200 Nayara Argollodisruptivos) e baixa auto-estima, dificuldade de controlede impulsos e desabilidades sociais (Bird, G<strong>ou</strong>ld &Staghezza, 1993). Terapia comportamental combinadacom tratamento farmacológico é muito mais efetiva quea terapia isolada (The MTA Cooperative Gr<strong>ou</strong>p, 1999).Contudo, terapia comportamental implementada em umambiente bem estruturado pode permitir o uso de do<strong>se</strong>smais baixas da medicação (Abikoff & Gittelman , 1985).As drogas psicoestimulantes têm sido as de escolhapara o tratamento do TDAH (Gillberg, Melarder & vonKnorring, 1997). Diversos estudos randomizados e bemcontrolados têm demonstrado a eficácia do metilfenidatotanto para crianças, como adolescentes e adultos (Gillberg& cols., 1997). Pacientes com retardo mental, por <strong>ou</strong>trolado, respondem mal à medicação. O uso de drogaspsicoestimulantes resulta em uma imediata efreqüentemente dramática melhora do comportamento.Ocorre melhora da atenção, e da interação interpessoal,assim como do rendimento escolar. Estudosneuropsicológicos demonstram que as medidas deatenção, impulsividade, aprendizado, processamento deinformação, memória de curto prazo e vigilância sãograndemente melhoradas (Greenhill, Halperin & Abikoff,1998). A principal desvantagem do metilfenidato é tercurto efeito de ação, <strong>se</strong>ndo necessário de três a quatrosdo<strong>se</strong>s no dia. <strong>Os</strong> principais efeitos colaterais são adiminuição do apetite, insônia, irritabilidade, cefaléia etontura (Elia, Ambrosini & Rapoport, 1999).Estudos demonstram a prevalência significativamentemaior de uso/abuso de drogas em adolescentes com TDAHque não foram tratados com psicoestimulantes quandocomparados com os que foram tratados, maior risco dedelinqüência na adolescência (Fischer, Barkley, Fletcher& Smallish, 1993; Biederman, Wilens, Mick & Spencer,1999). A medicação poderá <strong>se</strong>r suspensa após um anoassintomático, de preferência nas férias escolares e acriança <strong>ou</strong> o adolescente <strong>se</strong>rá ob<strong>se</strong>rvado para a necessidadede reintrodução da medicação (Spencer, Biederman, Wilens,Harding, O’Donnel & Griffin, 1996; Greenhill & cols., 1998).CONCLUSÃOO TDAH é uma doença crônica cujo diagnóstico éclínico.Existe hetereogenicidade do quadro clínico comvariação dos déficits sociais, comportamentais ecognitivos. Apesar da forte evidência de hereditariedade,o modo de herança ainda não está claro. É associadacom <strong>ou</strong>tras comorbidades neuropsiquiátricas como asdificuldades de aprendizado, distúrbios disruptivos (deconduta, transtorno desafiante-opositor), depressão eansiedade. O metilfenidato é a droga de escolha <strong>se</strong>ndo<strong>se</strong>gura para o uso em crianças. Em algumas dessascrianças, o tratamento farmacológico não é suficienteporque os sintomas persistem <strong>ou</strong> existe comorbidade.Nestes casos intervenção integrada com psicofármacoe intervenção psicossocial são necessárias. O tratamentoé imprescindível para prevenção de distúrbios de condutae delinqüência na criança e no adolescente com TDAH.REFERÊNCIASAbikoff H., & Gittelman, R. (1985). Hyperactive children treatedwith stimulants: is cognitive training a u<strong>se</strong>ful adjunct?Archives of General Psychiatry, 42, 953-61.American Psychiatric Association (1994). Diagnostic andStatistical Manual of Mental Disorders ( 4. ed).Washington (DC): Autor.August, G. J., Realmuto, G. M., MacDonald, A. W., Nugent,S. M., & Crosby, R. (1996). Prevalence of ADHD andcomorbid disorders among elementary school childrenscreened for disruptive behavior. J<strong>ou</strong>rnal of AbnormalChild Psychology, 24, 571-95.Barbosa, G. A., Dias, M. R., & Gaião, A. A. (1997). Validacíonfactorial de los índices de hiperactividad del cuestionáriode Conners em escolares de João Pessoa – Brasil. Infanto,5, 118-25.Barkley, R. A., Fischer, M., Edelbrock, C. S., & Smallish, I.(1990). The adolescent <strong>ou</strong>tcome of hyperactive childrendiagno<strong>se</strong>d by re<strong>se</strong>arch criteria. I. An 8-year prospectivefollow-up study. The J<strong>ou</strong>rnal of American Academia ofChild and Adolescent Psychiatry, 29, 546-57.Biederman, J., Faraone, S. V., Spencer, T., Wilens, T., Mick, E.,& Lapcy, K. A. (1996). Gender differences in a sample ofadults with attention deficit hyperactivity disorder.Psychiatry Re<strong>se</strong>arch, 53, 13-29.Biederman, J., Wilens, T., Mick, E., & Spencer, T. J. (1999).Pharmacotherapy of attention-deficit/hyperactivitydisorder reduces risk for substance u<strong>se</strong> disorder.Pediatrics, 104 (2), 20.
