>Cultura</strong> e Fundação <strong>Cultura</strong>l de Lages)<br />
e seus patroci<strong>na</strong>dores, o apresentador chamou ao palco a primeira concorrente da noite, a<br />
milonga “Povoeiro, Flor de Campeiro”, com letra e música de João Stimamilio Santos e<br />
interpretação de Flávio Hanssen.<br />
Fotografia 12: “Cascão”, apresentador da 16 a Sapecada da Canção<br />
Nativa (2008)<br />
Acompanhei a execução da música ao lado da mesa dos jurados, tentando conciliar a<br />
observação dos músicos no palco e as reações dos jurados. Também observei a maneira como<br />
o público recebia as composições, com aplausos, saudações, assovios, sapucays 105 . Livretos<br />
com as letras das composições concorrentes são distribuídos para o público, sempre no início<br />
104<br />
O apresentador estava utilizando a indumentária típica gaúcha: bombacha, camisa, lenço, chapéu, guaiaca<br />
(espécie de cinto) e botas.<br />
105<br />
Do vocabulário gauchesco, o mesmo que “grito espontâneo”. De acordo com meus interlocutores, os<br />
sapucays são gritos dados pelos “chamameceros” (compositores, instrumentistas ou apreciadores do gênero<br />
musical chamamé) no momento em que se ouve um chamamé. Ainda, no fi<strong>na</strong>l de uma música que tenha<br />
agradado o público durante um festival ou qualquer outra apresentação de música <strong>na</strong>tivista.<br />
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