17.02.2015 Views

13 - Câmara dos Deputados

13 - Câmara dos Deputados

13 - Câmara dos Deputados

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

9304 Quarta-feira <strong>13</strong> DIÁRIO DAASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Abril de 1988<br />

resse pelo desenvolvimento do meu Estado na<br />

agricultura irrigada.<br />

Se Deus quiser, no final desta semana estarei<br />

viajando para a região tocantiniense, levando comigo<br />

o Sr. Oscar Mendonça Ribeiro, que vai fazer<br />

uma palestra a alguns agricultores, com os quais<br />

já entrei em contato a partir de ontem, para dar<br />

um esclarecimento sobre a produção agrícola irrigada<br />

e assim - quem sabe - até sensibilizar<br />

o Governador Epitácio Cafeteira, que, de braços<br />

cruza<strong>dos</strong>, continua frente ao Governo do Estado<br />

do Maranhão.<br />

Pretendo, ao levaro Sr. Oscar Mendonça Ribeiro<br />

à cidade de Imperatriz, convidar os homens<br />

do Govemo do Estado para participarem daquela<br />

palestra. Para isto, estarei encaminhando hoje a<br />

Assessoria do meu Gabinete a São Luís, para,<br />

em meu nome, fazer o convite pessoal ao Secretário<br />

de Agricultura e ao Subsecretário de Irrigação<br />

do meu Estado, a fim de que participem da<br />

nossa reunião no final desta semana na cidade<br />

de Imperatriz, onde será ouvida uma exposíção<br />

de um agricultor que já tem experiência própria,<br />

o Sr. Oscar Mendonça, da cidade de Goiatuba<br />

- Estado de Goiás.<br />

Finalizando,Sr. Presidente, quero dizer a V.Ex'<br />

e aos nobres companheiros desta Casa que o<br />

Estado de Goiás, pelo menos nas cidades que<br />

tive a honra de visitar, se sente honrado com a<br />

presença do Sr. Henrique Santillo, Governador<br />

desse Estado. É um homem que, pelo menos,<br />

é sensível à causa daqueles que produzem para<br />

o engrandecimento de Goiás.<br />

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito<br />

bem!)<br />

o SR. PAULO RAMOS (PMDB - RJ. Sem<br />

revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Constituintes,<br />

to<strong>dos</strong> estamos cientes e a par <strong>dos</strong> argumentos<br />

