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INTRODUÇÃO Os - Para associar-se ou renovar sua anuidade ...

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Síndrome de Burn<strong>ou</strong>t: Um estudo com professores da rede pública 147O magistério, profissão com um número bastanteelevado de mulheres, aos p<strong>ou</strong>cos vem <strong>se</strong> abrindo para aentrada dos homens, principalmente nos níveis de ensinomédio (Codo & Gazzotti, 1999). Investigação realizadapor M<strong>ou</strong>ra (1997) com professores revela, no entanto,que as mulheres são grupo majoritário e possuem piorsituação quanto à remuneração, titulação e localizaçãohierárquica no sistema escolar, quando comparadas aos<strong>se</strong>us colegas do <strong>se</strong>xo masculino.Na relação entre gênero e Burn<strong>ou</strong>t, Farber (1991)diz que estudos têm mostrado <strong>se</strong>rem professores do gêneromasculino mais vulneráveis ao Burn<strong>ou</strong>t que os do gênerofeminino, levantando a suposição de que as mulheres sãomais flexíveis e mais abertas para lidar com as váriaspressões pre<strong>se</strong>ntes na profissão de ensino. Burke e cols.(1996) confirmam este resultado através de estudorealizado, <strong>ou</strong> <strong>se</strong>ja, professores do <strong>se</strong>xo masculino possuíampontuações mais altas em despersonalização, porém nãofoi encontrado o mesmo resultado para exaustãoemocional. Burke e Greenglass (1989) tambémencontraram altas pontuações em despersonalização emprofessores homens, identificando nível global de Burn<strong>ou</strong>tmaior em homens do que em mulheres. Ao analisaremeste aspecto do ponto de vista do suporte social recebidopor um e por <strong>ou</strong>tro grupo, concluíram que mulherespossuem maior rede de suporte social afetivo.Estudo transcultural realizado por Pedrabissi, Rollande Santinello (1993) identific<strong>ou</strong> a existência de diferençasnos níveis de Burn<strong>ou</strong>t entre professoras italianas efrancesas. No grupo francês existia somente diferençasignificativa entre homens e mulheres na dimensão dedespersonalização. No italiano, a diferença fic<strong>ou</strong> evidentenas dimensões de exaustão emocional edespersonalização, confirmando a hipóte<strong>se</strong> de que ocontexto cultural influencia os resultados de Burn<strong>ou</strong>t.Estudo com professores espanhóis de<strong>se</strong>nvolvido porFernández-Castro, Doval e Edo (1994) encontr<strong>ou</strong>maiores índices de Burn<strong>ou</strong>t em mulheres. Já <strong>ou</strong>tro<strong>se</strong>studos, também com professores, não encontraramdiferenças significativas entre homens e mulheres(Mohammed, 1995; Aluja, 1997; Isorna, 1998; Carlotto,2002b). Na relação com alunos, Schwab e Iwanicki(1981) identificaram que professores homensapre<strong>se</strong>ntavam maior número de comportamentosnegativos que as mulheres.Tendo em vista o acima exposto, o pre<strong>se</strong>nte estudobusc<strong>ou</strong> verificar <strong>se</strong> a variável gênero estabelece diferençassignificativas nos níveis e no processo da Síndrome deBurn<strong>ou</strong>t em professores de escolas da rede pública.Também verific<strong>ou</strong> <strong>se</strong> variáveis demográficas, profissionai<strong>se</strong> comportamentais <strong>se</strong> associavam ao Burn<strong>ou</strong>t de formadiferenciada em professores do gênero masculino efeminino. Assim, o referencial teórico orient<strong>ou</strong> o trabalhopara as <strong>se</strong>guintes hipóte<strong>se</strong>s: H1 professores do gênerofeminino apre<strong>se</strong>ntam maior índice de Exaustão Emocionale menor de Despersonalização e Realização Profissionalque professores do gênero masculino; H2 Variáveisdemográficas, profissionais e comportamentais <strong>se</strong>associam às dimensões de Burn<strong>ou</strong>t de forma diferenciadaem professores do gênero masculino e feminino. <strong>Para</strong>tanto, busc<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> de<strong>se</strong>nvolver um estudo epidemiológicoob<strong>se</strong>rvacional analítico de corte transversal.MÉTODOParticipantesA amostra, de conveniência, <strong>se</strong> constituiu de 61homens e mulheres que exercem atividade docente emescolas públicas da cidade de Canoas, independente deestado civil e nível de ensino. Esta foi subdividida em31 homens e 30 mulheres. Todos os participante<strong>se</strong>xerciam a atividade docente há mais de <strong>se</strong>is me<strong>se</strong>s enão haviam estado em licença <strong>ou</strong> afastados do trabalhohá menos de dois me<strong>se</strong>s da coleta de dados.Instrumentos<strong>Para</strong> levantamento das variáveis demográficas,profissionais e comportamentais foi utilizado umquestionário elaborado especificamente para o estudovisando atender <strong>se</strong>us objetivos, tendo como ba<strong>se</strong> oreferencial teórico sobre a Síndrome de Burn<strong>ou</strong>t emprofessores. Foi realizado um estudo piloto com dez(N=10) professores a fim de verificar o adequadoentendimento das questões que compõem os instrumentos.<strong>Para</strong> avaliar a Síndrome de Burn<strong>ou</strong>t foi utilizado o MBI– Maslach Burn<strong>ou</strong>t Inventory – forma ED - professores,que apre<strong>se</strong>nta tradução para a língua portuguesa validadapor Benevides-Pereira (2001). O inventário é auto-aplicadoe totaliza 22 itens. Em <strong>sua</strong> versão americana, a freqüênciadas respostas é avaliada através de uma escala depontuação que varia de 1 a 7. Utilizamos, neste estudo, aversão MBI-ED para professores com validação para <strong>ou</strong>so no Brasil por Benevides-Pereira (2001). Utiliz<strong>ou</strong>-<strong>se</strong>ainda o sistema de pontuação de 1 a 5, também usado porPsicologia Escolar e Educacional, 2003 Volume 7 Número 2 145-153

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