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ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

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84<strong>de</strong>senvolvimento, a ciência ficou com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir o que era natural e normal no mun<strong>do</strong>.À mulher foi ofereci<strong>do</strong> um status <strong>de</strong> segunda classe, pois a ciência a consi<strong>de</strong>rava um ser frágilfisicamente e intelectualmente, uma vez que a “Craneologia”, havia <strong>de</strong>scoberto que a massacerebral <strong>do</strong> homem era maior que a da mulher. O cérebro masculino era, portanto, maisinteligente que o cérebro feminino. Devi<strong>do</strong> a isso, as mulheres que forçassem em <strong>de</strong>masia autilização <strong>do</strong> seu cérebro podiam ter consequências gravíssimas: “[...] diátese (nervosismo),clorose (‘<strong>do</strong>ença ver<strong>de</strong>’ ou anemia, histeria, tamanho mirra<strong>do</strong> e magreza excessiva eram omenos que elas po<strong>de</strong>riam esperar por, sequer, tocar numa página <strong>de</strong> Catulo.” ( MILES, 1989,p. 265)As leis <strong>do</strong> século XIX foram as mais opressivas à emancipação feminina. Porém,mesmo com essa opressão, as mulheres conseguiram alguns <strong>de</strong> seus direitos, como o voto e oacesso à educação:E sem dúvida falaram, levantan<strong>do</strong> suas vozes por toda parte em favor da educação,da reforma das leis, <strong>do</strong> emprego, <strong>do</strong>s direitos civis e acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, <strong>do</strong> “Voto para asMulheres!”. [...] as mulheres foram admitidas aos colégios secundários, àsuniversida<strong>de</strong>s e às profissões; receberam seus direitos à proprieda<strong>de</strong> e às leis <strong>do</strong>divórcio antes que lhes fosse concedi<strong>do</strong> o sagra<strong>do</strong> símbolo da cidadania plena.(MILES, 1989, p. 280)No século XX <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> cristão, permanecia a crença na superiorida<strong>de</strong> <strong>do</strong> masculino:“Todas as mulheres continuavam a apren<strong>de</strong>r no colo <strong>de</strong> suas mães que os homens eram maisimportantes” (MILES, 1989, p. 259). Os homens estavam com me<strong>do</strong> <strong>de</strong> que a mulherconseguisse, pelos direitos conquista<strong>do</strong>s, libertar-se da tirania sofrida e tornar-se umindivíduo autônomo. Esse receio masculino começou a concretizar-se, pois, nesse mesmoséculo, a luta feminina começou a dar resulta<strong>do</strong> e a mulher conquistou o direito <strong>de</strong> recusarcasar e ter filhos, com a <strong>de</strong>scoberta da pílula anticoncepcional “[...] que consistiu em umimpacto capaz <strong>de</strong> mudar um número <strong>de</strong> vidas tão gran<strong>de</strong> quanto qualquer outra revolução<strong>de</strong>ste século.” (MILES, 1989, p. 313)Cyro Martins, nosso autor em estu<strong>do</strong>, comenta que a invenção da pílulaanticoncepcional foi a responsável pelo fato <strong>de</strong> a mulher perceber as suas potencialida<strong>de</strong>s, oque auxiliou em gran<strong>de</strong> parte para o seu <strong>de</strong>senvolvimento e reconhecimento. Ao po<strong>de</strong>r optarem ser mãe ou não, a mulher oci<strong>de</strong>ntal não tolerou mais o seu confinamento e começou abuscar igualda<strong>de</strong>: “A mulher principiou a prestar mais atenção sobre si mesma como ser

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