utiliza<strong>dos</strong> nesta Casa para a criação de<br />

um grupo denominado de Centrão. O argumento<br />

prendia-se, especialmente, às votações da Comissão<br />

de Sistematização, dizendo os mentores do<br />

Centrão - que, na verdade, são os representantes<br />

da extrema direita- que não poderíamos aceitar<br />

que, com um quorum de 47 membros, a Constituição<br />

fosse inscrita, quando o correto seria que<br />

cada artigo contasse com a aprovação de 280<br />

membros.<br />

O Regimento Interno foi devidamente modificado<br />

e, concluído o processo de votação na Comissão<br />

de Sistematização, iniciamos a votação<br />

em plenário. Todas as votações em plenário foram<br />

realizadase os textos foram aprova<strong>dos</strong> a partir<br />

do voto de mais de 280 membros.<br />

'Entretanto,em face de algumas modestas conquistas<br />

na parte referente aos direitossociais,veri·<br />

ficamos agora que começa a haver uma rearticulação<br />

dentro do mesmo espírito que orientou a<br />

formação do Centrão. Inconformado com os pequenos<br />

avanços como a redução da jornada de<br />

trabalho, como a licença de 120 dias para gestante,<br />

como o pagamento das férias com mais um<br />

terço, algumas modestissimas conquistas que decorreram<br />

muitas vezes de acor<strong>dos</strong> feitos entre<br />

as Lideranças neste plenário, este grupo tenta<br />

agora ressurgir, procurando afirmar que, no segundo<br />

turno de votação, contrariando àté agora<br />

o espírito existente no Regimento Interno, pretende<br />

fazer suprimir essas pequenas conquístas.<br />

É preciso, Sr. Presidente, SI"" e Srs. Constituintes,<br />

que estejamos atentos, porque esse grupo<br />

começa a se rearticularnão propriamente em função<br />

das questões <strong>dos</strong> direitossociais, mas porque,<br />

dentro de uma semana aproximadamente, entraremos<br />

na votação da Ordem Econômica. Analisando<br />

as emendas apresentadas pelo Centrão na<br />

Ordem Econômica, constatamos que o texto ali<br />

formulado representa um acinte à consciência<br />

nacional, porque o grupo denominado Centrão<br />

apresentou uma emenda que não significa simplesmente<br />

a desnacionalização da nossa economia<br />

como, acima de tudo, a entrega deste País,<br />

sem qualquer perspectiva de futuro.<br />

Precisamos compreender que esse grupo, em<br />

inúmeras oportunidades, usou como fachada insinuações<br />

golpistas vindas das Forças Armadas.<br />

Não acredito que as Forças Armadas sirvam de<br />

fachada para dar curso a um projeto contra os<br />

mais eleva<strong>dos</strong> interesses nacionais. Os Ministros<br />

militares, que dizem falar em nome das Forças<br />

Armadas, se realmente assim o fizerem, vão afirmar<br />

para toda a Nação o esforço das Forças Armadas<br />

com o objetivode fazerprevalecer as teses<br />

patrióticas, as teses nacionalistas. Não podemos<br />

conceber que aqui, no Congresso Constituinte,<br />

que representa a esperança do povo brasileiro,<br />

surjam aqueles que ousam atentar contra os mais<br />

caros valores da nossa Pátria. (Muito bem!)<br />

o SR. OSWALDO ALMEIDA (PL- RJ) ­<br />

Sr. Presidente, Srs. Constituintes, to<strong>dos</strong> vimos<br />

acompanhando pela imprensa e pela televisão,<br />

as manifestações <strong>dos</strong> plantadores de cana do<br />

Nordeste, que culminaram ontem com uma passeata<br />

na BR-IOI, tumultuando uma parcela importante<br />

daquela região do nosso Nordeste.<br />

Não somos do Nordeste, mas somos identifica<strong>dos</strong><br />

com o segmento <strong>dos</strong> plantadores de cana.<br />

Por isso, estamos trazendo a esta Casa a justificativa<br />

para esse tipo de movimento, que não tem<br />

sido comum neste País. Se fizermos uma retrospectiva,<br />

vamos ver que os plantadores de cana<br />

não são acostuma<strong>dos</strong> a movimentos desse tipo.<br />

Se assim se comportaram, se assim o fizeram,<br />

foi exatamente porque chegaram ao máximo da<br />

sua tolerênoe, ao máximo da sua capacidade de<br />

resistir à incapacidade do Governo de gerir um<br />

importante setor que dele depende e que dele<br />

não pode deixar de depender.<br />

Lastimavelmente, Sr. Presidente e Srs. Constituintes,<br />

esse movimento foio acúmulo de desgastes<br />

que se vêm processando através <strong>dos</strong> tempos<br />

e que, ultimamente, redundou nessa ação do produtor<br />

de não mais tolerar a incapacidade do Governo<br />

de fazer justiça: o plantador de cana quer<br />

