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13 - Câmara dos Deputados

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9348 Quarta-feira <strong>13</strong> DIÁRIO DA'ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Abril de 1988<br />

tada para procurar novamente a imprensa. Feita<br />

nova publicação, ela passou a não ser mais procurada<br />

oficiosamente. No entanto, no dia 26 de março,<br />

a Professora Susi Rocha Ribeiro ficou sabendo,<br />

pelo próprio Jornal da Tarde, que o Governador<br />

a mandaria processar. O passo seguinte<br />

foi a intimação da professora para comparecer<br />

à Corregedoria, a fim de prestar depoimento. Foi<br />

acompanhada pelo Presidente da Associação e<br />

pelos advoga<strong>dos</strong> José Roberto Manesco e Edival<br />

Piveta. Prestou uma hora e meia de depoimento<br />

à Polícia a respeito da manifestação que fizera,<br />

dizendo que aquilo era a luta da categoria em<br />

tomo das suas reivindicações profissionais, salariais,por<br />

melhores condições de trabalho. No dia<br />

8 de março saiu nova matéria no Jornal da Tarde,<br />

confirmando que o Governador iria processá-Ia.<br />

Acreditoque o Governo do Estado esteja muito<br />

mais preocupado, talvez, é mesmo com o jornal<br />

que está dando uma grande publicidade, colocando<br />

na primeira página a fotografia da professora<br />

segurando o cartaz etc. Ocorre que está processando<br />

a professora.<br />

Desta tribuna faço um apelo ao Governador<br />

do Estado, para que, se S. Ex" realmente tem<br />

uma demanda com um setor da imprensa em<br />

São Paulo, que faça a demanda com esse jornal,<br />

mas não fique utilizando-se de um oprimido, de<br />

um explorado que está realmente sentindo a mão<br />

entrar no seu bolso e retirar do seu salário, e<br />

que tem todo o direito de protestar.<br />

Então, fica aqui feito o apelo para que o Governador<br />

cesse imediatamente essa nação contra<br />

a Professora Susi Rocha Ribeiro.(Muitobem!)<br />

o SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB ­<br />

SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,<br />

Srs. Constituinte:<br />

Sem entrar no mérito do pacote baixado pelo<br />

Governo na semana passada, o que me estranha<br />

é o art. IOdo Decreto n? 2.425, que congela<br />

a URP para aposenta<strong>dos</strong> e pensionistas da Previdência<br />

Social. Só queria que algum luminar do<br />

Governo me explicasse o que tem a ver congelamento<br />

de URP, de funcionalismo público e de<br />

estatal, com 'os quais não concordo, com esse<br />

mesmo congelamento atingindo os benefícios da<br />

Previdência Social.<br />

É estranho que as pessoasligadas à Previdência<br />

Social ainda não tenham tomado nenhuma providência<br />

em relação a esse decreto baixado na quinta-feira<br />

da semana passada, essa mesma Previdência<br />

que não paga o reajuste já decidido a partir<br />

de primeiro de março, ainda não o pagou até<br />

agora e certamente só o pagará no final de maio<br />

ou começo de junho, e muitos aposenta<strong>dos</strong> e<br />

pensionistas até estão assusta<strong>dos</strong>, achando que<br />

esse congelamento também congela aquele percentual<br />

anteriormente concedido, o que não é<br />

verdade.<br />

Não podemos admitir que o congelamento da<br />

URPvenha atingir o valor de cada beneficio recebido<br />

por um aposentado e por pensionista,<br />

Portanto, o meu protesto é para exigir que o<br />

Ministro da Previdência Social se levante contra<br />

isso, que S. Ex' ratifique a portaria já assinada,<br />

dando o valor da URP de abril aos aposenta<strong>dos</strong><br />

e pensionistas, ainda que continue pagando, como<br />

tem feito, de forma atrasada, com uma negligência<br />

total mas não podemos permitir, cala<strong>dos</strong>,<br />

que esse assalto ao trabalhador aposentado e<br />

pensionista possa continuar ocorrendo. Espero<br />

que o Governo delimite o valor a ser estabelecido<br />

por esse decreto, excluindo de qualquer possibilidade<br />

os benefícios de aposenta<strong>dos</strong> e pensionistas.<br />

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito<br />

bem!)<br />

A SRA. IRMA PASSONI (PT - SP. Sem<br />

revisão da oradora.) - Sr. Presidente, primeiramente,<br />

gostaria de registrar o apoio ao pronunciamento<br />

da nobre Constituinte Dirce Tutu Quadros<br />

em relação à questão da Aracruz e à sua privatização,<br />

Acrescentamos que, a partir de denúncias<br />

e questionamentos na semana passada, passamos<br />

a recolher um abaixo-assinado, nesta Casa,<br />

solicitando a suspensão do leilão da Aracruz, no<br />

dia 3 de maio, e que sejam clarifica<strong>dos</strong>os critérios<br />

e as formas dessa privatização,desse leilão, com<br />

pessoas predeterminadas, com possibilidade de<br />

somente elas comprarem as ações. Hoje,a Folha<br />

de S. Paulo, publica:<br />

"Além de leiloar 26% das ações ordinárias<br />

para oito grupos econômicos, o banco venderá<br />

26% das ações preferenciais nas mesmas<br />

condições especiais de financiamento,<br />

através do mercado de capitais. O ministro<br />

do Planejamento, João Batista de Abreu, já<br />

aprovou a operação, que será homologada<br />

hoje, às 9h, ...<br />

