138Acácia A. Angeli dos Santos, Katya L. de Oliveira, Maria Cristina R. Azevedo Joly e Adriana C. B<strong>ou</strong>lhoça Suehirotrabalhos foram classificados em três modalidades, asaber, relatos de pesquisa, relatos de experiência ereflexões teóricas. <strong>Os</strong> resultados mostram que noprimeiro e <strong>se</strong>gundo congressos os trabalhos queapre<strong>se</strong>ntaram maior incidência foram aquelesclassificados na modalidade reflexão teórica (75,8%;N=22) no primeiro congresso, e (58,5%; N=07) no<strong>se</strong>gundo. Já nos terceiro e quartos h<strong>ou</strong>ve uma maiorincidência de trabalhos classificados na modalidaderelatos de experiência (39,3%; N=13) para o terceirocongresso e (50%; N=14) para o quarto. Um dado quechama atenção é o crescimento dos trabalhosclassificados na modalidade de relatos de pesquisa,<strong>se</strong>ndo que nos primeiros congressos totalizavam 5 e nosdois últimos somavam 20.Es<strong>se</strong>s dados remetem à consideração de que ummovimento de crescimento da pesquisa em psicologiaescolar está <strong>se</strong> instalando. Tal fato não significa umdesmerecimento dos demais trabalhos, mas há que <strong>se</strong>enfatizar que a atuação prática somente é bemfundamentada <strong>se</strong> tiver o respaldo do conhecimentocientífico construído a partir das pesquisas realizadasna área.<strong>Para</strong> Witter C. (1996) conhecer e socializar o que éconhecido é uma preocupação de todos os <strong>se</strong>gmentosda ciência. Nes<strong>se</strong> <strong>se</strong>ntido, a autora destaca a importânciada Associação Brasileira de Psicologia Escolar eEducacional (ABRAPEE), entidade científica eprofissional, que por meio do periódico ‘PsicologiaEscolar e Educacional’, tem por principal objetivodis<strong>se</strong>minar os conhecimentos relativos à área. Assim,constitui-<strong>se</strong> um importante espaço de divulgação, quecolabora para que as pesquisas na área <strong>se</strong> difundamentre os profissionais, diminuindo a distância entre apesquisa e a prática. Outro aspecto a <strong>se</strong>r enfatizado é aimportância de eventos como os realizados pela própriaABRAPEE, que já organiz<strong>ou</strong> <strong>se</strong>is congressos nacionaisao longo dos treze anos de <strong>sua</strong> existência.De forma geral, os congressos criam umaoportunidade privilegiada para a promoção e asocialização do conhecimento, aproximando osprofissionais que <strong>se</strong> dedicam à academia e ao fazerciência daqueles que <strong>se</strong> defrontam com os desafios daprática profissional. Este foi o elemento de<strong>se</strong>ncadeadorpara que várias entidades reunidas no Fórum deEntidades Nacionais de Psicologia (FENP) realizas<strong>se</strong>mum evento de grande monta como o ‘I CongressoBrasileiro de Psicologia: Ciência e Profissão’.Tendo em vista a importância deste evento para apsicologia brasileira, entendeu-<strong>se</strong> como relevante que apsicologia escolar/educacional avalias<strong>se</strong> como ocorreu<strong>sua</strong> participação e analisas<strong>se</strong> os tipos de trabalhospropostos por pesquisadores e profissionais da área. Nes<strong>se</strong><strong>se</strong>ntido, esta pesquisa teve como objetivo analisar aprodução científica em psicologia escolar e educacionalno ‘I Congresso Brasileiro de Psicologia Ciência eProfissão’, considerando-<strong>se</strong> os aspectos relacionados àtemática, autoria, discurso, metodologia e análi<strong>se</strong> de dados.MÉTODOO estudo foi realizado em duas partes, buscandoanalisar a produção científica veiculada no congressoreferido. A primeira focaliz<strong>ou</strong> todos os painéisapre<strong>se</strong>ntados e a <strong>se</strong>gunda apenas aqueles, cujos resumosos autores puderam ter acesso.Composição da amostraA amostra foi composta pelos 304 painéis da áreaEscola/Educação, divididos nas sub-áreas definidas pelaComissão Científica para a análi<strong>se</strong> dos critérios (a)Temática e (b) Autoria. <strong>Para</strong> a análi<strong>se</strong> dos demais itens,utiliz<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> 199 painéis, cujos resumos estavamdisponíveis no site do congresso.MaterialLivro de programação: é composto por 160páginas. O índice geral traz os horários das atividadesdiárias divididas pelos dias da <strong>se</strong>mana. Nes<strong>se</strong> índicetambém há uma suscinta apre<strong>se</strong>ntação do que <strong>se</strong>rátratado nas atividades intituladas ‘Conversando sobre’e de ‘Encerramento’. As páginas sub<strong>se</strong>qüentesapre<strong>se</strong>ntam a programação geral.Site do congresso: foi utilizado como fonte deconsulta pois nele encontravam-<strong>se</strong> disponíveis on lineos anais do congresso com muitos dos resumos dospainéis apre<strong>se</strong>ntados.Procedimento<strong>Os</strong> painéis foram analisados com ba<strong>se</strong> nos critério<strong>se</strong>stabelecidos por Witter (1996), <strong>se</strong>ndo considerados ositens: (a) Temática, analis<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> a quantidade e adistribuição por áreas; (b) Autoria, identific<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> a
