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ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

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102Alegre e trabalha como conta<strong>do</strong>r. É filho <strong>de</strong> Janguta e Francisca que vivem no interior <strong>de</strong> SãoJoão Batista nas terras pertencentes à viúva Antônia. Na cida<strong>de</strong>, o jovem mora em umapensão e ao presenciar o suicídio <strong>do</strong> velho Policarpo, amigo e companheiro <strong>de</strong> pensão que<strong>de</strong>ci<strong>de</strong> morrer por ter perdi<strong>do</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s e ter si<strong>do</strong> obriga<strong>do</strong> a aban<strong>do</strong>nar o campo, ojovem <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> visitar sua família “uma visita, na verda<strong>de</strong>, bastante forçada pelascircunstâncias” (1992, p. 14). Visita forçada porque sente a obrigação <strong>de</strong> ver como estão ospais já que a cada ano mais campesinos são obriga<strong>do</strong>s a mudarem para a cida<strong>de</strong> por não teron<strong>de</strong> morar no interior.No trem on<strong>de</strong> rumava para a casa <strong>de</strong> seus pais, Ricar<strong>do</strong> encontra seu Fábio, arrendatáriodas terras <strong>do</strong> Espinilho, gran<strong>de</strong> fazenda da região <strong>de</strong> São João Batista. Os <strong>do</strong>is começam aconversar e o jovem percebe que Fábio está encolhi<strong>do</strong>, com a voz preocupada e tristonha.Então Ricar<strong>do</strong> <strong>de</strong>scobre que a fazenda <strong>do</strong> Espinilho fora comprada por um castelhanoendinheira<strong>do</strong> e que Fábio ficara sem moradia, na verda<strong>de</strong>, estava viajan<strong>do</strong> à procura <strong>de</strong>emprego, mas sentia que sua vida terminaria nos arrabal<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alguma cida<strong>de</strong>.Quan<strong>do</strong> chega ao seu <strong>de</strong>stino, São João Batista, Ricar<strong>do</strong> avista um rancho compri<strong>do</strong>,distante uns mil metros da estação e pergunta a um menino se ali ainda mora o seu Osório,como o garoto lhe respon<strong>de</strong> que sim, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> visitar o velho amigo que o conhece <strong>de</strong>s<strong>de</strong> guripara passar a noite e seguir seu caminho <strong>de</strong> manhã ce<strong>do</strong>.De Osório, Ricar<strong>do</strong> ouve o drama que enfrentam os pobres da campanha: “[...] não haymais pobres, porque os ricos correram com to<strong>do</strong>s que havia por aqui!” (1992, p. 34). Issoporque os fazen<strong>de</strong>iros cercavam as pequenas proprieda<strong>de</strong>s compran<strong>do</strong> terras ao re<strong>do</strong>r parapressionar, <strong>de</strong> toda forma, os minifundiários à venda das suas. Quan<strong>do</strong> isso acontecia ospequenos proprietários eram obriga<strong>do</strong>s a <strong>de</strong>ixar a fazenda. Enquanto conversam, Ricar<strong>do</strong>encanta-se pelas feições bonitas <strong>de</strong> Celeste, filha <strong>de</strong> Osório, ainda moça que vem chamá-lospara jantar.No outro dia, <strong>de</strong> manhã, Ricar<strong>do</strong> <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> seguir viagem e consegue um cavaloempresta<strong>do</strong> com o amigo. Ao avistar o rancho humil<strong>de</strong> on<strong>de</strong> vivem Janguta, Francisca e afilha Rosa, Ricar<strong>do</strong> sente sauda<strong>de</strong>s e relembra seu tempo <strong>de</strong> infância. Tu<strong>do</strong> parece estar <strong>do</strong>mesmo jeito em que estava quan<strong>do</strong> partira, tu<strong>do</strong> parece estar tranqüilo: “- Tu<strong>do</strong> no mesmo poraqui, mocito, não se arreceie <strong>de</strong> apear! – pareciam dizer-lhe a quincha arrepiada da cumeeira,

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