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MÚSICA DE FESTIVAL: - Arte, Cultura e Sociedade na América ...

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aquele argumento provocou <strong>na</strong>s pessoas que concordavam afirmativamente com a cabeça<br />

durante a palestra, pareceu-me que não se tratava ape<strong>na</strong>s de uma questão econômica, de<br />

incentivos para o turismo <strong>na</strong> cidade etc. Infelizmente, levando em conta o intuito primeiro de<br />

minha pesquisa, não pude me concentrar sobre essa questão.<br />

Em outra obra, o pesquisador local Asdrubal Guedes (1979) 30 mencio<strong>na</strong> um pouco<br />

mais os dados sobre a estrada construída para a passagem das tropas de comércio, e que<br />

cortava a região onde Lages foi construída. Segundo o autor, pertencente à capitania de São<br />

Paulo, a região dos campos de “Lagens” (como a cidade foi chamada por algum tempo) já era<br />

um ponto de passagem para os tropeiros que iam dos campos de Vacaria, de Viamão ou de<br />

Araranguá até as feiras de Sorocaba, em São Paulo. Sobre o povoamento e a saga de Antônio<br />

Correia Pinto <strong>na</strong> construção do povoado não há grandes novidades. No entanto, o autor<br />

apresenta maior discussão a respeito da participação de Lages <strong>na</strong> Revolução Farroupilha, em<br />

1838. Segundo Guedes, no dia 20 de setembro de 1835, irrompia no Rio Grande do Sul um<br />

movimento revolucionário contra o Governo Regencial e favorável ao ideal republicano<br />

federalista. Em março de 1838, a vila de Lages teria sido invadida por revolucionários que<br />

encontraram “simpatia e bom acolhimento por parte da maioria da população” (GUE<strong>DE</strong>S,<br />

1987: 11). O autor apresenta o dia 11 de março de 1838 como um dos momentos mais<br />

curiosos da história lagea<strong>na</strong>: é quando os farroupilhas proclamam a “República em Lages”.<br />

Os revoltosos aboliram o regime monárquico e o território de Lages foi declamado parte<br />

integrante da República Riograndense por dez dias. Guedes anuncia como “curiosidades<br />

locais”: Lages já pertenceu ao Rio Grande do Sul.<br />

Como que explicando a propensão da cidade em envolver-se em importantes<br />

momentos políticos, como a Revolução Farroupilha e a Revolução de 30, Edízio Nery Caon<br />

(1978) 31 argumenta: “Lages participou de todos esses acontecimentos por motivos ligados a<br />

sua condição ecológica, a seu destino telúrico”. (CAON, 1978: 10) No entanto, em quê a<br />

condição ecológica e um destino ligado ao amor a terra pesariam mais <strong>na</strong> decisão de alguns<br />

moradores da cidade em envolverem-se no conflito Farroupilha, por exemplo? O autor não<br />

explora seu argumento, mas indica-nos pistas para entendê-lo. Ao falar do povoamento da<br />

cidade, Caon sentencia:<br />

30 Guedes, Asbrubal. Lages: história, atualidade, símbolos. Lages: Müller Editora, 1979.<br />

31 Caon, Edízio Nery. Estórias de minha cidade. Lages: Sua Livraria, 1978.<br />

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