I Congresso nacional de ‘Psicologia - Ciência e Profissão’: O que tem sido feito na Psicologia Educacional 139natureza da autoria (individual <strong>ou</strong> múltipla), bem como,o gênero dos autores; (c) Discurso, avali<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> o resumoquanto à pre<strong>se</strong>nça de: objetivos, fonte documental <strong>ou</strong>sujeitos, materiais, procedimentos e resultados; (d)Modalidade, verific<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> a tipologia: relato deexperiência, projeto de pesquisa, relato de pesquisa <strong>ou</strong>reflexão teórica; (e) Análi<strong>se</strong> de dados, realiz<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> aclassificação do tipo de tratamento (qualitativo,quantitativo <strong>ou</strong> misto).Todos os painéis da área Escola/Educação foramanalisados quanto à temática e à autoria utilizando-<strong>se</strong> olivro de programação do evento. No entanto, para a análi<strong>se</strong>dos demais itens foram considerados apenas os resumosque estavam disponíveis no site do Con<strong>se</strong>lho Federal dePsicologia, onde estão os Anais do Congresso. O resultadode cada item foi considerado em função da concordânciaentre pelo menos três das quatro autoras.RESULTADOS E DISCUSSÃONo que <strong>se</strong> refere à análi<strong>se</strong> da temática, os painéisforam agrupados, considerando as áreas de cada trabalhoapre<strong>se</strong>ntado. <strong>Os</strong> resultados podem <strong>se</strong>r ob<strong>se</strong>rvados naTabela 1.Tabela 1: Estatísticas descritivas dos painéis, considerandoas temáticas previamente definidas nas quais osautores incluíam <strong>se</strong>us trabalhos (N=304).Área F %Outros 43 14,1Necessidades Especiais 38 12,5Formação do Educador 34 11,1Orientação Profissional 34 11,1Ensino Superior 32 10,5Ensino Fundamental 30 9,9Educação Infantil – Creche 29 9,5Ensino da Psicologia 12 3,9Ensino Médio 10 3,2Fracasso Escolar 9 2,9Leitura e Escrita 8 2,6Prevenção 8 2,6Pré Escola 7 2,3Tecnologia Educacional 7 2,3Educação Informal 3 0,9Total 304 100,00Destaca-<strong>se</strong> que os trabalhos relacionados àTecnologia Educacional, Educação Informal e Préescolaapre<strong>se</strong>ntaram baixa freqüência de apre<strong>se</strong>ntaçãono congresso, comparando-<strong>se</strong> com as sub-áreas deNecessidades Especiais, Formação do educador eOrientação profissional, entre <strong>ou</strong>tras. Talvez es<strong>se</strong> fatotenha ocorrido por lidarem com temas que estão <strong>se</strong>de<strong>se</strong>nvolvendo mais recentemente <strong>ou</strong> por falha dosistema de classificação criado. No caso da Pré-escola,a existência da sub-área Creche possivelmente tenhalevado a uma divisão dos trabalhos relacionados àeducação infantil entre essas duas sub-áreas. Outrapossível explicação é o fato de que havia uma <strong>ou</strong>tragrande área no congresso, além da Educação/Escola,denominada De<strong>se</strong>nvolvimento Humano. Esta área podeter aglutinado parte significativa dos trabalhos que foramde<strong>se</strong>nvolvidos no ambiente da pré-escola, <strong>se</strong>ndo opçãode escolha dos autores, cujo foco era mais voltado aode<strong>se</strong>nvolvimento infantil do que a aspectos daaprendizagem que poderiam ocorrer nes<strong>se</strong> contexto.Face às exigências da educação inclusiva, surgidascom a Lei de Diretrizes e Ba<strong>se</strong>s aprovada em 1996,muitas temáticas ligadas à sub-área Necessidade<strong>se</strong>speciais passaram a <strong>se</strong>r muito discutidas e pesquisadas,não somente por psicólogos, mas também porpesquisadores da educação (Batista, 1997; Mantoan,1997; Cordeiro & Aquino, 1998; Góes, 2000; Fanelli,2003). Talvez este fato possa explicar o crescimentodos trabalhos apre<strong>se</strong>ntados neste congresso, cuja subáreafoi uma das com maior número de painéis. Assim,mostra um panorama diferente, muito mais relacionadoà nomenclatura, daquele encontrado por Witter C. (1996)que apontava que a produção científica em psicologiaescolar estava mais focada em aprendizagem e <strong>sua</strong>sdificuldades.Vale destacar que a divisão em sub-áreas de cadacampo da Psicologia foi proposta pela comissão científicado congresso, com ba<strong>se</strong> em sugestões de membrosrepre<strong>se</strong>ntantes das diversas entidades. No entanto, haviaa possibilidade do participante inscrever <strong>se</strong>u trabalhonuma grande área (no pre<strong>se</strong>nte caso, a de Escola/Educação) e, quando julgas<strong>se</strong> que o <strong>se</strong>u trabalho não<strong>se</strong> encaixava adequadamente nas sub-áreas disponíveis,incluí-lo numa sub-área denominada Outros. Nostrabalhos analisados verific<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> que esta categoriaatingiu o percentual mais alto, o que leva a crer que assub-áreas propostas não tenham sido suficientementeabrangentes para englobarem toda a diversidade de áreaeducacional. É possível que a classificação proposta,mesmo pautada em áreas temáticas que emergiram dePsicologia Escolar e Educacional, 2003 Volume 7 Número 2 135-144
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