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13 - Câmara dos Deputados

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9344 Quarta-feira <strong>13</strong> DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSmUINTE Abril de 1988<br />

Cavalcanti - PFL; Santinho Furtado - PMDB;<br />

SarneyFilho-PFL;Saulo Queiroz-PFL;Sérgio<br />

Brito- PFL;Sérgio Spada- PMDB; Sérgio Werneck<br />

- PMDB;Severo Gomes - PMDB;Sigmaringa<br />

Seixas - PMDB; Silvio Abreu - PMDB;<br />

Simão Sessim - PFL; Siqueira Campos - PDC;<br />

Sólon Borges <strong>dos</strong> Reis - PTB; Sotero Cunha<br />

- PDC;Tadeu França - ; Telmo Kirst - PDS;<br />

Teotônio VilelaFilho-PMDBjTheodoro Mendes<br />

- PMDB;Tito Costa - PMDB; Ubiratan Aguiar<br />

-PMDB; Ubiratan Spinelli- PDSj Uldurico Pinto<br />

- PMDB; Ulysses Guimarães - PMDB; Valmir<br />

Campelo - PFL; Valter Pereira - PMDB;Vasco<br />

Alves - PMDB; Vicente Bego - PMDB; Victor<br />

Faccioni - PDSj Victor Fontana - PFL; Victor<br />

Trovão - PFL; Vieira da Silva - PDS; Vilson<br />

Souza - PMDB;VmgtRosado - PMDBjVinicius<br />

Cansanção - PFL; Virgildásio de Senna ­<br />

PMDB;Virgílio Galassi - PDSj VirglJio Guimarães<br />

- PT; VitorBuaiz - PT; VivaldoBarbosa- PDT;<br />

VladimirPalmeira - PT; Wagner Lago - PMDBj<br />

Waldec Ornélas-PFL;Waldyr Pugliesi-PMDB;<br />

Walmor de Luca - PMDB; Wilma Maia - PDS;<br />

Wilson Campos - PMDB; Wilson Martins ­<br />

PMDB;ZizaValadares -<br />

1-ABERTORA DA SESSÃO<br />

o SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) - A<br />

lista de presença registra o comparecimento de<br />

385 Senhores Constituintes.<br />

Está aberta a sessão.<br />

Sob a proteção de Deus e em nome do povo<br />

brasileiro, iniciamos nossos trabalhos.<br />

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da<br />

sessão anterior.<br />

11-LEITORA DA ATA<br />

o SR. FARABWNI JUNIOR, servindo como<br />

Segundo-Secretário, procede à leitura da ata<br />

da sessão antecedente, a qual é, sem observações,<br />

assinada.<br />

Pas­<br />

O SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) -<br />

sa-se à leitura do expediente.<br />

O SR. MARCELO CORDEIRO, Primeiro­<br />

Secretário, procede à leitura do seguinte<br />

lU-<br />

EXPEDIENTE<br />

COMUNICAÇÃO<br />

Do Sr. Feres Nader, nos seguintes termos:<br />

Brasília, 12 de abril de 1988<br />

Senhor Presidente,<br />

Venho, pelo presente, comunicar a V. Ex" que,<br />

por motivo de doença, afastar-me-el do Pais, para<br />

submeter-me a exames médicos nos Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong>, no período de 15 a 24 do corrente mês<br />

de abril.<br />

Atenciosamente, - Deputado Feres Nader.<br />

AD<br />

Exm°Sr.<br />

Deputado Ulysses Guimarães<br />

DO. Presidente da Constituinte<br />

Brasília - DF<br />

O SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) - Sendo<br />

evidente a falta de quorum em Plenário para<br />

que se iniciem os trabalhos da Ordem do Dia,<br />

a Presidência, nos termos do § 2° do art. 39 do<br />

Regimento Interno da Assembléia Nacional Constituinte,<br />

concederá a palavra a quem dela queira<br />

fazer uso.<br />

A SRA. IRMA PASSONI -<br />

peço a palavra pela ordem.<br />

Sr. Presidente,<br />

O SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) -<br />

a palavra a nobre Constituinte.<br />

Tem<br />

A SRA. IRMA PASSONI (PT - SP. Sem<br />

revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srs. Constituintes:<br />

