13 - Câmara dos Deputados
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9302 Quarta-feira <strong>13</strong> DIÁRIO DAASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Abril de 1988<br />
dato popular que o toma mais do que um simples<br />
gerente de negócios: ele deve ser o promotor<br />
do bem-estar social, encampando e viabdizando<br />
os projetos e programas capazes de melhorar a<br />
qualidade de vida do povo. Não basta que suas<br />
contas fechem ao final do exercício. É preciso<br />
que a população sinta nas ruas, no seu dia-a-dia,<br />
os efeitos de seus atos de governo.<br />
É nesse contexto que a administração do Governador<br />
Henrique Santillo tomou-se não apenas<br />
um motivode júbilodo povo'goiano,mas também<br />
um exemplo e uma esperança para todo o País.<br />
Encerrando seu primeiro ano de mandato com<br />
um índice invejável de aceitação popular, na casa<br />
<strong>dos</strong> 75%, segundo as últimas pesquisas de opinião,<br />
o governo Santillo já deixou uma marca<br />
significativa na vida do Estado de Goiás, apesar<br />
de todas as adversidades.<br />
Nem mesmo o trágico acidente radioativocom<br />
uma cápsula de césio-<strong>13</strong>7, que, além de perdas<br />
humanas irreparáveis, trouxe graves prejuízos à<br />
economia goiana, foi suficiente para impedir que<br />
o Governador cumprisse os compromissos assumi<strong>dos</strong><br />
com o povo, que o elegeu com 988 mil<br />
votos, proporcionando-lhe maioria em quase te<strong>dos</strong><br />
os Municípios.<br />
Sua atuação, inclusive, ultrapassou as fronteiras<br />
do Estado, contribuindo significativamentena irnplernentaçâo<br />
de programas de âmbito regional<br />
e nacional, a exemplo <strong>dos</strong> trabalhos da Frente<br />
do Centro-Oeste do Programa de Desenvolvimento<br />
Intregrado do BrasilCentral, da Frente <strong>dos</strong> Governadores<br />
da Amazônia e da defesa do Complexo<br />
Ferroviário do Centro-Oeste.<br />
Henrique Santillo tem caracterizado seu governo<br />
pela eficiênciaadministrativa,pela participação<br />
popular e pela probidade. Seus programas têm<br />
a marca da prioridade social, da criatividade e<br />
da confiança na capacidade das comunidades<br />
locais de gerirem seus interesses.<br />
Assim, os Municípios goianos têm merecido<br />
um apoio efetivodo Poder Estadual. O Programa<br />
de Ação Municipaljá beneficiou, nessa primeira<br />
fase, 233 cidades, com investimentos da ordem<br />
de 314 milhões de cruza<strong>dos</strong>, estando prevista,<br />
para este ano, a aplicação de mais de 2 bilhões<br />
e 250 milhões de cruza<strong>dos</strong>. Esses recursos destinam-se<br />
à execução de um sem-número de obras<br />
de pequeno e médio portes que trazem melhorias<br />
efetivas à vida das populações, como creches,<br />
escolas, esgoto, luz, urbanização etc.<br />
Na área social,destacamos o Programa Integrado<br />
de Apoio ao Menor, que objetiva coordenar<br />
a atuação de diversos órgãos, com metas de curto<br />
e médio prazos. O Programa abrange atividades<br />
em Creches, Centros Sociais Urbanos, Núcleos<br />
de Apoio à Comunidade, Centros Educacionais<br />
Comunitários, Projetos de Assistência Alimentar<br />
ao Menor, entre outras.<br />
Para atender às necessidades de crianças e<br />
adolescentes carentes residentes nas periferias<br />
<strong>dos</strong> principais centros urbanos, foi criado o Projeto<br />
Centros Educacionais Comunitários - CEC.<br />
Os CEC funcionam em regime de tempo integraI<br />
com atividades voltadas para a educação,<br />
oferecendo cursos profissionalizantes, atividades<br />
esportivas,culturais e de lazer,além de assistência<br />
médica, odontológica e nutricional. Até 1991 o<br />
Programa pretende implantar 45 Centros.<br />
Outro setor grandemente favorecido e incentivado<br />
pelo Governo Santillo foi a agropecuária.<br />
Através do Programa de Apoio Integrado ao Mini<br />
e Pequeno Produtor, destinado a facilitaro acesso<br />
<strong>dos</strong> agricultores e seus familiares aos incentivos<br />
e serviços públicos, já foram beneficia<strong>dos</strong> 2.800<br />
produtores, devendo, este ano, estender-se para<br />
mais de 4.200 famílias rurais.<br />
Esse Programa é constituído por 30 projetos,<br />
abrangendo as áreas de agricultura, pecuária, mecanização,<br />
armazenagem, educação, saúde, eletrificação<br />
rural,transporte, habitação e assistência<br />
creditícia.<br />
Alémdisso, foicriado um Programa de Reforma<br />
Agrária, existindo já 27 projetos no Estado que<br />
prevêem o assentamento de 2.119 famílias.<br />
Tudo isso, e mais uma série de outras iniciativas<br />
nos setores de irrigação, abastecimento, pesquisa<br />
e transportes, tem efetivamente alterado a paisagem<br />
rural do Estado, com efeitos já senti<strong>dos</strong> na<br />
produção.<br />
Como primeira providência, o Govemador promoveu<br />
uma profunda mudança na máquina administrativa,<br />
enxugando-a e tomando-a mais eficiente<br />
e ágil. Criou um Plano de Cargos e Salários<br />
e racionalizou a política de pessoal do Estado,<br />
identificando um excesso de cerca de 25 milservidores.<br />
Outro fato marcante do Governo Santíllo, que<br />
bem demonstra seu profundo compromisso com<br />
