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INTRODUÇÃO Os - Para associar-se ou renovar sua anuidade ...

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Família, escola e a dificuldade de aprendizagem: Intervindo sistemicamente 173que os sistemas movem-<strong>se</strong> através do tempo e também<strong>se</strong> modificam. Isso acontece não em uma perspectivalinear, cronológica, mas em uma perspectiva de ciclos.Sendo assim, o conceito de ciclos está associado aoconceito de de<strong>se</strong>nvolvimento, movimento, crescimento,ordenação, etapas. Exemplificando es<strong>se</strong> movimento nosistema familiar, Duque (1996) afirma que “desde que<strong>se</strong> constituem, por meio da união de um casal, as famíliaspassam por um certo número de fa<strong>se</strong>s evolutivas naturaisque <strong>se</strong> sucedem ao longo de um contínuo, o qualdenominamos ciclo vital”. (p.78)Carter e McGoldrick (1995) classificam 6 fa<strong>se</strong><strong>se</strong>volutivas na vida da família: o jovem solteiro; ocasamento; famílias com filhos pequenos; famílias comadolescentes; famílias no meio da vida e famílias noestágio tardio da vida. Em cada estágio existemprocessos emocionais implícitos que exigemmudanças no status da família para que esta prossiga<strong>se</strong> de<strong>se</strong>nvolvendo.A formação de um sintoma 2 acontece normalmentenas passagens de estágios, pois o nível de estres<strong>se</strong> familiar,<strong>se</strong>gundo Carte e McGoldrick (1995) “é geralmente maiornos pontos de transição de um estágio para o <strong>ou</strong>tro noprocesso de de<strong>se</strong>nvolvimento familiar” (p.8). O estres<strong>se</strong>,porém, pode também <strong>se</strong>r externo (uma mudança social,política). <strong>Para</strong> Papp (1992) o aparecimento de um sintomapode <strong>se</strong>r ocasionado de diversas formas, na concepçãode Papp (1992) “Por uma mudança em um dos sistemasmais amplos nos quais a família existe, tais como o sistemasocial, político, cultural e educacional (...) <strong>ou</strong> o eventoprecipitador pode vir de dentro da família como umareação a alguma ocorrência do ciclo de vida (morte,nascimento, etc)”. (p.24)De qualquer forma, sintoma e sistema estãoconectados, <strong>se</strong>rvindo um ao <strong>ou</strong>tro. Se a origem está forada família, <strong>sua</strong> permanência indica que está exercendoalguma função dentro da família, para que algumatransação permaneça <strong>ou</strong> para que a família evolua no<strong>se</strong>u ciclo vital. Ao considerarmos o ciclo da famíliapodemos perceber que processos de transição sãogeralmente acompanhados de muita ansiedade, podendoaparecer sintomas como forma de dominar a cri<strong>se</strong>. <strong>Para</strong>Duque (1996) “a cri<strong>se</strong> é resultado do sofrimentoacarretado pela necessidade de mudar e <strong>se</strong> define (...)por <strong>se</strong>u caráter transitório. Na maioria das vezes, ossintomas desaparecem com o tempo <strong>se</strong>m que <strong>se</strong>janecessária intervenção terapêutica. Outras vezes, aintervenção terapêutica <strong>se</strong> faz necessária para que afamília adquira uma nova compreensão e significaçãodo problema apre<strong>se</strong>ntado por <strong>se</strong>us componentes”. (p.84)Pensando no sistema escola, <strong>se</strong> a cri<strong>se</strong> é resultadoda necessidade de mudar, é possível entender umproblema na escola como uma necessidade de mudançanas interações do sistema. Assim, a criação de novossignificados para o problema apre<strong>se</strong>ntado é o queobjetiva um trabalho na escola cujo ponto de partida é opensamento sistêmico.Tal pensamento requer uma reflexão contextual, poisapre<strong>se</strong>nta os <strong>se</strong>guintes princípios: totalidade (o todo é maiorque a soma das partes, <strong>ou</strong> <strong>se</strong>ja, o funcionamento do sistemanão pode <strong>se</strong>r entendido a partir do funcionamento de umsó indivíduo); integridade de subsistemas (os sistemaspossuem subsistemas que são integrados, relacionadosuns aos <strong>ou</strong>tros); circularidade (todos os componentesinfluenciam-<strong>se</strong> mutuamente) (Schaffer, 1996).Nes<strong>se</strong> <strong>se</strong>ntido, Tilmans-<strong>Os</strong>tyns (s/d) ob<strong>se</strong>rva que “opensamento sistêmico funciona <strong>se</strong>gundo um modelocircular. Isto significa que o lugar, o momento no qualsituamos o inicio de um processo interacional, para daídeduzir uma compreensão, é totalmente arbitrário. <strong>Para</strong>iniciar a compreensão de tal processo, podemos ver<strong>ou</strong>tras coisas. A questão de saber quem começ<strong>ou</strong>, quemé a causa, não tem, portanto <strong>se</strong>ntido neste modo depensamento”. (p.3)Dessa forma, para compreendermos o processointeracional é preciso considerar diversas causas, assimcomo as possíveis funções que determinado problemapode estar exercendo neste processo. O aluno, portanto,não pode mais <strong>se</strong>r visto como o sujeito dotado de problemas,<strong>se</strong>parado do sistema sala de aula, mas como um sujeitorelacional cujo problema exerce uma função no sistema.Conforme Curonici e McCulloch (1999), “é ainda precisolevar em conta que o problema manifestado por umacriança (por um grupo de crianças) é um conjuntoimportante da manutenção do equilíbrio (homeostasia) dosistema inteiro. É o que explica a persistência no tempode algumas dificuldades e a p<strong>ou</strong>ca eficácia das medidasque tendem a fazer desaparecer o problema ao focar-<strong>se</strong>no indivíduo que o manifesta”. (p.37)A teoria sistêmica, em <strong>sua</strong> riqueza epistemológica,considera o sintoma de diversos ângulos. <strong>Para</strong> Satir(1980) o sintoma é problema na comunicação, <strong>ou</strong> <strong>se</strong>ja,uma comunicação disfuncional (generalista, incompleta,desconexa) poderá gerar sintomas no indivíduo. Assim,o psicólogo deve trabalhar focalizando a comunicaçãodo sistema.Psicologia Escolar e Educacional, 2003 Volume 7 Número 2 171-178

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