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INTRODUÇÃO Os - Para associar-se ou renovar sua anuidade ...

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162 Lidia Natalia Dobrianskyj Weber, Paulo Müller Prado, Olivia Justen Brandenburg e Ana Paula Viezzerpositivas do <strong>se</strong>r humano, levando o enfoque parapromoção da qualidade de vida e prevenção de doenças(Seligman & Csikszentmihalyi, 2000).Nesta tendência da psicologia positiva <strong>se</strong> enquadramos estudos de Seligman (1995) sobre otimismo, estudo<strong>se</strong>stes que <strong>se</strong> de<strong>se</strong>nvolveram a partir de investigaçõessobre como prevenir a depressão em adultos e crianças.Nas pesquisas a respeito do desamparo aprendido,Seligman descobriu que pessoas pessimistas eram maispropensas ao desamparo e tinham maior risco de entrarem depressão. Já as pessoas otimistas não desistiamdiante de problemas <strong>se</strong>m solução e resistiam aodesamparo (Seligman, 1995).Qual a definição de otimismo? Na literatura sobre otema, este conceito encontra-<strong>se</strong> relacionado à expectativade eventos que ocorrerão no futuro (Bandeira, Bek<strong>ou</strong>,Lott, Teixeira & Rocha, 2002). A definição de Seligman(1995) é ba<strong>se</strong>ada no “estilo explicativo” (explanatorystyle), <strong>ou</strong> <strong>se</strong>ja, na forma de <strong>se</strong> explicar a causa de eventosruins <strong>ou</strong> bons que aconteceram no passado.Há três dimensões para explicar o porquê daocorrência de um evento bom <strong>ou</strong> ruim: a permanência(o quanto os efeitos do evento <strong>se</strong> prolongam no tempo);a difusão (o quanto os efeitos do evento <strong>se</strong> propagampara <strong>ou</strong>tras situações); a personalização (o quanto acausa é atribuída a fatores externos <strong>ou</strong> internos)(Seligman, 1995). Otimistas atribuem explicaçõespermanentes, difundidas e internas para os eventos bons,e explicações temporárias, específicas e externas paraeventos ruins. O contrário acontece para os pessimistas.<strong>Os</strong> eventos bons são vistos como temporários,específicos, e externos (externo porque o indivíduoacredita que o evento bom nunca foi determinado pelo<strong>se</strong>u próprio esforço). <strong>Os</strong> eventos ruins são vistos pelopessimista como permanentes, difundidos e internos(internos porque a pessoa <strong>se</strong> culpa <strong>se</strong>mpre pelosacontecimentos ruins).Se a criança acredita que os problemas vão durar para<strong>se</strong>mpre e que vão determinar tudo na <strong>sua</strong> vida, isso fazcom que ela pare de fazer novas tentativas. Assim, apermanência e difusão de eventos ruins deixam a criança<strong>se</strong>m esperanças (hopelessness), ela pára de tentar,desiste de novas oportunidades e fica passiva diante daderrota. Isto repre<strong>se</strong>nta um passo rumo à depressão; talrelação entre passividade e depressão tém sido provadaem pesquisas como de Kamen e Seligman (1987).O estilo explicativo pessimista tem sido apre<strong>se</strong>ntadocomo um fator de risco para a depressão. Pesquisa<strong>se</strong>mpíricas com diferentes idades e em diferentes culturastêm <strong>se</strong>mpre encontrado a depressão associada aopessimismo: em crianças americanas (Kaslow, Rehm &Siegel, 1984; Robins & Hinkley, 1989), em crianças chinesas(Yu & Seligman, 2002), em estudantes universitários(Suraskv & Fish, 1985), em adultos (Peterson, Bettes &Seligman, 1985). Outros tipos de metodologia de estudostambém comprovam esta associação, como meta-análi<strong>se</strong>(Gladstone & Kaslow, 1995) e estudo longitudinal emperíodo de um ano e de cinco anos (Nolen-Hoek<strong>se</strong>ma,Girgus & Seligman, 1986, 1992).Portanto, a forma de o indivíduo explicar as causas deeventos bons e ruins (estilo explicativo) está associadacom a saúde futura dele (Kamen & Seligman, 1987). Umapesquisa retroativa, com pessoas com idade média de 72anos, encontr<strong>ou</strong> que o estilo explicativo para eventos ruinsdessas pessoas permaneceu estável por mais de 52 anos.Assim, pôde-<strong>se</strong> afirmar que o estilo explicativo paraeventos ruins pode persistir durante a vida, constituind<strong>ou</strong>m fator de risco para a depressão, baixos de<strong>se</strong>mpenho<strong>se</strong> doença física (Burns & Seligman, 1989).As con<strong>se</strong>qüências do pessimismo podem <strong>se</strong>r extensa<strong>se</strong> desastrosas: humor depressivo, resignação, menossucessos nos empreendimentos, saúde física frágil edepressão (Seligman, 1995). Pesquisas têm relacionadoo pessimismo com o aumento do risco de contrairdoenças infecciosas e saúde frágil (Kamen & Seligman,1987); com mortalidade e morbidade, mediado porvariáveis como retração social, depressão, dificuldadeem resolução de problemas e resposta fisiológica aoestres<strong>se</strong> (Peterson & Seligman, 1987).Assim, parece que ensinar um estilo explicativootimista para as crianças pode <strong>se</strong>r uma forma de preveniralgumas doenças. Seguindo este raciocínio, surgiu oprograma The Penn Prevention Program para criançasde idade escolar. A aplicação deste programa apre<strong>se</strong>nt<strong>ou</strong>o aumento do otimismo e a redução de sintomasdepressivos em crianças com risco de depressão(Seligman, 1995), resultado que <strong>se</strong> repetiu em amostrasde crianças latinas (Cardemil, Reivich & Seligman, 2002)e chinesas (Yu & Seligman, 2002).Numa tentativa de prevenção em <strong>ou</strong>tro nível, esteprograma foi estendido a pais e educadores, pois sãoeles os principais responsáveis pelo aprendizado do estiloexplicativo das crianças. É importante ressaltar esteponto, pois ninguém nasce otimista <strong>ou</strong> pessimista. Apartir da forma como os pais (e mais tarde <strong>ou</strong>tro<strong>se</strong>ducadores) explicam os erros e acertos da criança <strong>ou</strong>

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