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MÚSICA DE FESTIVAL: - Arte, Cultura e Sociedade na América ...

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comentadores, ou historiadores da casa e de formas específicas de <strong>na</strong>rrar o que entendem<br />

como “fatos históricos”.<br />

De acordo com Diehl (2002), é preciso ampliar a noção de historiografia,<br />

principalmente no sentido de que comumente sugere a idéia de que se trata da história do<br />

escrito histórico, da história da história, da história do pensamento histórico, classificadas em<br />

diversas tendências teóricas, tais como a historiografia romântica, determinista, marxista, etc.,<br />

ou em <strong>na</strong>rrativas eruditas, retóricas, críticas, revisionistas. Essa concepção tor<strong>na</strong>-se<br />

incompleta <strong>na</strong> medida em que encobriria, pelo menos, outras possibilidades de se conceber a<br />

historiografia, e por não alcançar a “essência substantiva” das <strong>na</strong>rrativas.<br />

Uma primeira possibilidade reside em denomi<strong>na</strong>r a <strong>na</strong>rrativa a partir das<br />

formas de representação do conhecimento histórico. Essas formas estão<br />

ancoradas no caráter literário das próprias fontes de pesquisa, nesse caso, as<br />

memórias, que têm autonomia formal diante da construção da ciência<br />

histórica. Aqui estão todas as formas de textos nos quais se manifesta o<br />

potencial argumentativo próprio da temporalidade de um saber histórico<br />

científico, aspecto que confere plausibilidade explicativa ao saber produzido.<br />

(DIEHL, 2002: 152)<br />

Nesse sentido, a importância das <strong>na</strong>rrativas enquanto um ponto crucial <strong>na</strong> discussão<br />

sobre as concepções de historiografia. De acordo com o autor, com as memórias se passa algo<br />

parecido, pois geralmente são catalogadas como tradicio<strong>na</strong>is, críticas, heróicas, sem que seja<br />

questio<strong>na</strong>do sobre as formas <strong>na</strong>rrativas – as quais já estariam contidas <strong>na</strong>s memórias como<br />

fontes da história, isto é, representações de experiências do passado.<br />

O primeiro livro que tive contato foi o de A<strong>na</strong> Eli Figueiredo Córdova (1987) 27 , ao<br />

que tudo indica uma professora da rede municipal de ensino que desenvolve um material<br />

didático encomendado pela escola para a discipli<strong>na</strong> de “estudos sociais”. Segundo a autora, o<br />

povoamento da região serra<strong>na</strong> se deu a partir da necessidade de ligar São Paulo ao Rio Grande<br />

do Sul, no século XVIII, por meio de uma estrada de comércio, utilizada pelos tropeiros 28 .<br />

Tal estrada passava pelos campos de Lages, e logo alguns fazendeiros se estabeleceram <strong>na</strong><br />

região com fazendas de criação de gado. Córdova aponta que Antônio Correia Pinto de<br />

Macedo teria vindo de São Paulo para fundar o povoado em 22 de novembro de 1766. Iniciou<br />

27<br />

Córdova, A<strong>na</strong> Eli Figueiredo. “Vamos conhecer Lages?”. Lages: Publicação da Escola Básica Belisário<br />

Ramos/Gráfica Municipal, 1987.<br />

28<br />

O tropeirismo foi uma atividade bastante próspera a partir do século XVII, onde a florescente mineração da<br />

zo<strong>na</strong> das Gerais necessitava de rebanhos de gado vindos do sul. Muitas cidades do sul e sudeste do Brasil<br />

surgiram em decorrência do tropeirismo, pois foram abertos caminhos e criados locais de pouso para a engorda<br />

do gado que viajava meses até chegar ao destino fi<strong>na</strong>l.<br />

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