- portanto, hoje, pela manhã,<br />

num encontro entre o presidente do DNES,<br />

Márcio Fortes, e o presidente José Samey.<br />

O preço de venda das ações preferenciais<br />

terá como base o preço atingido no leilão<br />

das ordinárias no próxímo dia 3 de maio<br />

acrescido de um deságio de 25%. A partir<br />

deste leilão, o Banco do Brasil centralizará<br />

o processo de venda das ações preferenciais<br />

através do mercado.<br />

Os oito grupos econômicos pré-seleciona<strong>dos</strong><br />

para o leilãodas ordinárias disputaram<br />

ações estimadas em US$ 150 milhões (valor<br />

mínimo), sendo que 30% a serem pagas à<br />

vista e 70% .:"<br />

- a prazo, como já havia denunciado aqui ­<br />

"... financiadas com 12% de juros ao ano<br />

mais correção monetária.<br />

Para receberem este privilégio financeiro,<br />

os grupos terão de se comprometer em<br />

acompanhar o plano de expansão de Aracruz,<br />

investindo US$ 1 bilhão."<br />

Sabemos já, com antecedência, que mais da<br />

metade terá financiamento direto, novamente, do<br />

BNDES. O que questionamos é: como o Banco<br />

Safra pode participar dessa operação? Será que<br />

é legal, será que é legítimo, será que é correto<br />

o Banco Safra participar? Isto o Presidente do<br />

BNDES deve explicar, na próxima terça-feira, na<br />

Comissão de Fiscalização e Controle.<br />

Segunda questão, será que esta forma - segundo<br />

informações que obtivemos diretamente<br />

de assessores do BNDESPAR SA,que assinaram<br />

esta operação - será altamente rentável para o<br />

BNDES?.Como será rentável,se ele recebe a curto<br />

prazo cerca de 40 milhões de dólares, mas, na<br />

prática, desembolsa 500 milhões de dólares, para<br />

investir de que maneira?<br />

Outra questão que trazemos, além destas outras<br />

que já apresentamos: por que a comunidade<br />

de Aracruz, em Vitória, no Espírito Santo, não<br />

tem participação, não tem questionamento? Sabemos<br />

que há um problema grave de poluição,<br />

não corrigido,que prejudica toda a cidade, e haverá<br />

duplicação de ação da Aracruz. Será que se<br />

está levando em consideração, neste investimento,<br />

o bem-estar da comunidade, principalmente<br />

com medidas antipoluentes para possibilitar a vida<br />

e a saúde dessa população?<br />

Registramos, aqui, que o Deputado VitorBuaiz,<br />

o Deputado Vasco Alves e nós continuaremos<br />

recolhendo as assinaturas - contamos com mais<br />

de 200 assinaturas. Temos tido pleno apoio de<br />

muitos parlamentares desta Casa, para que sejam<br />

revistos critérios e as formas de privatização.<br />

Não nos conformamos com o simples dado<br />

de que a Bolsa de Valoresde São Paulo e a Bolsa<br />

de Valores de Minas Gerais serão gratificadas,<br />

agora, com essas outras ações, serão beneficiadas<br />

com a venda dessas outras ações e o restante<br />

fica sem explicação.<br />

Exigiremos do Sr. Márcio Fortes explicações<br />

sérias, profundas, porque não podemos continuar<br />

com a privatização das empresas com as seguintes<br />

vantagens, segundo o próprio Márcio Fortes:<br />

a privatizaçãofacilitaria contratar, demitir e investir<br />

sem as limitações do setor público. Será que são<br />

essas as únicas vantagens da privatização em andamento<br />

das empresas estatais, sustentadas e pagas<br />

com o dinheiro público de to<strong>dos</strong> os brasileiros<br />

desta Nação, e privatizadas, agora, apenas para<br />

outros grandes empresários?<br />

O SR. ERALDO TRINDADE (PFL - AP.<br />

Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.<br />

Constituintes:<br />

Por diversas vezes temos utilizadoesta tribuna,<br />

manifestando nossa preocupação para com a políticado<br />

setor mineral deste País. Nos pronunciamentos<br />

que fazemos, não deixamos fluir a emoção,<br />

e sim, a razão diante do fato de que os vários<br />

segmentos sociais deste País, especialmente os<br />

da área econômica, têm conhecimento.<br />

O jomal O Globo de hoje, Sr. Presidente, Srs.<br />

Constituintes, publica matéria cujo texto é o seguinte:<br />

"Brasília- Líderes do Centrão recomeçaram<br />

a negociar ontem com o SenadorSevero<br />

Gomes (PMDB-SP), representante da Liderança<br />

do PMDB, os principais pontos polêmicos<br />

da Ordem Econômica - definição de<br />

empresa nacional e exploração <strong>dos</strong> recursos<br />

minerais. A discussão sobre o Capítulo da<br />

Reforma Agrária- considerado tema muito<br />

especifico - ficou para mais tarde.<br />

Severo Gomes apresentou uma proposta<br />

intermediária entre a do Centrão e a da Sistematização<br />

para tentar chegar a um acordo<br />

na questão da exploração de minérios. Ele<br />

propõe que a Constituição restrinjaaos minérios<br />

estratégicos e fundamentais à soberania<br />

nacional a proibição da exploração por empresas<br />

estrangeiras. A especificação destes<br />

minérios ficaria para a legislação complementar.<br />

A Sistematização atribuiu exclusivamente<br />

ao Estado ou empresas nacionais ­<br />

em regime de concessão - o direito de explorar<br />

os recursos minerais, enquanto o Centrão<br />

admite a presença de multinacionais<br />

neste setor."

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