12.07.2015 Views

ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

120contrapõe à feição até então i<strong>de</strong>alizada <strong>do</strong> gaúcho, uma <strong>versão</strong> realista e coerente com asmudanças sociais e econômicas em que se encontrava o povo gaúcho no início <strong>do</strong> século XX.Quan<strong>do</strong> enfocamos as relações existentes entre História e Literatura, pontos em comume distintos entre ambas, concluímos que tanto na Literatura como na História há ficção, naprimeira em maior grau que na segunda. Também percebemos que as obras literárias, seanalisadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o interesse <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r, po<strong>de</strong>m constituir fontes historiográficas<strong>de</strong> um povo porque o escritor é um produto <strong>de</strong> seu tempo e po<strong>de</strong> recriar a realida<strong>de</strong> que ocerca, ou que vivenciou, através <strong>de</strong> suas narrativas.Por isso, a análise que realizamos, contrapon<strong>do</strong> os fatos Históricos <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong>Sul com os fatos Literários presentes na trilogia em estu<strong>do</strong>, nos permite observar que aHistória <strong>do</strong> povo gaúcho apresentada nos livros <strong>de</strong> História está transfigurada nas obras.Dessa maneira, alguns <strong>do</strong>s fatos narra<strong>do</strong>s na ficção literária coinci<strong>de</strong>m com os narra<strong>do</strong>s pelaHistória, mas as personagens literárias veem o mun<strong>do</strong> sob um ponto <strong>de</strong> vista diferente <strong>do</strong>historia<strong>do</strong>r porque vivem aquele enre<strong>do</strong>, estão presentes naquele episódio narra<strong>do</strong>, o que nosproporciona um conhecimento aprofunda<strong>do</strong> <strong>do</strong> ser humano e sua complexida<strong>de</strong> diante <strong>do</strong>sproblemas sociais, econômicos e políticos que se apresentam.Nessa análise observamos que o tempo histórico da trilogia situa-se entre os anos <strong>de</strong>1923 a aproximadamente 1954 <strong>do</strong> tempo histórico real. O interessante é que os problemassociais e humanos que vivem as personagens são semelhantes aos que percebemos na vidareal. Isso <strong>de</strong>monstra que o problema da miséria em que vive o homem <strong>do</strong> campo é expressopela ficção literária <strong>de</strong> Cyro Martins como uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia que o autor faz aosgovernantes que pouco fazem por aquelas pessoas que aban<strong>do</strong>naram a vida rural e foram paraas cida<strong>de</strong>s tentar uma vida melhor, acaban<strong>do</strong> miseravelmente nas periferias <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>scentros urbanos.Cyro Martins diversas vezes afirma que em sua a trilogia <strong>do</strong> gaúcho a pé procurou aomáximo expor os tipos campeiros com os quais teve contato em suas experiências vividas nacampanha, as histórias e causos que ouvia ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> fogo <strong>de</strong> chão, no galpão da venda <strong>de</strong>seu pai, com a peonada que por ali passava e pernoitava. Essa preocupação <strong>do</strong> autor emprocurar, ao máximo, expressar a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua época torna sua obra <strong>de</strong> valor incalculável,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!