Sobre a questão da ata, solicito seja incluída<br />

a minha declaração de voto, acompanhando a<br />

minha Bancada no seu pronunciamento na parte<br />

da manhã, quando fui impossibilitada de aqui<br />

comparecer, devido a uma pane no vôo 290, que<br />

sairia de São Paulo às 9 horas e teve um atraso<br />

de duas horas.<br />

Esta, Sr. Presidente, é a minha justificativa.<br />

O SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) - A<br />

Mesa registra ajustificação de V.Ex"e fará publicar<br />

no DIárIo do Congresso Naclonal o que está<br />

a solicitar.<br />

A SI'" Dirce rutu Quadros -<br />

peço a palavra pela ordem.<br />

Sr. Presidente,<br />

O SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) -<br />

a palavra a nobre Constituinte.<br />

Tem<br />

A SR· DIRCE rem QUADROS (PTB ­<br />

SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,<br />

Sr'" e Srs. Constituintes:<br />

O BNDES anunciou para o dia 3 de maiopróximo<br />

futuro o leilão na Bolsa de Valores do Rio<br />

de Janeiro de 26,23% das ações ordinárias da<br />

Companhia Aracruz de Celulose, modificando-se<br />

assim as participações no capital daquela empresa.<br />

Esta, no que se refere as, ações ordinárias<br />

acha-se, hoje, distribuida da seguinte forma, entre<br />

os maiores acionistas: BNDES, 41 %; Souza Cruz,<br />

26%; Grupo Larentzen, 18%; Grupo Safra, 5%;<br />

Billerud (grupo sueco) 5%.<br />

Mostram-se interessa<strong>dos</strong> na compra os seguintes<br />

grupos econômicos: Votorantim, Caemi, Norberto<br />

Odebrecht, Camargo Correia, Andrade Gutierrez,<br />

Banco Safra, Banco lochpe e Antonio Carlos<br />

de Almeida Braga. Existe norma de que nenhum<br />

acionista pode controlar mais do que 26%<br />

do capital, pelo que alguns <strong>dos</strong> acionistas atuais<br />

não puderam se candidatar.<br />

As condições gerais de venda são as seguintes:<br />

preço mínimo, 120 milhões de dólares, esperando-se<br />

que os lances do leilão cheguem perto de<br />

200 milhões de dólares. O pagamento à vista<br />

será de 30%, com o restante financiado em 10<br />

anos, com 12 meses de carência, a juros corrigi<strong>dos</strong><br />

de 12% a.a.<br />

No que se refere à Companhia, ela faturou,<br />

em 1987, o total de 250 milhões de dólares, que<br />

representou um resultado 40% superior ao registrado<br />

no ano anterior. A Aracruz participa com<br />

8% no mercado mundial de celulose e seus custos<br />

são considera<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> mais baixos do mundo.<br />

Sua produção atual é de 475 mil toneladas-ano.<br />

Existe palano para dobrar essa capacidade,<br />

apra o que será necessário um bilhão de dólares,<br />

que serão cobertos por empréstimos do BNDES<br />

de 600 milhões de dólares, por 150 milhões de<br />

dólares obti<strong>dos</strong> através da conversão da divida<br />

externa e 250 milhões a serem gera<strong>dos</strong> pela própria<br />

empresa.<br />

Não há dúvida de que os processos de privatização<br />

representam hoje reação contraa tendência<br />

estatizante que, após a Segunda Guerra, foi causa<br />

principal de importantes ineficiências e distorções<br />

nas economias do mundo capitalista. A privatização<br />

não pode, contudo, ser confundida com<br />

a transferência indiscriminada e onerosa do patrimônio<br />

público para a mão de particulares. Para<br />

que ela seja satisfatória, deve obedecer a certas<br />

regras que enumeramos a seguir.<br />

O processo de privatização:<br />

a) não poder serfeito com prejuízo injustificado<br />

para o Governo, nem proporcionar ganhos i1egitimos<br />

a particulares;<br />

b) deve tomar a forma de venda de ações ao<br />

grande público, como meio de evitar a desnacionalização<br />

<strong>dos</strong> setores privatiza<strong>dos</strong> e apoiar o fortalecimento<br />

do mercado interno de capitais;<br />

c) deve aumentar a margem de poupanças à<br />

disposição do Governo. Essa norma é importante<br />

no momento presente em que as poupanças globais<br />

do Pais se acham ao nivel de 16,5% do PIB<br />

contra uma necessidade reconhecida de 23%.<br />

Ela é ainda mais importante sabendo-se que a<br />

causa dessa insuficiência se achano setor público<br />

que já gerou poupanças em conta-corrente equivalentes<br />

a 6% do PIB e hoje não poupa nada;<br />

d) deve resultar numa elevação de eficiência<br />

e produtividade das empresas transferidas para<br />

a iniciativa privada.<br />

Ora, a venda da Aracruz não atende, pelo menos<br />

não com a intensidade desejável, a todas essas<br />

regras. A venda da participação do BNDES<br />

com financiamento de 70% ao prazo de 10 anos<br />

ejuros de 12% constitui, claramente, um favorecimento<br />

ao comprador, dado que tais condições<br />

são substancialmente melhores que as existentes<br />

no mercado.<br />

Os candidatos à venda são somente oito e as<br />

ações serão vendidas em bloco, o que é exatamente<br />

o oposto do desejável. Alega-se que um<br />

acordo de acionistas impede a colocação das<br />

ações junto ao grande público. Por que então<br />

não adiar a venda até o momento em que esse<br />

acordo possa ser rnodífícado?<br />

Aoperaçãonãoaumentaráos recursosà disposição<br />

do Governo, dado que ele receberá à vista<br />

apenas cerca de 50 milhões de dólares e devolverá<br />

à empresajá privatizada 600 milhões de dólares<br />

sob a forma de empréstimos de ampliação<br />

(o projeto está previsto para ser completado em<br />

dois anos).<br />

Aeficiência da Aracruz dificilmente seráaumentada<br />

porque ela já é hoje uma das mais eficientes<br />

do mundo, no setor.<br />

Não significam essas observações queo Governo<br />

deva renunciar, em caráter permanente, à prívatizaç:ãoda<br />

Aracruz. A conclusão é somente de<br />

que, como a Companhia não atende cabalmente<br />

às regras para uma transferência em condições<br />

ideais, a operação deixa de ser urgente. Suatransferência<br />

para data futura permitirá, quase certamente,<br />

um negócio mais vantajoso para o Governo<br />

e o Pais.<br />

A par disso, o anúncio de transferência trouxe<br />

à tona toda uma série de objeções. Assinalem-se<br />

nesse sentido os depoimentos à Comissão de

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