a moralidade administrativa, foram as intervenções<br />
decretadas nas Prefeituras de Goiânia e Araguaína.<br />
No caso específico de Goiânia, a cidade estava<br />
submersa num caos políticoe administrativosem<br />
precedentes. Acusações de corrupção surgiam<br />
de to<strong>dos</strong> os la<strong>dos</strong>, envolvendo tanto o Prefeito<br />
quanto a Câmara Municipal, enquanto a população<br />
ficava ao abandono, privada até mesmo<br />
<strong>dos</strong> serviços essenciais.<br />
Henrique Santillo demonstrou mais uma vez<br />
firmeza de caráter e decisão política: decretou a<br />
intervenção, confiando a tarefa de colocar as coisas<br />
em ordem ao Dr, Joaquim Roriz, que vem<br />
se desincumbindo da função com notável zelo<br />
e competência.<br />
Alegra-nos, Sr. Presidente, poder apontar o Govemo<br />
de nosso Estado como modelo.<br />
Modelo de como uma administração moderna,<br />
participativa,voltada para as causas populares pode<br />
superar todas as dificuldades e produzir o fruto<br />
do progresso e do bem-estar social, trazendo esperança<br />
para o povo e um alento para toda a<br />
nacionalidade.<br />
Parabéns, portanto, ao Governador e sua equipe,<br />
e, principalmente ao valoroso povo de Goiás,<br />
grande responsável por todas as conquistas, com<br />
seu trabalho, criatividade e espírito cívico.<br />
Era o que tínhamos a dizer.Sr. Presidente. (Muito<br />
bem!).<br />
O SR. RAIMUNDO BEZERRA (PMDB <br />
CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,<br />
Srs. Constituintes, a economia brasileira<br />
e internacional tem sido objeto de nossos últimos<br />
pronunciamentos, por considerarmos este setor<br />
de atividade,o "nó górdio" que impede a reversão<br />
da caótica situação no Brasil no campo social,<br />
político e administrativo. Falamos da estratégia<br />
empregada pelo cartel financeiro internacional<br />
para manter o colonialismo nos países subdesenvolvi<strong>dos</strong>.<br />
Fizemos referências às táticas empregadas,<br />
através <strong>dos</strong> tempos, que cronologicamente<br />
denominamos de colonialismo político, coloníalísmo<br />
comercial, colonialismo econômico e<br />
colonialismo tecnológico. Hoje, iremos nos ater<br />
a esta última tática, o colonialismo tecnológico,<br />
com o intuito de alertar nossos pares e a Nação,<br />
para uma ameaça que poderá tolher toda vontade<br />
e necessidade nacional de um maior desenvolvimento.<br />
O fosso existente entre o desenvolvimento<br />
tecnológico do Brasil e do Primeiro Mundo<br />
está acima de 20 anos. É factível que com a falta<br />
de investimentos, decorrente do endividamento<br />
extemo e da absorção de todo superávit de nossa<br />
balança de pagamento com o serviço da dívida,<br />
dentro de dois ou três anos, este desnível esteja<br />
acima de 30 anos. Talvez seja esta a causa de<br />
i:anto interesse <strong>dos</strong> bancos e países credores no<br />
pagamento <strong>dos</strong> juros e outros serviços da dívida,<br />
mesmo que considerem impagável o principal.<br />
Enquanto estamos pagando juros e serviços de<br />
dívidas, não estamos investindo internamente,<br />
não estamos absorvendo dois milhões de brasileiros<br />
que entram anualmente no mercado de<br />
trabalho e, como conseqüência, estamos aumeneremente<br />
para uma convulsão social, uma guerra<br />
civil.<br />
Sabemos que o avanço da tecnologia de ponta<br />
é hoje um <strong>dos</strong> desafios mais árduos a serem<br />
enfrenta<strong>dos</strong> pelos países em vias de desenvolvimento.<br />
Com o surgimento de novos padrões<br />
industriais e de convivência entre pessoas e nações,<br />
os processos de produção, de serviços, de<br />
informação, de ciência e tecnologia necessitam<br />
serem revolucíonérios para acompanhar esta revolução.<br />
E preciso que a todo instante investimentos<br />
sejam feitos, para que os países do Terceiro<br />
Mundo não percam a corrida do desenvolvimento<br />
e não se transformem em meras colônias<br />
das nações tecnologicamente avançadas. A informática<br />
apresenta indiscutível progresso com os<br />
componentes eletrônicos semicondutores, com<br />
os circuitos integra<strong>dos</strong> na eletrônica digital, em<br />
especial na microeletrônica, nos equipamentos<br />
de processamento de da<strong>dos</strong>, telecomunicações,<br />
automações, controle e sensoriamento industrial,<br />
máquinas robotizadas, etc. A biotecnologia, com<br />
avanços consideráveis na bioquímica, na biologia,<br />
na genética. A descoberta de novos materiais, a<br />
aplicação crescente de raios laser, fibras óticas,<br />
mecânica de alta precisão, atestam a necessidade<br />
imperiosa da alocação de recursos alenta<strong>dos</strong> no<br />
campo de ciência e tecnologia. Todo o futuro<br />
da Humanidade repousa neste novo horizonte.<br />
Infelizmente, o Brasil, por falta de previsão de<br />
seus dirigentes e limitações de ordem econômica,<br />
não está investindo o necessário neste setor. Para<br />
ratificar estas assertivas, transcrevemos da<strong>dos</strong><br />
que solicitamos ao Ministérioda Ciência e Tecnologia,<br />
referentes a gastos com pesquisa e tecnologia,feitos<br />
por diferentes países, incluindo o Brasil;ano<br />
de 1985: