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ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

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48comportamento”. (PESAVENTO, 1998, p. 14). Ambas apreen<strong>de</strong>m o real e oferecem leituraspossíveis da vida, além <strong>de</strong> apresentarem ao leitor o jogo <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r e forças sociais existentesna socieda<strong>de</strong> que buscam retratar.Ao longo <strong>de</strong>ssa pesquisa po<strong>de</strong>mos constatar o gran<strong>de</strong> esforço empreendi<strong>do</strong> pelaLiteratura e pela História para apresentar uma realida<strong>de</strong> que, por mais que não seja totalmenteverda<strong>de</strong>ira, possa ser aceita, pois, as duas permitem ao presente uma leitura <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>. Semdúvida é a história que tem uma fala “autorizada” sobre os acontecimentos passa<strong>do</strong>s, já que aLiteratura não tem intenção <strong>de</strong> comprovar a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos narra<strong>do</strong>s. Essa última, porém,também expressa uma carga <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> em suas linhas: “Há, pois, um componentemanifesto <strong>de</strong> ficcionalida<strong>de</strong> no discurso histórico, assim como, da parte da narrativa literária,constata-se o empenho <strong>de</strong> dar veracida<strong>de</strong> à ficção literária” (PESAVENTO, 1998, p.22)Cyro Martins enfatiza que o passa<strong>do</strong> é <strong>de</strong> extrema relevância para a criação artística:“Parece, pois, que estamos no caminho certo quan<strong>do</strong> afirmamos que na criação artística opassa<strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenha um papel importante” (1970, p. 30)Hay<strong>de</strong>n White afirma que não há Literatura sem historicida<strong>de</strong> nem História sem ficção:“Com efeito, po<strong>de</strong>-se afirmar que, assim como não po<strong>de</strong> haver explicação na história semuma estória, também não po<strong>de</strong> haver estória sem um enre<strong>do</strong> por meio <strong>do</strong> qual ela sejaconvertida num tipo particular <strong>de</strong> estória.” (2001, p. 79)Dessa maneira, indiferente <strong>de</strong> ser um texto literário ou histórico, ele precisa ser bemarticula<strong>do</strong> e convincente para passar uma impressão <strong>de</strong> veracida<strong>de</strong> ao leitor. Devi<strong>do</strong> a issoescritores <strong>de</strong> ficção buscam contextualizar seus personagens, ambientes e acontecimentos paraque sejam aceitos pelo público leitor. Mas é preciso ter em conta que Literatura e História têmmaneiras diferentes <strong>de</strong> expressar a realida<strong>de</strong>, procuram recriar o mun<strong>do</strong>, cada uma com níveisdistintos <strong>de</strong> aproximação da realida<strong>de</strong>.O texto literário é uma forma <strong>de</strong> expressão da maneira <strong>de</strong> sentir, pensar e agir, aLiteratura é um objeto que testemunha o seu tempo, é um registro <strong>do</strong>s seres humanos <strong>de</strong> ummomento histórico porque é escrita com a sensibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> homem em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> momentohistórico. Assim, a Literatura elabora e transmite a energia que a envolve, entran<strong>do</strong> nos<strong>do</strong>mínios da História Cultural, já que procura registrar a vida e, sobretu<strong>do</strong>, impressão <strong>de</strong> vida,

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