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade: Aspectos neuropsicológicos 201Bird, H. R., G<strong>ou</strong>ld, M. S., & Staghezza, B. M. (1993). Patternsof diagnostic comorbidity in a community sample ofchildren aged 9 thr<strong>ou</strong>ght 16 years. The J<strong>ou</strong>rnal ofAmerican Academia Child and Adolescent Psychiatry,32,361-8.Elia, J., Ambrosini, P. J., & Rapoport, J. L. (1999): Treatment ofAttention-Deficit-Hypperactivity Disorder. The NewEngland J<strong>ou</strong>rnal of Medicine, 340, (10), 780-88.Fischer, M., Barkley, R. A., Fletcher, K. E., & Smallish, I. (1993).The adolescent <strong>ou</strong>tcome of hyperactivity children:predictors of psychiatric, academic, social, and emotionaladjustment. The J<strong>ou</strong>rnal of American Academia Childand Adolescent Psychiatry, 32, 324-32.Gill, M., Daly, G., Heros, S., Hawi, Z., & Fitzgerald, M. (1997).Confirmation of association between attention deficithyperactivity disorder and a dopamine transproterpolymorphism. Molecular Psychiatry , 2, 311-3.Gillberg, C., Melarder, H., & von Knorring, A. L. (1997). Longtermstimulant treatment of children with attention deficithyperactivity disorder symptoms: a randomized, d<strong>ou</strong>bleblind,placebo-controlled trial. Archives of GeneralPsychiatry, 54, 57-64.Greenhill, L. L., Halperin, J. M., & Abikoff, H. (1998). Stimulantmedications. The J<strong>ou</strong>rnal of American Academia Childand Adolescent Psychiatry, 38 (5), 503-12.Manzza, S., Klein, R. G., Bessler, A., Malloy, P., & LaPadula,M. (1993). Adult <strong>ou</strong>tcome of hyperactive boys:educational achievement, occupational rank, andpsychiatric status. Archives of General Psychiatry , 50,565-76.Organização Mundial de Saúde. (1993). Classificação deTranstornos Mentais e de Comportamento da CID-10:Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. PortoAlegre: Artes Médicas.Rohde, L. A., Barbosa, G., Tramontina, S., & Polanczyk, G.(2000). Transtorno do Déficit de Atenção eHiperatividade. Revista Brasileira de Psiquiatria, 22(Supl II), 7-11.Shaffer, D. (1994). Attention deficit hyperactivity disorder inadults. American J<strong>ou</strong>rnal of Psychiatry, 151, 633-8.Spencer, T., Biederman, J., Wilens, T., Harding, M., O’Donnell,D., & Griffin, S. (1996). Pharmacotherapy of attentiondeficithyperactivity disorder across the life cycle. TheJ<strong>ou</strong>rnal of American Academic Child and AdolescentPsychiatry, 35, 409-32.The MTA Cooperative Gr<strong>ou</strong>p. (1999). A 14-month randomizedclinical trial of treatment strategies for attention-deficit/hyperactivity disorder. Archives of General Psychiatry,56, 1073-86.Zametkin, A. J., & Ernst, M. (1999). Problems in themanagement of attention-deficit-hyperactivity disorder.The New England J<strong>ou</strong>rnal of Medicine, 340, 40-6.Recebido em: 01/07/03Revisado em: 29/08/03Aprovado em: 07/11/03Psicologia Escolar e Educacional, 2003 Volume 7 Número 2 197-201
