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ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

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110valores da cultura, ensinan<strong>do</strong> aos indivíduos o que significa ser masculino e feminino a partir<strong>do</strong> nascimento.” (1997, p. 10)Dessa maneira, à mulher foi atribuída, como função primordial, a reprodução, além dasubmissão ao companheiro, pois o homem é responsável pelas relações familiares,comerciais, profissionais e intelectuais. Isso averiguamos nas personagens femininas emasculinas das três obras que compõem a trilogia <strong>do</strong> gaúcho a pé: Sem rumo, Porteirafechada e Estrada nova.As mulheres <strong>de</strong>ssas obras são extremamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong>s mari<strong>do</strong>s em sua gran<strong>de</strong>maioria. Em Estrada nova, Almerinda, Francisca e Alcina representam esse mo<strong>de</strong>lopadroniza<strong>do</strong> pela socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> comportamento feminino. Em Sem rumo Alzira e Evaristaexpressam o sofrimento que enfrentam por causa das regras <strong>de</strong> conduta feminina que <strong>de</strong>vemseguir. Assim, Evarista sofre por ter ti<strong>do</strong> filhos antes <strong>do</strong> casamento e pela rejeição <strong>do</strong>companheiro. A vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>la é <strong>de</strong> dissolver a união, mas não se atreve por me<strong>do</strong> e mantém ocompromisso nos mol<strong>de</strong>s pré-estabeleci<strong>do</strong>s pela socieda<strong>de</strong>.Alzira, por sua vez assume o papel que lhe cabe: a maternida<strong>de</strong>. Quan<strong>do</strong> foge comChiru <strong>do</strong> campo i<strong>de</strong>aliza uma vida melhor na cida<strong>de</strong>, como isso não acontece <strong>de</strong>cepciona-se esente-se oprimida, mas <strong>de</strong>sempenha a função <strong>de</strong> mãe fervorosamente. Quan<strong>do</strong> se sente fraca ecansada <strong>de</strong> carregar o filho no colo pensa em pedir ajuda ao pai <strong>do</strong> menino, porém, ao veroutras mulheres seguram seus filhos, recompõem-se <strong>do</strong> cansaço ligeiramente e ce<strong>de</strong> aosvalores que lhe cabem como mãe e esposa, obediente.Em Porteira fechada, Maria José, Querubina e Fausta são mulheres <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>sfortes, que em muitos momentos conseguem impor suas opiniões, mas <strong>de</strong> maneira algumaabdicam <strong>de</strong> suas obrigações maternas. Maria José é amiga e leal ao esposo, João Gue<strong>de</strong>s.Devi<strong>do</strong> às dificulda<strong>de</strong>s financeiras que enfrenta sua família ela cria um trabalho autônomo oque representa um novo padrão <strong>de</strong> comportamento feminino, mas quan<strong>do</strong> a filha foge com onamora<strong>do</strong> ela não aceita, chaman<strong>do</strong>-a <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>la esquentada, pois vê nisso um comportamentopecaminoso e indigno <strong>de</strong> uma moça.Fausta é uma mulher que se revolta com as atitu<strong>de</strong>s <strong>do</strong> mari<strong>do</strong>. Ela não aceita oservilismo <strong>de</strong>le para com os políticos que lhe fazem falsas promessas <strong>de</strong> aposenta<strong>do</strong>ria.

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