152 Graziela Nascimento da Silva e Mary Sandra CarlottoJá no grupo masculino não h<strong>ou</strong>ve associação comqualquer variável demográfica e profissional, havendosomente com a variável comportamental, uma vez quehomens que não reconheciam <strong>sua</strong> profissão comoestressante apre<strong>se</strong>ntavam maior exaustão emocional.Es<strong>se</strong> resultado pode <strong>se</strong>r entendido dentro da perspectivaque aborda a despersonalização em homens, pois, namedida em que estes expõem menos <strong>se</strong>us <strong>se</strong>ntimentos,também poderiam não reconhecer os fatores de estres<strong>se</strong>na <strong>sua</strong> profissão, não impedindo, no entanto, maiores<strong>se</strong>ntimentos de desgaste do que <strong>se</strong>us colegas queacreditam <strong>se</strong>r esta uma profissão estressante.Há que <strong>se</strong> ter cautela com relação aos resultadosobtidos, uma vez que estes dizem respeito a um grupoparticular, não <strong>se</strong>ndo, portanto, passíveis degeneralização. O estudo aponta para a necessidade deaprofundamento dos resultados obtidos, uma vez que aliteratura não tem sido conclusiva sobre a influência dogênero no surgimento de Burn<strong>ou</strong>t. Assim, sugere-<strong>se</strong> arealização de novos estudos, com <strong>ou</strong>tros delineamento<strong>se</strong>m contextos diferenciados.O entendimento desta questão mostra-<strong>se</strong> relevante,na medida em que políticas de promoção e prevençãoem saúde ocupacional possam <strong>se</strong>r planejadas deacordo com as especificidades dos grupos populacionais,neste caso, professores e professoras.Segundo Rohlfs (1999), os papéis atribuídos eassumidos por homens e mulheres são importantesna explicação de <strong>se</strong>u estado de saúde. Por esta razão,é importante não só estudar o impacto que o estilo devida, o uso do tempo e as condições de trabalho temna saúde das pessoas, mas também deve-<strong>se</strong> tentarevidenciar quais os pontos em que estes impactos sãodesiguais <strong>se</strong>gundo o gênero.REFERÊNCIASAluja, A. (1997). Burn<strong>ou</strong>t profesional en maestros y su relacióncon indicadores de salud mental. Boletín de Psicologia,5, 47-61.Apple, M. W. (1995). Trabalho docente e textos: Economiapolítica das relações de clas<strong>se</strong> e gênero em educação.Porto Alegre: Artes Médicas.Benevides-Pereira, A. M. T. (2001). MBI - Maslach Burn<strong>ou</strong>tInventory e <strong>sua</strong>s adaptações para o Brasil. [Resumo]. EmSociedade Brasileira de Psicologia (Org.), Resumos decomunicaçõescientíficas. XXXII Reunião Anual dePsicologia (p. 84-85). Rio de Janeiro.Borsoi, I. C. F. (1995). A saúde da mulher trabalhadora. Em W.Codo & J.J.C. Sampaio. (Orgs.) Sofrimento psíquico nasorganizações – Saúde Mental e Trabalho (pp.115-126 ).Petrópolis: Vozes.Brito, J. (1999). Saúde, trabalho e modos <strong>se</strong>xuados de viver.Rio de Janeiro: Fiocruz.Byrne, B. M. (1993). The Maslach Burn<strong>ou</strong>t Inventory: Testingfor factorial validity and invariance across elementary,intermediate and <strong>se</strong>condary teachers. J<strong>ou</strong>rnal ofOccupational and Organizational Psychology, 66 (3),197-213.Burke, R. J., & Greenglass, E. R. (1989). Psychological burn<strong>ou</strong>tamong men and women in teaching: an examination ofCherniss model. Human Relations, 42 (3), 261-273.Burke, R. J., Greenglass, E. R., & Schwarzer, R. ( 1996).Predicting teacher burn<strong>ou</strong>t over time: effects of workstress, social support and its con<strong>se</strong>quences. Anxiety,stress and coping, 9 (3), 21-275.Carlotto, M. S. (2002a). Síndrome de Burn<strong>ou</strong>t e o trabalhodocente. Revista Psicologia em Estudo, 7 (1), 21-29.Carlotto, M. S. (2002b). Síndrome de Burn<strong>ou</strong>t em professoresde escolas particulares de uma cidade da regiãometropolitana de Porto Alegre-RS. Dis<strong>se</strong>rtação demestrado não publicada, Universidade Luterana doBrasil, Canoas, Brasil.Carvalho, H. T. T. K. (1995). A professora primária: amor e dor.Em W. Codo & J. J. C.Sampaio. (Orgs.) Sofrimentopsíquico nas organizações – Saúde Mental e Trabalho(pp. 127-138). Petrópolis: Vozes.Carvalho, M. M. B. (1995). O professor – Um profissional,<strong>sua</strong> saúde e a educação em saúde na escola. Te<strong>se</strong> deD<strong>ou</strong>torado não publicada, Universidade de São Paulo,São Paulo, Brasil.Codo, W. (Org.). (1999). Educação: carinho e trabalho.Petrópolis: Vozes.Codo, W., & Gazzotti, A. A. (1999). Tabalho e afetividade. EmW. Codo (Org.) Educação: carinho e trabalho (pp. 48-59). Petrópolis: Vozes.Etzion, D. (1987). Burning <strong>ou</strong>t in management: a comparisonof woman and men in matched organizational positions.Israel Social Science Re<strong>se</strong>arch, 5, 147-163.
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