- Page 3 and 4:
Psicologia Escolare EducacionalISSN
- Page 5:
SUMMARYISSN 1413-8557125 EditorialP
- Page 9:
Artigos
- Page 12 and 13:
130preocupação de ensinar a ler e
- Page 14 and 15:
132(13,2%; F=15), de livros (10,5%;
- Page 16 and 17:
134garantir ao aluno o domínio das
- Page 18 and 19:
136Acácia A. Angeli dos Santos, Ka
- Page 20 and 21:
138Acácia A. Angeli dos Santos, Ka
- Page 22 and 23:
140Acácia A. Angeli dos Santos, Ka
- Page 24 and 25:
142Acácia A. Angeli dos Santos, Ka
- Page 26 and 27:
Acácia A. Angeli dos Santos, Katya
- Page 28 and 29:
146 Graziela Nascimento da Silva e
- Page 30 and 31:
148 Graziela Nascimento da Silva e
- Page 32 and 33: 150 Graziela Nascimento da Silva e
- Page 34 and 35: 152 Graziela Nascimento da Silva e
- Page 37 and 38: Psicologia Escolar e Educacional, 2
- Page 39 and 40: O que se espera de uma educação c
- Page 41 and 42: O que se espera de uma educação c
- Page 43 and 44: Psicologia Escolar e Educacional, 2
- Page 45 and 46: Avaliação da validade do question
- Page 47 and 48: Avaliação da validade do question
- Page 49 and 50: Avaliação da validade do question
- Page 51 and 52: Avaliação da validade do question
- Page 53 and 54: Psicologia Escolar e Educacional, 2
- Page 55 and 56: Família, escola e a dificuldade de
- Page 57 and 58: Família, escola e a dificuldade de
- Page 59 and 60: Família, escola e a dificuldade de
- Page 61 and 62: Psicologia Escolar e Educacional, 2
- Page 63 and 64: Adaptação da Pavlovian Temperamen
- Page 65: Adaptação da Pavlovian Temperamen
- Page 68 and 69: 186 Miriam Cruvinel e Evely Borucho
- Page 70 and 71: 188 Lino de Macedo, Ana Lúcia Pett
- Page 72 and 73: 190 Lino de Macedo, Ana Lúcia Pett
- Page 74 and 75: 192 Lino de Macedo, Ana Lúcia Pett
- Page 76 and 77: 194 Lino de Macedo, Ana Lúcia Pett
- Page 79 and 80: Psicologia Escolar e Educacional, 2
- Page 81: Transtorno do Déficit de Atenção
- Page 86 and 87: 204diversificadas. Embora sem usar
- Page 89 and 90: HistóriaEntrevista com Maria Regin
- Page 91 and 92: História 209do século 20 fizeram
- Page 93 and 94: História 211modesto. Penso que o p
- Page 95 and 96: História 213PSICOLOGIA E EDUCAÇÃ
- Page 97 and 98: História 215Problemas de Aprendiza
- Page 99 and 100: Sugestões PráticasSELEÇÃO DE PR
- Page 101: Sugestões Práticas 219Fechamento
- Page 105 and 106: Informativo 223INFORMESAbril/2004 -
- Page 107 and 108: Informativo 225Forma de Apresentaç
- Page 109 and 110: Informativo 227bibliográficas deve
- Page 111 and 112: Informativo 229Serviço de Orienta
- Page 113: História 2314.O processo de avalia
- Page 117: ALGUNS TÍTULOS DA CASA DO PSICÓLO