134garantir ao aluno o domínio das habilidades de falar e deescrever.Vale destacar que, durante as entrevistas, os jovensafirmaram que as práticas de letramento escolar,pre<strong>se</strong>ntes na sala de aula, são vistas como os principaismeios de comunicação entre eles e os professores. Essaidéia também é apontada por Kleiman (1998) ao afirmarque as práticas de letramento, pre<strong>se</strong>ntes no contextoescolar, são construídas no processo de interação entreprofessor e aluno. Nessa interação, o aluno deveidentificar o elo entre os eventos de letramento na aulae as necessidades dos usos da escrita no cotidiano,tornando o letramento, no contexto escolar, um processocontínuo dos usos sociais e culturais da leitura e daescrita. Porém, os sujeitos desta pesquisa parecem nãoEliane Porto Di Nucciperceber es<strong>se</strong> processo de forma contínua, o que mostraque o Ensino Médio ainda não está preparando os jovenspara o exercício da cidadania.Refletindo sobre as práticas de letramento e a novaproposta para o Ensino Médio, o pre<strong>se</strong>nte estudopretende contribuir para uma reflexão acerca das práticaspedagógicas que visam à aprendizagem dos conteúdosacadêmicos através das práticas sociais emergentes nasociedade tecnológica.Nes<strong>se</strong> <strong>se</strong>ntido, são necessários novos estudos paraque a concepção de letramento <strong>se</strong>ja aprimorada e novoscaminhos trilhados na busca de compreender melhor aspráticas de letramento escolar, a partir das práticascotidianas de leitura e de escrita e as implicações dessaspráticas para o exercício pleno da cidadania.REFERÊNCIASCollins, J., & Michaels, S. (1991). A fala e a escrita: estratégiasde discurso e aquisição da alfabetização. Em J. Cook-Gumperz (Org.) A construção social da alfabetização(pp. 242-258). Porto Alegre: Artes Médicas.Correa, M. L. G. (2001). Letramento e heterogeneidade daescrita no ensino de Língua Portuguesa. Em I. Signorini(Org.) Investigando a relação oral/escrito e as teoriasdo letramento (pp. 135-166). Campinas: Mercado deLetras.Kleiman, A. B. (1995). Modelos de letramento e as práticas dealfabetização na escola. Em A. B. Kleiman (Org.) <strong>Os</strong>significados do letramento: uma nova perspectiva sobrea prática social da escrita (pp. 15-64). Campinas:Mercado de Letras.Kleiman, A. B. (1998). Ação e mudança na sala de aula: umapesquisa sobre letramento e interação. Em R. Rojo (Org.)Alfabetização e letramento. Campinas: Mercado deLetras.MEC - Ministério da Educação (1999). PCN – ParâmetrosCurriculares Nacionais- Ensino Médio. Brasília:Ministério da Educação.Oliveira, M. K. (1995). Letramento, cultura e modalidades dopensamento. Em A. B. Kleiman (Org.) <strong>Os</strong> significados doletramento: uma nova perspectiva sobre a prática socialda escrita (pp. 147-160). Campinas: Mercado de Letras.Ribeiro, V. M. M. (1999). Alfabetismo e atitudes. Campinas:Papirus. Ação Educativa.Ribeiro, V. M. M. (2001). A promoção do alfabetismo emprogramas de educação de jovens e adultos. Em V. M.Ribeiro (Org.) Educação de jovens e adultos: novosleitores, novas leituras (pp.45-64). Campinas: Mercadode Letras.Rojo, R. (2001). Letramento escolar, oralidade e escrita em salade aula: diferentes modalidades <strong>ou</strong> gêneros do discurso?Em I. Signorini (Org.) Investigando a relação oral/escritoe as teorias do letramento (pp. 51-74). Campinas:Mercado de Letras.Soares, M. B. (1998). Letramento: um tema em três gêneros.Belo Horizonte: Autêntica.Terzi, S. B. (2001). <strong>Para</strong> que ensinar a ler jornal <strong>se</strong> não há jornalna comunidade?: O letramento simultâneo de jovens eadultos escolarizados e não escolarizados. Em V. M.Ribeiro (Org.) Educação de jovens e adultos: novosleitores, novas leituras (pp. 153-176). Campinas: Mercadode Letras.Tf<strong>ou</strong>ni, L.V. (1995). Letramento e alfabetização. São Paulo:Cortez.Tf<strong>ou</strong>ni, L. V. A. (2001). Dispersão e a deriva na constituiçãoda autoria e <strong>sua</strong>s implicações para uma teoria doletramento. Em I. Signorini (Org.) Investigando a relaçãooral/escrito e as teorias do letramento (pp. 77-95).Campinas: Mercado de Letras.Recebido em: 03/06/03Revisado em: 02/07/03Aprovado em: 21/08/03
