12.07.2015 Views

ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

40Dessa forma, o historia<strong>do</strong>r apresenta fatos verossímeis com a realida<strong>de</strong> passada, nãototalmente reais, mas passíveis <strong>de</strong> concordância, já que não irá criar os fatos no seu senti<strong>do</strong>absoluto, vai <strong>de</strong>scobri-los e atribuir-lhes senti<strong>do</strong>. Paul Veyne em Como se escreve a históriamenciona que o historia<strong>do</strong>r simplifica e organiza os fatos durante sua pesquisa, <strong>de</strong> maneiraque faz uma síntese narrativa parecida com o nosso procedimento ao lembrar os últimos <strong>de</strong>zanos que vivemos. Devi<strong>do</strong> a isso o historia<strong>do</strong>r “tem a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> recortar a história a seumo<strong>do</strong> [...] pois a história não possui articulação natural.” (1982, p. 19)Além disso, Veyne salienta que um leitor crítico e profissional não acreditará fielmenteem um texto histórico, também não o subestimará, irá vê-lo com um amplo campo <strong>de</strong>possibilida<strong>de</strong>s: “Para to<strong>do</strong> o leitor <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> <strong>de</strong> espírito crítico e para a maior parte <strong>do</strong>sprofissionais, um livro <strong>de</strong> história não é, na realida<strong>de</strong>, o que aparenta ser, assim, ele não trata<strong>do</strong> Império Romano, mas daquilo que ainda po<strong>de</strong>mos saber sobre esse império.” (1982, p. 18)Hay<strong>de</strong>n White afirma que o historia<strong>do</strong>r, no momento em que recolhe os fatos e pesquisaos acontecimentos passa<strong>do</strong>s, irá salientar alguns e suprimir outros, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o fim que<strong>de</strong>seja obter durante o ato da leitura:[...] nenhum conjunto da<strong>do</strong> <strong>de</strong> acontecimentos históricos casualmente registra<strong>do</strong>spo<strong>de</strong> por si só constituir uma estória; o máximo que po<strong>de</strong> oferecer ao historia<strong>do</strong>r sãoos elementos <strong>de</strong> estória. Os acontecimentos são converti<strong>do</strong>s em estória pelasupressão ou subordinação <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>les e pelo realce <strong>de</strong> outros, porcaracterização, repetição <strong>do</strong> motivo, variação <strong>do</strong> tom e <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista, estratégias<strong>de</strong>scritivas alternativas e assim por diante – em suma, por todas as técnicas quenormalmente se espera encontrar na urdidura <strong>do</strong> enre<strong>do</strong> <strong>de</strong> um romance ou umapeça. (2001, p. 100)Dessa maneira, a História <strong>de</strong>ve reimaginar alguns aspectos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> e apresentá-los<strong>de</strong> maneira verossímil e persuasiva. As fontes históricas são indícios forma<strong>do</strong>s acerca <strong>do</strong> quepo<strong>de</strong> ter aconteci<strong>do</strong>, com a <strong>versão</strong> <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r e o enre<strong>do</strong> elabora<strong>do</strong> por esse a partir daseleção <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos. Através <strong>de</strong>sses fatores existentes na pesquisa em História é quenotamos a presença da ficcionalida<strong>de</strong> em seu discurso.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!