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INTRODUÇÃO Os - Para associar-se ou renovar sua anuidade ...

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História 209do século 20 fizeram ruir grandes esperanças econfianças apressadas no poder humanizador doprogresso das ciências. Ciência e técnica produziramterríveis armamentos e procedimentos que transformaramsonhos em pesadelos. Con<strong>se</strong>qüentemente,convivo bem com a psicologia científica atual na qualcoexistem paradigmas diversos. Nenhum deles mefornece todas as respostas de que preciso para explicara complexidade do comportamento humano. Particularmentequando <strong>se</strong> trata de Psicologia e Educação: emcircunstâncias diferentes precisamos de respostasdiferentes, embora as coordenadas <strong>se</strong>jam aparentementeas mesmas. Estas respostas podem vir da psicanáli<strong>se</strong>,do comportamentismo, das neurociências do comportamento,da fenomenologia, do cognitivismo, doculturalismo... Meu ponto de partida é o problema, <strong>ou</strong><strong>se</strong>ja, a questão concreta para a qual est<strong>ou</strong> procurand<strong>ou</strong>ma explicação. Costumo alertar meus estudantes paraa necessidade de <strong>se</strong> fazer escolhas, mesmo que <strong>se</strong>jamescolhas muito provisórias, para que <strong>se</strong> possa conduzirpesquisas dentro dos paradigmas aceitos na atualsociedade do conhecimento em que estamos in<strong>se</strong>ridos.Na contemporaneidade o saber epistemológico é umconvite à reflexão constante, não no abstrato que gerafalsa erudição, mas sim na exposição ao real com o qualnos deparamos e que deve conduzir-nos ao movimentoconstante prática-teoria-prática. É deste movimento que,<strong>se</strong>gundo acredito, nasce o conhecimento útil compotencial transformador dos indivíduos e sociedades, cujobem-estar deve <strong>se</strong>r objetivo do pesquisador e doprofissional da Psicologia e da Educação.Cruces: Em que medida você considera que <strong>se</strong>jaimportante o treino em pesquisa na formação dopsicólogo e em especial para preparar o psicólogopara trabalhar na área da educação? Comoconciliar essa necessidade com as demais daformação em um curso noturno, por exemplo?Maluf: Pesquisar é produzir conhecimento:conhecimento útil. A utilidade do conhecimento não é<strong>se</strong>mpre evidente, mas assumo que ele <strong>se</strong>mpre <strong>se</strong>rve ainteres<strong>se</strong>s. É portanto indispensável ao pesquisadorbuscar entender na medida de <strong>sua</strong>s possibilidades a queinteres<strong>se</strong>s ele <strong>se</strong>rve quando produz conhecimento.Afirmamos com facilidade que a formação dopsicólogo precisa incorporar a pesquisa. Penso queninguém atualmente afirmaria o contrário. Mas, formarpara a pesquisa parece estar tomando a forma de umfetiche. Há que responder: o que significa, no concreto,formar para a pesquisa? Diferentes significações sãofacilmente atribuíveis a um mesmo enunciado. <strong>Os</strong>teóricos da repre<strong>se</strong>ntação social provavelmente concordariamcomigo e verificariam essa hipóte<strong>se</strong> através depesquisa sistemática. <strong>Para</strong> mim, formar-<strong>se</strong> em pesquisasignifica aprender a não <strong>se</strong> contentar com respostasprontas, sobretudo com aquelas envoltas em falsa<strong>se</strong>rudições e em certezas apoiadas em pressupostosdistantes da verificação e da controvérsia. A pesquisa éuma especialidade. É falso afirmar, por exemplo, quetodo educador, <strong>ou</strong> professor, é <strong>ou</strong> tem que <strong>se</strong>r pesquisador!É possível <strong>se</strong>r um excelente educador <strong>ou</strong> professor<strong>se</strong>m <strong>se</strong>r pesquisador! Assim como um excelentepesquisador pode <strong>se</strong>r um péssimo professor! Pesquisarexige um saber específico, que envolve várias habilidadesa <strong>se</strong>rem sistematicamente aprendidas. Formar-<strong>se</strong> empesquisa significa também aprender a fazer perguntaspara o real e distinguir entre aquelas perguntas que podem<strong>se</strong>r respondidas através de procedimentos metodológicosapropriados e aquelas que não são respondíveis nocontexto da ciência psicológica atual.A certeza é inimiga da ciência. Também o é oceticismo. <strong>Os</strong> paradigmas da pós-modernidade nosconvidam a refletir sobre a complexidade, sobre aorganização do caos, sobre a diversidade e colocam nocentro das preocupações o papel da cultura naconstituição de nossas funções psicológicas superiores,no <strong>se</strong>ntido em que Vygotski as entendeu. Algunspsicólogos contemporâneos enxergam a psicologia comopsicologia cultural. Não penso que es<strong>se</strong> deva <strong>se</strong>r o pontode partida para a formação na pesquisa, mas é umhorizonte a <strong>se</strong>r apontado para os jovens pesquisadores.É preciso que eles o tenham como horizonte mas dêempequenos passos. Dar pequenos passos significa estudarmétodos, aprender diferentes delineamentos lógicos,refletir e experimentar formas possíveis de coletar dados,capacitar-<strong>se</strong> para entender o valor e os limites dosdiferentes tipos de análi<strong>se</strong>, confrontar o real com osconceitos verbais utilizados para expressá-lo.Preparar o psicólogo para trabalhar na área daeducação significa introduzi-lo no conhecimento dofenômeno educação e instrumentalizá-lo para trabalharem instituições, particularmente na escola, instrumentaliza-lopara entender o papel determinante dasinterações: adulto-criança, criança-criança, adulto-adulto,pais, funcionários, professores. <strong>Para</strong> trabalhar bem naárea da educação o psicólogo deve ter adquirido

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