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ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

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78trabalhavam junto com os homens e não eram exploradas em seu trabalho, não havia fetichessobre virginda<strong>de</strong>, nem existia a exclusivida<strong>de</strong> sexual.O primeiro pensamento simbólico <strong>de</strong> que se tem notícia é o da mulher en<strong>de</strong>usada. Deusera uma mulher para os povos primitivos, que a chamavam <strong>de</strong> “Gran<strong>de</strong> Deusa”,reverencian<strong>do</strong>-a com mitos e cultos. O principal fato que contribuiu para a exaltação <strong>do</strong>feminino foi o nascimento, pois antes <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o processo <strong>de</strong> reprodução, os bebêssimplesmente nasciam das mulheres, portanto, a mulher era responsável pela vida e suacontinuida<strong>de</strong>. Por causa <strong>de</strong>ssa falta <strong>de</strong> conhecimento sobre a reprodução humana, as mulherespossuíam o po<strong>de</strong>r, tinham o controle <strong>do</strong> dinheiro, das proprieda<strong>de</strong>s, possuíam direitosconjugais respeita<strong>do</strong>s e gozavam <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.Esse po<strong>de</strong>rio feminino durou até o homem enten<strong>de</strong>r o processo <strong>de</strong> reprodução. A partirdaí surgiu uma guerra entre os sexos que dividiu a socieda<strong>de</strong> por milênios. Os homens nãobuscavam a igualda<strong>de</strong> e sim a superiorida<strong>de</strong> masculina, já que eles eram os filhos da Deusa,pois carregavam a “semente” da vida que cabia a mulher receber e servir-lhe como uma terra<strong>de</strong> plantio. Para esse fim, os homens usaram da morte e <strong>de</strong>struição, articularam ataques contraa natureza feminina e aos seus direitos, levaram as mulheres a um nível <strong>de</strong> quase servidão,como se fossem proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses gran<strong>de</strong>s filhos da Deusa: “Os novos sistemas social emental, roubavam-lhes sua liberda<strong>de</strong>, autonomia, controle, e até mesmo o mais básico direito<strong>de</strong> controle <strong>do</strong> próprio corpo. Pois elas agora pertenciam aos homens – ou antes, a umhomem”. (MILES, 1989, p. 77)Com o surgimento <strong>do</strong> Judaísmo e <strong>do</strong> Islamismo em aproximadamente 600 ac – 600 dc,as mulheres sofreram um gran<strong>de</strong> impacto, pois em qualquer sistema – judaísmo,confucionismo, Budismo, Cristianismo ou Islamismo – os homens eram apresenta<strong>do</strong>s comosantos, filhos <strong>de</strong> um Deus único. Essa crença em um Deus único criava uma relação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<strong>do</strong> mais forte sobre o mais fraco quase in<strong>de</strong>strutível. É importante salientar que qualquer um<strong>de</strong>sses sistemas religiosos enaltecia a supremacia masculina ante a inferiorida<strong>de</strong> feminina.A auto-elevação <strong>do</strong> homem transformou a mulher num ser inferior e a excluiu <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>era consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> importante. A fé em um único Deus fazia acreditar que homens e mulhereseram seres opostos e, portanto, se o homem era o escolhi<strong>do</strong> por Deus e possui<strong>do</strong>r <strong>de</strong> todaforça e virtu<strong>de</strong>, a mulher era consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>feituosa e fraca:

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