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ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

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44“É um objeto privilegia<strong>do</strong> para alcançar mudanças não apenas registradas pela Literatura, masprincipalmente, mudanças que se transformaram em literatura, pois, mais <strong>do</strong> que dar umtestemunho, ela revelará momentos <strong>de</strong> tensão” (1989, p.21)A Literatura constitui uma fonte para a História porque representa sensivelmente omun<strong>do</strong> e essa outra maneira <strong>de</strong> ver a realida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> orientar o historia<strong>do</strong>r para outras fontes,on<strong>de</strong> ele possa observar com um olhar diferencia<strong>do</strong> <strong>do</strong> costumeiro. Dessa maneira, aLiteratura torna-se uma fonte especial para o historia<strong>do</strong>r, ao lhe oferecer acesso ao imaginário,que, por sua vez, permitirá que ele enxergue traços e pistas diferentes das oferecidas poroutras fontes.Sandra Jatahy Pesavento concorda que a Literatura é uma gran<strong>de</strong> fonte <strong>de</strong> pesquisahistórica e salienta que o historia<strong>do</strong>r, ao pesquisar um acontecimento em uma obra literária<strong>de</strong>ve examinar, acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, a representação <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> presente nela: “Para o historia<strong>do</strong>r aliteratura continua a ser <strong>do</strong>cumento ou fonte, mas o que há para ler nela é a representação queela comporta.” (1998, p.22)De certa maneira o texto literário apresenta um engajamento político, pois para serformula<strong>do</strong> houve uma seleção, por parte <strong>do</strong> escritor, <strong>de</strong> imagens e discursos, recrian<strong>do</strong> amemória social <strong>de</strong> um povo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada época. Cyro Martins em A criação artística e apsicanálise apresenta o escritor como um ser que expressa o seu tempo, participante ativo dasocieda<strong>de</strong>: “Na verda<strong>de</strong>, a gran<strong>de</strong>za <strong>do</strong> artista <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> essencialmente <strong>de</strong> sua autenticida<strong>de</strong>. Eesta <strong>de</strong>corre da fertilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo humano no qual sua inspiração se enraíza. Essas raízes ofazem necessariamente partícipe <strong>do</strong> campo social.” (1970, p. 40)Vieira menciona a gran<strong>de</strong> carga <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> social expressa no livro <strong>de</strong> ficção literária,e comenta a gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> da ficção literária em formular para o leitor problemas sociaismuito pareci<strong>do</strong>s com os reais enfrenta<strong>do</strong>s pelas pessoas <strong>de</strong> diferentes épocas, com ahabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfocar por vários ângulos a situação vivenciada:Ela po<strong>de</strong> expressar possíveis não realiza<strong>do</strong>s. Oferece uma avaliação <strong>do</strong> real namedida em que tem uma visão problemática da realida<strong>de</strong>. Nessa avaliação acabaselecionan<strong>do</strong> a existência <strong>de</strong> elementos que obstaculizam a realização das propostase elementos que ajudam. ( 1989, p. 21)

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