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Brasil 4D - Estudo de Impacto Socioeconômico - EBC

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<strong>Brasil</strong> <strong>4D</strong> <strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>Impacto</strong> Socioeconômico sobre a TV Digital Pública Interativa<br />

A formação histórica do bairro reflete a caracterização dos seus moradores, dos quais a maioria viveu <strong>de</strong> variadas comunida<strong>de</strong>s<br />

originadas nas lutas sociais pela moradia urbana, e chamadas pelos próprios moradores <strong>de</strong> “acampamentos” e “alojamentos”, on<strong>de</strong><br />

foram submetidos a condições precárias <strong>de</strong> existência. Os relatos são <strong>de</strong> sofrimento e luta apontando a conquista da casa própria.<br />

A proximida<strong>de</strong> da área litorânea da cida<strong>de</strong> explica a heterogeneida<strong>de</strong> socioeconômica: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua origem, o bairro é dividido entre a classe<br />

média/alta (nativa ou não) e a classe baixa (nativa e pobre). O local também é muito procurado para a instalação <strong>de</strong> “casas <strong>de</strong> veraneio 11 ”.<br />

A transformação maior do bairro ocorreu a partir do ano <strong>de</strong> 2007, quando tiveram início as construções do Conjunto Habitacional<br />

Gervásio Maia. Depois, seguiram os Conjuntos Habitacionais Colinas do Sul I e Colinas do Sul II e o Conjunto Marinês. Essa<br />

nova área “<strong>de</strong> conjuntos” é uma formação recente na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João Pessoa (PB), que vem sendo reforçada com a construção<br />

dos citados conjuntos habitacionais, todos viabilizados por meio <strong>de</strong> programas habitacionais do Governo Fe<strong>de</strong>ral. Existe uma<br />

especulação imobiliária crescente na área, on<strong>de</strong> os preços valorizaram-se 17 vezes nos seis últimos anos, acrescido da violência<br />

urbana, um dado diário na dinâmica social <strong>de</strong>sse bairro, não sendo, entretanto, restrita a ele.<br />

Des<strong>de</strong> 2012, conta com uma escola <strong>de</strong> ensino médio pública, com capacida<strong>de</strong> para aten<strong>de</strong>r a 735 alunos. De acordo com o Censo<br />

do IBGE (2011), Gramame foi o bairro <strong>de</strong> maior crescimento populacional. Em 2000, contava com 6,2 mil habitantes, já em 2010<br />

registrou pouco mais <strong>de</strong> 24,9 mil habitantes.<br />

Escola <strong>de</strong> Ensino Médio Linduarte Noronha<br />

Fonte: Equipe <strong>de</strong> pesquisadores da UFPB<br />

Cristo Re<strong>de</strong>ntor; é o segundo bairro mais populoso da capital<br />

paraibana e o terceiro maior colégio eleitoral. Possui 37.538 mil<br />

habitantes, segundo dados do IBGE (2011) 12 , per<strong>de</strong>ndo apenas<br />

para o bairro Mangabeira, com cerca <strong>de</strong> 76 mil moradores. No<br />

Cristo Re<strong>de</strong>ntor, encontram-se o ”Almeidão“, o maior estádio da<br />

cida<strong>de</strong>, o “Ronaldão”, ginásio poliesportivo e a se<strong>de</strong> do Botafogo<br />

Futebol Clube (PB).<br />

O bairro teve seu início na década <strong>de</strong> 1970, com a construção<br />

<strong>de</strong> casas <strong>de</strong> conjuntos habitacionais (iniciando pelo Inocoop),<br />

e se expandindo em seguida a partir da venda <strong>de</strong> lotes. Mas<br />

esse conjunto não <strong>de</strong>fine o bairro, embora sua fronteira seja<br />

nitidamente perceptível.<br />

Segundo Mota (2004), durante as primeiras construções já era<br />

possível observar o surgimento <strong>de</strong> algumas “habitações anormais” no entorno da área do Conjunto Inocoop, com residências<br />

que fugiam ao padrão do conjunto e cuja localização se distanciava<br />

das suas ruas principais. Tal “anormalida<strong>de</strong>” vem configurando a<br />

estrutura <strong>de</strong> “comunida<strong>de</strong>s” 13 , que se formaram em torno do bairro<br />

oficial: suas ruas e casas apresentam uma estrutura distinta daquela<br />

que po<strong>de</strong> ser observada na área correntemente apontada como o<br />

Cristo, ou seja, na parte central do bairro.<br />

Nessa área, estão as principais lojas <strong>de</strong> varejo, serviços, bares,<br />

restaurantes, unida<strong>de</strong>s escolares e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> etc. Porém, o Cristo<br />

Re<strong>de</strong>ntor é o bairro que comporta o maior número <strong>de</strong> aglomerados<br />

urbanos que constituem um complexo <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s agregadas<br />

ao núcleo do bairro. Tais comunida<strong>de</strong>s estão localizadas no entorno<br />

<strong>de</strong>le e assim o circundam, constituindo o que os moradores locais<br />

chamam <strong>de</strong> “favelas”.<br />

Fonte: Equipe <strong>de</strong> pesquisadores da UFPB<br />

11<br />

Residências secundárias da elite economicamente abastada.<br />

12<br />

Disponível em http://paraibahoje.wordpress.com/2011/07/01/ibge-mangabeira-e-o-bairro-mais-populoso-e-gramame-cresceu-mais/. Acesso em maio <strong>de</strong> 2013.<br />

13<br />

“Comunida<strong>de</strong>s” são auto<strong>de</strong>signações nativas que reforçam o sentimento <strong>de</strong> pertencimento a um grupo e território oficialmente não reconhecidos, mas que se<br />

tornam referência do coletivo pobre e urbano extraoficial —refutando as exo<strong>de</strong>finições oficiais <strong>de</strong> “favela”, “aglomerado subnormal”, “grotão”, “morro”, entre outras, todas<br />

percebidas como pejorativas e <strong>de</strong>preciativas.<br />

31

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