Psicologia Escolar e Educacional, 2003 Volume 7 Número 2 135-144I CONGRESSO NACIONAL DE ‘PSICOLOGIA - CIÊNCIA E PROFISSÃO’: O QUE TEM SIDOFEITO NA PSICOLOGIA EDUCACIONALResumoAcácia Aparecida Angeli dos Santos 1Katya Luciane de Oliveira 2Maria Cristina Rodrigues Azevedo Joly 3Adriana Cristina B<strong>ou</strong>lhoça Suehiro 4Este trabalho objetiv<strong>ou</strong> analisar a produção científica em psicologia educacional apre<strong>se</strong>ntada em 304 painéis no I Congresso Brasileiro dePsicologia, Ciência e Profissão. A análi<strong>se</strong> ba<strong>se</strong><strong>ou</strong>-<strong>se</strong> em alguns critérios da metaciência, a saber, temática, autoria, modalidade, discurso e análi<strong>se</strong> dedados, descritos nos resumos apre<strong>se</strong>ntados nos anais do congresso. <strong>Os</strong> resultados indicaram que h<strong>ou</strong>ve uma diversificação das temáticas, com amaioria dos trabalhos incluídos numa categoria não prevista pela organização do congresso (Outros) para a área de Escola/Educação. A produçãofoi predominantemente feminina e de múltipla autoria. Quanto ao discurso, verific<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> que os resumos apre<strong>se</strong>ntaram um bom nível de elaboração,contendo os tópicos es<strong>se</strong>nciais. H<strong>ou</strong>ve predominância de relatos de pesquisa em relação às <strong>ou</strong>tras categorias e a análi<strong>se</strong> dos resumos desta modalidademostr<strong>ou</strong> que a maioria apre<strong>se</strong>ntava todos os itens necessários ao discurso científico. A análi<strong>se</strong> qualitativa dos dados foi a forma de tratamento maisutilizada nos resumos avaliados.Palavras-chave: Cientometria; pesquisa; ciência brasileira; publicação; conhecimento científicoAbstractI CONGRESSO NACIONAL DE ‘PSICOLOGIA - CIÊNCIA E PROFISSÃO’: WHAT HAS BEEN DONE INEDUCATIONAL PSYCHOLOGYThis re<strong>se</strong>rarch aimed to verify the scientific production in educational psychology showed by 304 posters in the I Congresso Brasileiro dePsicologia, Ciência e Profissão. The analy<strong>se</strong> was ba<strong>se</strong>d in the meta-analy<strong>se</strong>s criteria: theme, authory, type, report and data analy<strong>se</strong>, described in thecongress annals. The results indicated that the themes were very diversified with the most part of works included in another category, not previewedby the congress organization (Others) for the School/Education field. The production was mostly femail and with multiple authory. The abstractsdemonstraded a good construction level, containing the es<strong>se</strong>ntial topics. The practical report was predominant in relation of the others categoriesand they pre<strong>se</strong>nted the most important items of the scientific disc<strong>ou</strong>r<strong>se</strong>. The qualitative analy<strong>se</strong> was the treatment form most u<strong>se</strong>d in the abstract<strong>se</strong>valuated.Key words: Scientometrics; Re<strong>se</strong>arch; Publication; Scientific Knowledge.INTRODUÇÃOA Produção Científica no BrasilFoi no século XX que a produção científica teve umgrande crescimento nos diversos <strong>se</strong>gmentos dasociedade brasileira (Witter, 1999). Corroborando comessa afirmação, Carelli (2002) ob<strong>se</strong>rva que no Brasil,desde o período colonial, há indícios da realização depesquisas, no entanto, o avanço da área científica era1Psicóloga. D<strong>ou</strong>tora em Psicologia pela USP, docente do curso de psicologia e do Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia, daUniversidade São Francisco-Itatiba-SP.2Psicóloga. Mestre em Psicologia pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia, da Universidade São Francisco-Itatiba-SP, docenteda Universidade de Alfenas (UNIFENAS).3Psicóloga. D<strong>ou</strong>tora em Psicologia pela USP, docente dos cursos de psicologia e pedagogia e do Programa de Estudos Pós-graduados emPsicologia, da Universidade São Francisco-Itatiba-SP.4Aluna de graduação em Psicologia pela USF-Itatiba-SP. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC-CNPq. Aluna de graduação em Psicologia pelaUSF-Itatiba-SP. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC-CNPq.
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