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Brasil 4D - Estudo de Impacto Socioeconômico - EBC

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<strong>Brasil</strong> <strong>4D</strong> <strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>Impacto</strong> Socioeconômico sobre a TV Digital Pública Interativa<br />

2ª. Parte<br />

Capítulo II<br />

4. Efeitos econômicos da TV Digital em famílias <strong>de</strong> baixa renda: projeto-piloto<br />

<strong>de</strong> João Pessoa 32<br />

4.1. Introdução<br />

A Televisão Digital Interativa (TVDi) tem sido consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua origem como um instrumento viável para diminuir a exclusão<br />

digital. Apesar disso, até o presente momento, poucos estudos examinaram a sua eficiência com relação a famílias <strong>de</strong> baixa renda.<br />

Porém, a correta e a<strong>de</strong>quada implementação <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da avaliação <strong>de</strong> seus efeitos econômicos e sociais,<br />

seja do ponto <strong>de</strong> vista quantitativo, seja do qualitativo. Por isso, os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> avaliação precisam ser consistentes e objetivos, <strong>de</strong><br />

forma a reduzir as incertezas inerentes à complexida<strong>de</strong> dos fenômenos analisados.<br />

O propósito <strong>de</strong>sta parte é analisar os efeitos econômicos <strong>de</strong> um projeto-piloto, que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito, <strong>de</strong> forma simplificada, como<br />

a oferta <strong>de</strong> quatro conteúdos audiovisuais com aplicativos <strong>de</strong> TVDi para 100 famílias <strong>de</strong> três bairros carentes <strong>de</strong> João Pessoa (PB),<br />

assistidas pelo Programa Bolsa Família. O capítulo foi dividido em cinco seções. Além da introdução, a seção 2 examina os aspectos<br />

teórico-conceituais aplicáveis ao projeto-piloto. São eles: o fenômeno da inclusão digital e os distintos conceitos existentes para<br />

sua interpretação; os efeitos econômicos das Tecnologias <strong>de</strong> Informação e Comunicação (TICs) no <strong>de</strong>senvolvimento econômico;<br />

operação da TVDi como uma plataforma <strong>de</strong> dois lados; e a classificação dos serviços eletrônicos <strong>de</strong> acordo com seu estágio<br />

evolutivo.<br />

A seção 3 expõe os principais resultados da pesquisa, fazendo primeiramente uma análise qualitativa das entrevistas realizadas e,<br />

em seguida, apresentando estatísticas <strong>de</strong>scritivas. Finalmente, a seção 4 traz as conclusões da pesquisa e também uma agenda<br />

<strong>de</strong> pesquisa para futuros trabalhos.<br />

4.2. Aspectos Teóricos<br />

4.2.1. Socieda<strong>de</strong> da Informação, inclusão digital e Televisão Digital Interativa<br />

A Socieda<strong>de</strong> da Informação (SI), sob a ótica estudada por Manuel Castells, altera as formas <strong>de</strong> produção, circulação e consumo<br />

da socieda<strong>de</strong> contemporânea. A inserção social e produtiva na SI não se reduz ao simples acesso aos serviços <strong>de</strong> informação. Tal<br />

problema po<strong>de</strong>ria, supostamente, ser resolvido por uma elevação do nível <strong>de</strong> renda, suficiente para a aquisição <strong>de</strong> computador e<br />

acesso à Internet. A competência em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) abrange, por outro lado, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reflexão em relação ao uso da tecnologia e requer igualmente uma visão crítica no que se refere às<br />

mudanças socioeconômicas <strong>de</strong>correntes do novo paradigma.<br />

Os conceitos <strong>de</strong> inclusão digital e seu reverso, a exclusão digital, surgiram em meados da década <strong>de</strong> 1990. Em um primeiro<br />

momento, esses <strong>de</strong>nominações significavam simplesmente o acesso ou não à Internet, tendo sido <strong>de</strong>senvolvidas inicialmente nos<br />

Estados Unidos, por ser um país <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte e apresentar uma elevada <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso em termos estatísticos. O <strong>de</strong>bate<br />

sobre esse tema espraiou-se no meio acadêmico e entre formuladores <strong>de</strong> políticas.<br />

Mais recentemente, Holanda (2007) <strong>de</strong>senvolveu uma taxonomia para representar os diversos tipos <strong>de</strong> barreiras à inclusão digital,<br />

que foram classificadas nos seguintes níveis:<br />

1) disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso;<br />

2) usabilida<strong>de</strong> e acessibilida<strong>de</strong>;<br />

3) inteligibilida<strong>de</strong>;<br />

4) fruição <strong>de</strong> conteúdos; e<br />

5) criação <strong>de</strong> conteúdos (inclusão digital plena).<br />

A figura 1 ilustra esses conceitos.<br />

32<br />

Pesquisa realizada por Rodrigo Abdalla, Marcio Wholers e equipe.<br />

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