166 Lidia Natalia Dobrianskyj Weber, Paulo Müller Prado, Olivia Justen Brandenburg e Ana Paula Viezzerestilo parental autoritativo apre<strong>se</strong>nt<strong>ou</strong> as maiores médiasde otimismo (4,35; 4,50; 4,59); o estilo negligente, asmenores (1,66; 1,77; 1,43).Foi aplicado o mesmo teste para investigar a relaçãoentre os estilos parentais e os escores totais dos eventosbons e dos eventos ruins. O escore total de eventos bons<strong>se</strong> apre<strong>se</strong>nt<strong>ou</strong> estatisticamente relacionado com o<strong>se</strong>stilos parentais (F=4,296; p
Avaliação da validade do questionário de estilo de atribuição para crianças (CASQ) 167independentes (qua<strong>se</strong> ortogonais). Isso significa que ossujeitos que responderam ao questionário não possuempontuação apenas para eventos bons <strong>ou</strong> apenas pararuins, mas sim, para os dois eventos. Tanto isso aconteceque, para cálculo do escore total, deve-<strong>se</strong> subtrair o valorde eventos ruins do valor dos eventos bons. Assim, acorrelação indica conformidade com o esperado. Porestas razões e pela sustentação das <strong>ou</strong>tras pesquisas jámencionadas anteriormente, os escores totais para osdois tipos de eventos foram utilizados na análi<strong>se</strong>concorrente, guardadas as limitações da escala aplicada.O Questionário de Estilo de Atribuição para Criançasoriginal pass<strong>ou</strong> por processo de avaliação psicométrica(Nolen-Hoek<strong>se</strong>ma & cols., 1986; Panak & Garber, 1992;Seligman e cols., 1984), encontrando índices moderadosde consistência interna para eventos positivos e negativos,além de o índice de confiabilidade de teste-reteste após6 me<strong>se</strong>s <strong>se</strong>r adequado (0,71 e 0,66 para eventos negativo<strong>se</strong> positivos, respectivamente). Além disso, diverso<strong>se</strong>studos têm encontrado convergência do CASQ com<strong>ou</strong>tros instrumentos, como o Children’s DepressionInventory – CDI (Nolen-Hoek<strong>se</strong>ma & cols., 1992),provando a validade do instrumento.Mesmo que a análi<strong>se</strong> de Cluster e os alfas tenhamsido dois elementos muito consistentes e fortes parainterpretar que o questionário necessita de revisõesprofundas, opt<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> por dar continuidade às análi<strong>se</strong>s doinstrumento através da análi<strong>se</strong> concorrente. Pôde-<strong>se</strong>verificar que os resultados obtidos na amostra destapesquisa responderam às expectativas: os filhos de paisautoritativos são mais otimistas, e os filhos de paisnegligentes são menos otimistas, enquanto os filhos depais autoritários possuem os mesmos escores deotimismo que os filhos de pais permissivos. Es<strong>se</strong> resultadopossui o mesmo padrão de <strong>ou</strong>tras pesquisas realizadasdentro do estudo de estilos parentais, como a pesquisade Lamborn e cols. (1991): adolescentes queperceberam <strong>se</strong>us pais como autoritativos foramassociados a aspectos positivos, enquanto os queperceberam <strong>se</strong>us pais negligentes o foram a aspectosnegativos; adolescentes que vêem <strong>se</strong>us pais comoautoritários <strong>ou</strong> como permissivos estão associados atraços tanto positivos quanto negativos, <strong>ou</strong> <strong>se</strong>ja, estãonuma faixa intermediária.O fato de os filhos de pais autoritativos teremapre<strong>se</strong>ntado melhores resultados quanto ao otimismo eos filhos de pais negligentes, os piores, condiz com oesperado. Em todas as pesquisas na área de estilosparentais, o estilo autoritativo é aquele que aparece como<strong>se</strong>ndo o que produz melhores efeitos em <strong>se</strong>us filhos(Dornbush, Ritter, Leiderman, Roberts, & Fraleigh, 1987;Lamborn e cols., 1991; Steinberg & cols., 1994; Steinberg& cols., 1995; Cohen & Rice, 1997; Kerka, 2000).Essa associação entre crianças otimistas e paisautoritativos foi confirmada pela relação entre paisautoritativos com maiores escores de eventos bons emenores escores de eventos ruins. E também pelascorrelações significativas e positivas entre o escore totalde otimismo com as dimensões de responsividade e deexigência, e também pelas correlações significativa<strong>se</strong>ntre eventos bons e ruins e as duas dimensões de estilosparentais.O resultado positivo, referente à análi<strong>se</strong> preditiva,indica que o instrumento possui alguma propriedademetrológica, o que é de extrema importância para o<strong>se</strong>studos sobre otimismo. Isso justifica e permite acontinuidade dos estudos sobre este instrumento pararevisão profunda dos itens e melhoramento de <strong>sua</strong>estrutura e consistência internas.Nesta continuidade de estudos, <strong>se</strong>ria muito importanterever com maiores detalhes o <strong>se</strong>ntido das fra<strong>se</strong>s doquestionário para as crianças brasileiras. A pre<strong>se</strong>ntepesquisa preocup<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> não apenas com a tradução, mastambém com a adaptação das fra<strong>se</strong>s. Esta adaptação,porém, pode não ter sido suficiente. Na pesquisa deWeber, Brandenburg e Viezzer (2003), encontr<strong>ou</strong>-<strong>se</strong>valores muito mais baixos de otimismo para as criançasbrasileiras, quando comparados com os valores dootimismo das crianças americanas. Isso comprova comodeve-<strong>se</strong> enfatizar a diferença cultural e socioeconômicaentre as amostras original e a utilizada na pre<strong>se</strong>ntepesquisa pode ter <strong>se</strong> apre<strong>se</strong>ntado como uma variávelinterveniente importante para dificultar a validade doinstrumento aqui demonstrada.Apesar de os resultados não terem sido muitosatisfatórios, a pre<strong>se</strong>nte pesquisa teve <strong>sua</strong> importânciapor dois grandes motivos. Em primeiro lugar, chama aatenção para os cuidados que devem <strong>se</strong>r tomados e paraas dificuldades que acarretam a tradução e adaptaçãode instrumentos estrangeiros. Deve-<strong>se</strong> incentivar eressaltar a importância de os pesquisadores elaborareminstrumentos a partir da realidade cultural esocioeconômica brasileira.Em <strong>se</strong>gundo lugar, ressalta a importância de <strong>se</strong>pesquisar e estudar sobre o otimismo das crianças,tendo em vista a possibilidade de promoção de umPsicologia Escolar e Educacional, 2003 Volume 7 Número 2 161-170
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