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13 - Câmara dos Deputados

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Abril de 1988 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIOI'fAL CONSmUINTE Quarta-feira <strong>13</strong> 9367<br />

rinho. Em seguida, ouviremos o Relator e procederemos<br />

à votação.<br />

AMesa pede aos senhores constituintes perrnanençarn<br />

no recinto, e os ausentes venham para<br />

o plenário, para realizarmos a votação.<br />

O SR. JARBAS PASSARINHO (PMDB ­<br />

PA)- Sr. Presidente, Srs. Constituintes:<br />

Pesa-me contraditar o eminente Constituinte<br />

Egídio Ferreira Lima. Tenho por S. Ex" o maior<br />

apreço, inclusive intelectual, mas acho que o nobre<br />

Constituinte não colocou bem o problema.<br />

S. Ex"que me perrmta discordar.<br />

Em primeiro lugar, o problema é de natureza<br />

Ideológica, sim; trata-se de um processo democrático,<br />

de defesa da democracia contra as minorias<br />

ressentidas, que agridem a democracia, quando<br />

pretendem conquistar pela força o poder. (Palmas.)<br />

E isto não está fora do propósito de determina<strong>dos</strong><br />

programas de parti<strong>dos</strong>, que são clandestinos.<br />

O que temos aqui, em primeiro lugar, é<br />

caracterizar a-submissão do Poder Executivo ao<br />

Poder Legislativo. O que está no projeto do Centrão<br />

é o direito de o Presidente da República, ouvido<br />

o Conselho de Defesa, decretar o estado de<br />

defesa diante de iminente perturbação da ordem<br />

pública e, imediatamente, portanto, em 24 horas,<br />

submeter a sua decisão ao Congresso Nacioanl,<br />

que por maioria absoluta decidirá se mantém ou<br />

não o estado de defesa.<br />

Logo, não há abuso por parte do Executivo,<br />

não há como chamar isso de mecanismo ditatorial,<br />

nem vale a pena lembrar aqui o art. 16 da<br />

Constituição francesa, a França da "liberté, 1'égalité<br />

et la fratemité" do século XVID, que entretanto,<br />

pela Constituição de De Gaulle, tem um artigo<br />

que dá ao Presidente da República um poder infinitamente<br />

maior do que aquele que estamos, agora,<br />

pretendendo dar ao Estado para defender-se<br />

contra as minorias agressivas.<br />

Ora, por outro lado, dizer que isso não fazparte<br />

da Constituição brasileira ou da tradição constitucional<br />

brasileira é correto, não faz,como não fazia<br />

das Constituições mundiais. Foi a partir <strong>dos</strong> anos<br />

30, com a presença da ideologia na luta pela<br />

conquista do poder, que apareceram não apenas<br />

o estado de sítio,que é mais antigo, mas os mecanismos<br />

de defesa do Estado. Não há Estado que<br />

não se defenda. Trotsky dizia: "o Estado se mantém<br />

pela força". Nós não queremos isso, nós queremos<br />

que o Estado se mantenha pela segurança<br />

que assegura, também a liberdade. (Palmas)<br />

A Constituição espanhola é um exemplo para<br />

nós em dias recentes, pois, saida do período do<br />

Caudilho, tem exatamente o estado de emergência<br />

e as medidas de emergências precisamente<br />

iguais a esse estado de defesa. E o que é o estado<br />

de defesa? É pinçar do estado de sítio algumas<br />

medidas e, desde logo, colocá-las em execução.<br />

A maioria, pela figura do eminente Senador<br />

Líder do PMDB, deu à Maioria mais uma prova<br />

de generosidade: garantiu-lhe aquilo que somente<br />

187 assinaturas garantiriam para requerer, e garantiu,<br />

depois, por maioria simples, que não houvesse<br />

a inversão do problema.<br />

Aqui se diz que isso foi feito para permitir a<br />

discussão da temática. Não tem o menor cabimento,<br />

desculpem-me, pois, se discutíssemos a<br />

mesma matéria que estamos discutindo agora,<br />

sem a inversão do problema, com o destaque<br />

para a votação em separado, o mérito seria examinado<br />

do mesmo modo, com a diferença que,<br />

num quorum baixo dessa natureza, cabe a nós,<br />

agora, colocar 280 votos para manter o estado<br />

de defesa, que é o mecanismo de defesa da democracia.<br />

Não há possibilidade de compatibilizara democracia<br />

sem a liberdade, não há possibjlidade de<br />

confundir a liberdade com a anarquia. E aqueles<br />

que pretendem conquistar o poder pela força releiam<br />

Ascensão e Queda do lU Reich - recuemos<br />

a 1923, e vamos verificar que a primeira<br />

coisa que Hitlerfezfoigarantir que às forças armadas<br />

só coubesse tarefa externa, a defesa externa<br />

da Alemanha. O golpe seguinte foi exatamente<br />

a criação <strong>dos</strong> camisas pardas das SA e as tropas<br />

de assalto das SS, para poder, em seguida, conquistar<br />

o poderpelo terror e pela força. E conquistado<br />

este, transformou-se naquela inominável ditadura,<br />

que foi a mancha da civilização contemporânea.<br />

