MÚSICA DE FESTIVAL: - Arte, Cultura e Sociedade na América ...
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um jeito de ser. Você tem uma eleição de ritmos e de instrumentos que fazem<br />
você ficar com uma cara de sul do Brasil. Mas você também é universal<br />
porque não se pode fugir das influências globais.” (Bada Castro, entrevista<br />
realizada em fevereiro de 2009, em Lages-SC)<br />
Fotografia 20: Execução da composição “Marcos <strong>na</strong> Memória” durante a 9 a<br />
Sapecada da Serra Catarinense (2009). Da esquerda para a direita: Bada<br />
Castro (intérprete), Éder Goulart (intérprete) e Jones Andrei Vieira<br />
(acordeom).<br />
Aliada a um trabalho artesa<strong>na</strong>l, está uma imersão no que Castro chama de música de<br />
raiz do Cone Sul. Um universo de sons, imagens, histórias, que a música <strong>na</strong>tivista - no<br />
entender desses compositores - <strong>na</strong>turalmente absorveu. Ainda, a cara dessa música só pode<br />
ser compreendida através da relação entre o regio<strong>na</strong>l e o universal – relação tão paradigmática<br />
<strong>na</strong>s discussões a respeito da constituição de identidades locais, regio<strong>na</strong>is, <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is etc. O<br />
processo de composição acaba por envolver os sujeitos em repertórios identitários bastante<br />
complexos, carregados de significados sempre negociáveis, transculturais. Na análise<br />
etnográfica da composição <strong>na</strong>tivista “Brasilha<strong>na</strong>” - durante a quarta edição do festival<br />
Musicanto Sul Americano de Nativismo (Santa Maria-RS) -, Lucas (2003) observa que o<br />
processo de composição também envolve a constituição de “signos musicais transculturais”:<br />
Los datos etnográficos ligados a ‘Brasilha<strong>na</strong>’ (discursos émic de los<br />
compositores, intérpretes, miembros del público, medios de comunicación)<br />
lleva la marca de mensajes contradictorios englobados dentro del mismo<br />
código sonoro, en este caso u<strong>na</strong> canción que supuestamente mezclaba los<br />
signos de los géneros musicales africanos, brasileños e hispanos. Por parte<br />
del compositor y los intérpretes de ‘Brasilha<strong>na</strong>’ hay u<strong>na</strong> intención declarada<br />
de crear un signo colectivo de identidad para los brasileños e hispanos del<br />
área del Rio de la Plata. Las relaciones intermusicales llevadas por el<br />
discurso musical, los significados interculturales introducidos en el título y