194 Lino de Macedo, Ana Lúcia Petty, Gi<strong>se</strong>le Escorel de Carvalho e Valquiria Carracedoo desafio às necessidades de cada criança, visando aregulação da produção em função das informaçõesobtidas. Assim <strong>se</strong>ndo, o processo de avaliação formativa(Hadji, 1993; Perren<strong>ou</strong>d, 1998) implica a consideraçãosimultânea de duas ações: ob<strong>se</strong>rvação e regulação. Aregulação implica uma análi<strong>se</strong> da situação paraconfirmar o que está “certo” e corrigir o que está“errado”. Daí a importância das intervenções, tanto noque <strong>se</strong> refere ao realizar (no nosso caso, jogar mais) eao compreender (discutir o que foi produzido, questionarjogadas, explicar estratégias, compartilhar idéias).É possível fazer uma analogia entre o realizar e ocompreender na perspectiva de nossas pesquisas comjogos. Se no livro “4Cores, Senha e Dominó” (Macedo,Petty & Passos, 1997) os jogos são apre<strong>se</strong>ntados sob aótica de “o que fazer” e “como jogar” (destacando osprocedimentos <strong>ou</strong> a realização), na pre<strong>se</strong>nte pesquisapretendemos dar “pistas” sobre “o que ob<strong>se</strong>rvar”, sobre“como analisar” as respostas das crianças ao jogaremSenha (destacando as análi<strong>se</strong>s possíveis <strong>ou</strong> ocompreender). A idéia, portanto, foi focar o olhar dopesquisador sobre os resultados e, mais que isto, sobreas implicações destes resultados, bem como sobre osindícios do pensamento infantil, expressos nosprotocolos, visando contribuir para o trabalho pedagógico<strong>ou</strong> clínico, no que <strong>se</strong> refere à avaliação e intervençãopor meio de jogos. Com isto, valorizamos a importânciado trabalho com jogos como promotor de generalizações.Em sínte<strong>se</strong>, do ponto de vista do adulto, elaborarsituações-problema e analisar estratégias são recursosdidáticos que podem (e devem!) <strong>se</strong>rvir como ba<strong>se</strong> parao de<strong>se</strong>nvolvimento de muitas atividades que não sãonecessariamente relativas a contextos de jogos. E, doponto de vista da criança, enfrentar situações-problemae discutir estratégias para <strong>sua</strong> resolução, também sãorecursos preciosos para poderem lidar com os desafio<strong>se</strong>scolares tendo melhores condições de superaremdificuldades.REFERÊNCIASAbreu, A. R. (1993). O jogo de regras no contexto escolar:uma análi<strong>se</strong> na perspectiva construtivista. Dis<strong>se</strong>rtaçãode Mestrado. Instituto de Psicologia, USP. São Paulo.Brenelli, R. P. (1996). O jogo como espaço para pensar: aconstrução de noções lógicas e aritméticas. Campinas:Papirus.Carracedo, V. A. (1998). Jogo do carimbador: esquemas deresolução e importância educacional. Dis<strong>se</strong>rtação deMestrado. Escola de Educação Física e Esporte, USP.São Paulo.Hadji, C. (1993). A avaliação, regras do jogo- das intençõesaos instrumentos. Portugal: Porto.Macedo, L. (1992). <strong>Para</strong> uma psicopedagogia construtivista.Em E. S Alencar. (Org.). Novas contribuições daPsicologia aos processos de ensino e aprendizagem.(pp. 119-140). São Paulo: Cortez.Macedo, L. (1994). Ensaios construtivistas. São Paulo: Casado Psicólogo.Macedo, L., Petty, A. L. S., & Passos, N. C. (1997). 4Cores,Senha e Dominó: oficinas de jogos em uma perspectivaconstrutivista e psicopedagógica. São Paulo: Casa doPsicólogo.Macedo, L., Petty, A. L. S., & Passos, N. C. (1997). Aprendercom jogos e situações-problema. Porto Alegre: Artmed.Macedo, L. (2002). Situação-problema: forma e recurso deavaliação, de<strong>se</strong>nvolvimento de competências eaprendizagem escolar. Em P. Perren<strong>ou</strong>d & cols. (Orgs.) Ascompetências para ensinar no século XXI. (pp. 113-135).Porto Alegre: Artmed.Magalhães, L. A. M. (1999). O jogo Cara-a-cara em criançasde 7 a 13 anos: uma análi<strong>se</strong> construtivista. Dis<strong>se</strong>rtaçãode Mestrado. Faculdade de Educação, USP. São Paulo.Ortega, A. C., & cols. (1993). O raciocínio da criança no jogode regras: avaliação e intervenção psicopedagógica.Psicopedagogia, 12 (27), 27-30.Ortega, A. C., & cols. (1994). O possível e o necessário no jogoda Senha de escolares da pré-escola à 4 a . série do primeirograu. Cadernos de Pesquisa da UFES, (3), 48-54.Ortega, A. C., & cols. (1995). Raciocínio lógico e jogo de regras:contextos construtivista e não-construtivista. ArquivosBrasileiros de Psicologia, 47 (3), 105-112.Perren<strong>ou</strong>d, P. (1998). Avaliação: da excelência à regulaçãodas aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre:Artmed.Petty, A. L. S. (1995). Ensaio sobre o valor pedagógico dosjogos de regras: uma perspectiva construtivista.Dis<strong>se</strong>rtação de Mestrado. Instituto de Psicologia, USP.São Paulo.Petty, A. L. S., & Passos, N. C. (1996). Algumas reflexõessobre jogos de regras. Em F. F. Sisto (Org.) Atuação
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