Vamos evitar isso. Vamos dar à democracia<br />

o direito de defender-se, para assegurar a liberdade.<br />

(Palmas.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­<br />

Tem a palavra o Relator. (Pausa.)<br />

O nobre Relator afirma que as razões são as<br />

mesmas aduzidas por S.Ex' anteriormente. Portanto,<br />

confirma aquelas razões.<br />

Vamos passar à votação.<br />

Esclareço, mais uma vez, que se trata de destaque<br />

para votação em separado, ou seja, quem<br />

desejar que o texto não seja retirado, que o texto<br />

referente a estado de defesa permaneça, dirá<br />

"sim"; dizendo "não" o texto sai.<br />

O Sr. Amaral Netto - Sr. Presidente, peço<br />

a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­<br />

Tem a palavra o nobre Constituinte.<br />

O SR. AMARAL NETIO'(PDS - RI. Sem<br />

revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Bancada<br />

do PDS, como creio que to<strong>dos</strong> os homens sensatos<br />

desta Casa, votará "sim", de acordo com o<br />

Constituinte Jarbas Passarinho.<br />

O Sr. Gastone Righi - Sr. Presidente, peço<br />

a palavra pela ordem<br />

O SR. PRESIDENTE (UlyssesGuimarães) ­<br />

Tem a palavra o nobre Constituinte.<br />

O SR. GASTONE RIGHI (PTB - SP. Sem<br />

revisão do orador.) - Sr. Presidente, a liderança<br />

do PTB, que pretende votar a emenda seguinte,<br />

do Constituinte João Menezes, votará "sim", e<br />

recomenda à sua Bancada que também vote<br />

"sim" pela manutenção do texto.<br />

O Sr. José Genoíno - Sr. Presidente, peço<br />

a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­<br />

Tem a palavra o nobre Constituinte.<br />

O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT - SP. Sem<br />

revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós da Bancada<br />

do Partido <strong>dos</strong> Trabalhadores somos contra<br />

a existência do-estado de defesa, e votaremos<br />

"não".<br />

O Sr. José Lourenço - Sr. Presidente, peço<br />

a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­<br />

Tem a palavra o nobre Constituinte.<br />

O SR. JOSÉ LOORENÇO (PFL- BA.Sem<br />

revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Lideranças<br />

do PFL sugere à sua Bancada, depois de ouvir<br />

as explicações que aqui tivemos, <strong>dos</strong> Constituintes.Jarbas<br />

Passarinho e AntônioBritto,sem dúvida<br />

alguma, de acordo com o que entendemos ser<br />

melhor para o País, vamos votar "sim".<br />

O Sr. Roberto Freire - Sr. Presidente, peço<br />

a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­<br />

Tem a palavra o nobre Constituinte.<br />

O SR. ROBERTO FREIRE (PCB-PE Sem<br />

revisão do orador.) - Sr. Presidente, por entendermos<br />

que será melhor para a democracia e<br />

para o País, votaremos "não".<br />

O Sr. Brandão Monteiro - Sr. Presidente,<br />

peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­<br />

Tem a palavra o nobre Constituinte.<br />

O SR. BRANDÃO MONTEIRO (PDT - RJ.<br />

Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na Bancada<br />

do PDT a questão é aberta, mas a Liderança<br />

votará "não".<br />

O Sr. MárIo Covas - Sr. Presidente, peço<br />

a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­<br />

Tem a palavra o nobre Constituinte.<br />

O SR. MÁRIoCOVAS - (PMDB-SP. Sem<br />

revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Liderança<br />

do PMDB já havia anunciado antecipadamente<br />

o seu voto. Votou a favor do requerimento de<br />

destaque e já havia anunciado que votaria pela<br />

permanência do texto. Portanto, a Liderança votará"SIM".<br />

O Sr. Haroldo Uma -<br />

a palavra pela ordem.<br />

Sr. Presidente, peço<br />

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­<br />

Tem a palavra o nobre Constituinte.<br />

O SR. HAROLDO LIMA (PC do B - BA.<br />

Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em<br />

defesa da democracia, a Liderança do PC do B<br />

recomenda o voto "não".<br />

O Sr.AdemirAndrade- Sr. Presidente, peço<br />

a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­<br />

Tem a palavra o nobre Constituinte.<br />

OSR. ADEMIR ANDRADE (PSB-PA. Sem<br />

revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Liderança<br />

do PSB recomenda o voto "não".<br />

O Sr. Adolfo Oliveira - Sr. Presidente, peço<br />

a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­<br />

Tem a palavra o nobre Constituinte.<br />

O SR. ADOLFO OLIVEIRA (PL- RJ. Sem<br />

revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Partido<br />

Liberal vota "sim", em defesa do estado democrático.<br />

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­<br />

Votando "SIM", o texto do estado de defesa fica<br />

"NÃo"; o texto é retirado do Projeto do Centrão.<br />

C-ódigos, por favor.

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