tão-somente o preço justo para o seu produto<br />

e o pagamento em dia, para que possa dar cumprimento<br />

aos seus compromissos com terceiros.<br />

Mas a coisa chegou a um ponto em que não<br />

foimais possível resistire partiu-se para uma manifestação<br />

que, para alguns, pode ter sido uma<br />

violentação, mas que foi a única forma de fazer<br />

valer os direitos de um setor onde o Governo<br />

devia ser o maior preocupado em dar exemplo,<br />

porque a ele cabe gerir e comandar esse importante<br />

setor da produção nacional.<br />

O Instituto do Açúcar e do Álcool, órgão que<br />

regula o funcionamento do setor, criado há mais<br />

de 50 anos, pôde desenvolver,nos seus primeiros<br />

anos de atuação neste País,uma função das mais<br />

importantes, seja no campo econômico ou no<br />

campo social. Contudo, entrou, nos últimos anos,<br />

numa fase terrível de reversão.<br />

É com tristeza que vemos hoje algumas autoridades<br />

vinculadas ao setor, ao invésde-procurarem<br />

aperfeiçoar aquilo que foifeitocom muito carinho,<br />

há 50 anos, falam exatamente na extinção do<br />

Institutodo Açúcar e do Álcool.São pessoas que<br />

exatamente não conhecem a função dessa autarquia,<br />

não conhecem a necessidade dela para comandar<br />

um mportante setor que tem peculiaridades<br />

muit próprias.<br />

Por isso mesmo, Sr. Presidente, ao nos associarmos<br />

a essa manifestação que julgamos das<br />

mais justas, e por tudo inconveniente, graças à<br />

incapacidade do Governo, queremos que este registro<br />

seja feito com bastante ênfase para que<br />

os responsáveis por esse s,egmentodêem a valorização<br />

que ele tem, para que ele se aperfeiçoe<br />

e não regrida no tempo e no espaço.<br />

Muitoobrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. JUAREZ ANTUNES (PDT- RJ.Sem<br />

revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Constituintes,<br />

aproveitoeste espaço da Constituinte,este<br />

pinga-fogo, para denunciar a situação desesperadora<br />

<strong>dos</strong> aposenta<strong>dos</strong> deste País.Estes aposenta<strong>dos</strong><br />

há muito tempo esperam pelo Ministro da<br />

Previdência, que nunca disse ao certo quando<br />

sairá o reajuste, quanto será o reajuste, para quem<br />

será o reajuste. É um Ministro que não se coordena<br />

com o seu Governo, o Governo Sarney, e<br />

não tem ou parece não ter condições de dizer<br />

alguma coisa para o amanhã <strong>dos</strong> aposenta<strong>dos</strong>.<br />

O que acontece? Em todo o Pais esses milhões<br />

de brasileiros - pensionistas, viúvas, aposenta<strong>dos</strong><br />

- estão na maior interrogação; circundam<br />

quarteirões nos bancos deste Pais, sob o sol, na<br />

chuva, pois já não têm o direito de entrar nos<br />

bancos, porque para os banqueiros eles não são<br />

clientes, e, do lado de fora, numa portinhola, eles<br />

recebem suas migalhas.<br />

Governo insensível! Um Ministro que não tem<br />

a consideração de passar uma nota para os aposenta<strong>dos</strong><br />

dando qualquer esperança! UmMinistro<br />

desse, se não pode dizernada porque o Presidente<br />

Samey, a cada hora, com seus decretos, passa<br />

por cima de seus planos, devia mais, então, era<br />

entregar o cargo.<br />

São milhões de aposenta<strong>dos</strong> que agora perdem<br />

também as URP, como os trabalhadores da ativa.<br />

Por que este Governo não vai cobrar <strong>dos</strong> devedores<br />

da Previdência, <strong>dos</strong> usineiros, tão bem representa<strong>dos</strong><br />

nesta douta Casa, esta Casa cheia<br />

de ética, de moral, de compostura? E os devedores<br />

estão aqui dentro: os clubes de futebol são<br />

devedores da Previdência.Por que o Governonão<br />

cobra desses devedores, desses relapsos, contumazes<br />

devedores da Previdência e áulicos do Governo<br />

- aúlícos é muito grande para esta Casa<br />

aqui - puxa-sacos do Governo,usineiros rastejadores,<br />

porque devem o dinheiro sagrado da Previdência,<br />

bilhões de cruza<strong>dos</strong>? Mas o Governo não<br />

tem moral, este Governo Sarney não tem moral<br />

e vai cortar a URP da Previdência, quando ele<br />

próprio não entra com sua parte para cobrir a<br />

receita da Previdência,como manda a lei há dezenas<br />

e dezenas de anos.<br />

Vouterminar, Sr. Presidente.<br />

Espero que este GovernoSarney e este Ministro<br />

da Previdência se manquem e mandem cobrar

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!