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ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

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55socieda<strong>de</strong> composta <strong>de</strong> senhores <strong>de</strong> terra, ga<strong>do</strong>, charqueadas e escravos” (PESAVENTO,2002, p. 19). Teo<strong>do</strong>ro, personagem principal <strong>de</strong> Estrada nova, representa o fazen<strong>de</strong>iropo<strong>de</strong>roso, senhor <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> e temi<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s que vivem em sua fazenda e na vizinhança, suaautorida<strong>de</strong> oprime a to<strong>do</strong>s.Como o Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul estava geran<strong>do</strong> lucros no <strong>final</strong> <strong>do</strong> século XVIII e início <strong>do</strong>século XIX, a coroa portuguesa e a coroa espanhola ambicionavam o seu solo, por issolutaram por séculos até <strong>de</strong>finirem sua posse. Durante essas lutas, surgiram vários trata<strong>do</strong>s,como o <strong>de</strong> Utrecht, <strong>de</strong> Madrid, <strong>de</strong> El Par<strong>do</strong> e <strong>de</strong> Santo I<strong>de</strong>lfonso. Nesses trata<strong>do</strong>s pouco o RioGran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul pertencia a Portugal pouco à Espanha, por isso a língua espanhola éfrequentemente utilizada no Esta<strong>do</strong> até os dias atuais, principalmente nas regiões fronteiriças.Essa linguagem híbrida é encontrada diversas vezes nas falas <strong>de</strong> vários personagens <strong>de</strong> Cyroem toda a trilogia.As disputas pelas terras sulinas, causou certa revolta nas populações indígenas, quereconheciam-se como <strong>do</strong>nos e recusavam-se a entregar suas posses, o que ocasionou a GuerraGuaranítica, on<strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> índios foram extermina<strong>do</strong>s. Muitos <strong>de</strong>sses índios ficaram semmoradia e sem família. Com as Missões <strong>de</strong>struídas e aban<strong>do</strong>nadas pelos padres algunspartiram em busca <strong>de</strong> trabalho e abrigo, alojan<strong>do</strong>-se como peões nas estâncias.Com me<strong>do</strong> <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r as terras gaúchas para a Espanha, a coroa portuguesa obrigou-se aoutorgar po<strong>de</strong>r e autorida<strong>de</strong> aos estancieiros gaúchos e distribuiu cargos e o restante dassesmarias entre eles. Ao possuir o po<strong>de</strong>r, os estancieiros usavam-no para seus interessesparticulares e tornavam-se cada vez mais ricos e po<strong>de</strong>rosos com a crescente venda <strong>do</strong> charque.A solução encontrada pela coroa foi a <strong>de</strong> povoar o restante das terras <strong>de</strong>socupadas comimigrantes.Os primeiros coloniza<strong>do</strong>res foram trazi<strong>do</strong>s da ilha <strong>de</strong> Açores e buscavam uma vidamelhor em terras <strong>de</strong>sconhecidas, mas mesmo que a colonização açoriana começasse em 1764,em mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1922, 1923, o agricultor segue seu trabalho com poucos recursos e incentivosgovernamentais como po<strong>de</strong>mos perceber em Sem rumo. Nesse romance, Tomás Barbosarepresenta o imigrante e lavra o pequeno pedaço <strong>de</strong> terra pertencente à Estância <strong>do</strong> Silêncio,on<strong>de</strong> trabalha como chacareiro. Não possui terra própria e seu trabalho é árduo, trabalhatradicionalmente, da mesma maneira <strong>do</strong>s imigrantes <strong>de</strong> quase <strong>do</strong>is séculos passa<strong>do</strong>s, mas

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