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INTRODUÇÃO Os - Para associar-se ou renovar sua anuidade ...

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186 Miriam Cruvinel e Evely Boruchovitch“0” (significando isso que nenhuma das letras está naposição correspondente à combinação escondida), podeantecipar, <strong>ou</strong> <strong>se</strong>ja, eliminar como possibilidades, nasjogadas futuras, as combinações BAC, ACB, CBA.Es<strong>se</strong> foi justamente o objetivo deste estudo: verificarcomo crianças, depois de alguma prática com o jogo,antecipavam, de forma procedimental e explicativa, umaresposta <strong>ou</strong> regra.Um dos usos experimentais do jogo de Senha porPiaget (1983). está em <strong>se</strong>u livro sobre a “Evolução dosnecessários nas crianças”. A questão estudada refere<strong>se</strong>à conduta da criança em uma situação em que “asinformações condicionam-<strong>se</strong> mutuamente”. Nessasituação, a jogada <strong>se</strong>guinte é favorecida <strong>se</strong> asinformações já disponíveis nas jogadas anteriores foremconsideradas (combinações propostas para as letras enúmero de posições corretas <strong>ou</strong> não). Outra importânciateórica em termos do jogo de Senha refere-<strong>se</strong> àinterdependência, para <strong>se</strong>r bem sucedido, entre o realizaras jogadas e o compreender (interpretar) as informaçõesdisponíveis (jogadas anteriores e informação sobre onúmero de posições certas). Ou <strong>se</strong>ja, trata-<strong>se</strong> de umasituação em que realizar e compreender sãocomplementares, irredutíveis (já que um não <strong>se</strong> confundecom o <strong>ou</strong>tro) e indissociáveis.No pre<strong>se</strong>nte estudo, as duas considerações teóricas,acima mencionadas, foram investigadas por meio deproblemas a <strong>se</strong>rem resolvidos por crianças entre <strong>se</strong>te edoze anos. É importante destacar que esta pesquisarealiz<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> em um contexto de oficinas de jogos eintervenções e que, ao contrário de Piaget, as criançasnão foram entrevistadas, e sim, responderam por escritoos problemas propostos, os quais foram analisadosposteriormente, considerando os objetivos da pesquisa.Tendo como referência os estudos de Piaget (1983)usando o jogo de Senha, muitas pesquisas foramrealizadas. Em <strong>sua</strong> te<strong>se</strong> de d<strong>ou</strong>torado, Ros<strong>se</strong>tti (2001)fez uma revisão das pesquisas sobre jogos de<strong>se</strong>nvolvidasnas duas últimas décadas. Com ba<strong>se</strong> nestas informações,é possível constatar que pesquisas recentes em que jogossão usados como recurso experimental, na perspectivade Piaget, utilizam o Senha como instrumento paraanalisar o pensamento de crianças e adolescentes.Dentre elas, destacam-<strong>se</strong> as análi<strong>se</strong>s microgenéticasrealizadas por Abreu (1993) e Queirós (1995, 2000),cujos resultados contribuem para compreender asformas de resolução dos desafios e identificar tipos deerros produzidos pelos sujeitos estudados, visandocaracterizar certas dificuldades e discutir as implicaçõespedagógicas no que <strong>se</strong> refere à aprendizagem e aode<strong>se</strong>nvolvimento infantil. Outra pesquisa, realizada porBrenelli (1996), apre<strong>se</strong>nta interessantes informaçõessobre a contribuição do uso de jogos, como o Senha,para investigar como raciocinam as crianças aoresolverem problemas, afirmando que a ação de jogarinterfere favoravelmente na construção do pensamentooperatório. Em <strong>sua</strong> pesquisa sobre a construção depossíveis, Piantivani (1999) também escolheu este jogo,relacionando duas situações de intervençãopsicopedagógica: uma relativa ao contexto do jogo e<strong>ou</strong>tra, propondo problemas a <strong>se</strong>rem resolvidos. Aindamerecem destaque as pesquisas de<strong>se</strong>nvolvidas porOrtega & cols. (1993, 1994, 1995). Nestas, mais umavez os jogos de Senha foram utilizados para analisar oraciocínio infantil. <strong>Os</strong> resultados indicaram que aintervenção psicopedagógica favorece a produção derespostas de qualidade superior, <strong>se</strong> comparados aosinicialmente ob<strong>se</strong>rvados, e que alunos de escolas deabordagem construtivista jogam Senha melhor que alunosde escolas “não-construtivistas”. Ainda tendo o Senhacomo referência, <strong>ou</strong>tros estudos foram realizados, tendoos jogos como instrumento e o construtivismo de Piagetcomo fundamentação teórica.De modo geral, pode-<strong>se</strong> afirmar que os autores jácitados e Macedo (1992, 1994), S<strong>ou</strong>za (1994), Petty(1995), Rabioglio (1995), Petty e Passos (1996), Macedo,Petty e Passos (1997), Carracedo (1998), Magalhães(1999) e Torres (2001) valorizam a contribuição da açãode jogar, tanto para fornecer informações aospesquisadores <strong>ou</strong> professores, como para de<strong>se</strong>nvolveratitudes e competências nas crianças.O valor dos jogos para o de<strong>se</strong>nvolvimento e aaprendizagem de alunos do Ensino Fundamental tambémé um dos temas que norteiam o trabalho de<strong>se</strong>nvolvidono Laboratório de Psicopedagogia (LaPp) do Institutode Psicologia da Universidade de São Paulo. O contextodas atividades supõe propostas de jogos e intervenções,por meio de questionamentos e realização de situaçõesproblema.<strong>Os</strong> objetivos são: (a) oferecer uma alternativade acompanhamento e intervenção para alunos comdificuldade de aprendizagem <strong>ou</strong> em recuperação, visandoa diminuição do fracasso escolar e (b) promover aconstrução de habilidades cognitivas e sociais própriasao pensamento operatório, oportunizando ode<strong>se</strong>nvolvimento de atitudes favoráveis ao jogo e, porextensão, à aprendizagem. No contexto das atividades

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