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ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

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80elemento <strong>de</strong> troca nos arranjos matrimoniais e, <strong>final</strong>mente, muito silenciosas. ‘Fala-se muito.O que se sabe <strong>de</strong>las?’, pergunta ele em conclusão.” (1992, p. 171)No entanto é importante ressaltar que nem todas as mulheres aceitavam as condiçõesimpostas e alguns homens já começavam a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r que a mulher <strong>de</strong>veria ler e escrever, pois,no fim da Ida<strong>de</strong> Média o conceito <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r estava mudan<strong>do</strong>, a força bruta <strong>de</strong>svalorizava-se.Dessa maneira, a mulher percebeu uma forma <strong>de</strong> mudar seu <strong>de</strong>stino através <strong>do</strong> conhecimento,transmiti<strong>do</strong> através da escrita e da leitura, por isso “[...] a principal via <strong>de</strong> escape da mulherpara o mun<strong>do</strong> maior <strong>do</strong> conhecimento residia para<strong>do</strong>xalmente atrás das portas trancadas <strong>de</strong>uma comunida<strong>de</strong> enclausurada”. (MILES, 1989, p. 149)Os conventos europeus obtinham a <strong>do</strong>minação e po<strong>de</strong>rio da socieda<strong>de</strong> patriarcal erepresentavam para as mulheres a única maneira <strong>de</strong> fugir da maternida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> casamentoforça<strong>do</strong> e da tirania <strong>do</strong>s pais. Como abdicavam <strong>de</strong> sua vida sexual, as religiosas eraminvioladas, portanto, i<strong>do</strong>latradas por homens e mulheres, isso lhes fornecia certos po<strong>de</strong>res <strong>de</strong>li<strong>de</strong>rança além <strong>do</strong>s políticos, que, como cita Perrot, permaneceu durante anos nas mãos <strong>do</strong>shomens para que houvesse “equilíbrio” social: “O po<strong>de</strong>r político é apanágio <strong>do</strong>s homens – e<strong>do</strong>s homens viris. A<strong>de</strong>mais, a or<strong>de</strong>m patriarcal <strong>de</strong>ve reinar em tu<strong>do</strong>: na família e no Esta<strong>do</strong>.”(1992, p. 175)À medida que as mentalida<strong>de</strong>s foram evoluin<strong>do</strong> o terror sexual envolven<strong>do</strong> a mulher foidiminuin<strong>do</strong>. Essa mudança na forma <strong>de</strong> pensar <strong>do</strong>s homens na época ocasionou, porém, outrafalsa i<strong>de</strong>ia: a <strong>de</strong> que o cérebro feminino era fraco em comparação com o masculino e, por isso,muitas mulheres que tinham conhecimento <strong>de</strong> Química, Alquimia, Botânica, Astrologia,Ciências Naturais e Farmacologia eram consi<strong>de</strong>radas feiticeiras, com po<strong>de</strong>res sobrenaturaispara saberem tanto, já que sua inteligência era limitada.A penalida<strong>de</strong> para a sabe<strong>do</strong>ria feminina era a morte. Muitas mulheres que tiveramcoragem <strong>de</strong> lutar contra a socieda<strong>de</strong> patriarcal e expressavam seus pensamentos e opiniões,além <strong>de</strong> criticarem as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s entre os sexos, eram queimadas, enforcadas ou<strong>de</strong>capitadas em cerimônias públicas para que servissem <strong>de</strong> exemplo à outras mulheres,intimidan<strong>do</strong> as <strong>de</strong>mais para que não buscassem esse tipo <strong>de</strong> conhecimento, que <strong>de</strong>veriapertencer exclusivamente ao <strong>do</strong>mínio masculino.

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